segunda-feira, maio 30, 2005

Innocence

O nosso medo e o nosso orgulho em continuarmos ignorantes e alheios a tudo aquilo que nos torna humanos. È como fixar o sol, uma claridade ofuscante que esconde a verdadeira fonte de energia do saber. Efectivamente, fomos subordinados ás nossas limitações, desde todo o sempre, e não sabemos a hora em que nos libertaremos dessas amarras, e de elevar-mos a nossa consciência para um plano superior.
Referimo-nos a nós próprios como formas de vida inteligentes, por sermos sencientes e capazes de reconhecer-mos a nossa própria existência. Mas o Homem no seu estado actual encontra-se incompleto, apesar de ser detentor dos mecanismos vitais mais básicos, inerentes a todos os organismos vivos: a reprodução e a morte.

A vida auto perpetua-se através da diversidade, e isto inclui a capacidade de auto-sacrifício, se necessário. As células repetem o processo de degeneração e regeneração até que um dia morrem, obliterando todo um conjunto de memórias e informações. Só os genes permanecem, pois a vida depende destes para a manutenção do seu sistema de memória, o que confere ao ser humano a sua individualidade, devido ás suas recordações intangíveis; o que faz com que a memória não possa ser definida mas nos defina como Humanidade. Porquê a repetição continua deste ciclo ? Apenas para sobreviver evitando as fraquezas de um sistema imutável; residindo aqui a razão de sermos tão parecidos uns com os outros, e da existência da nossa psique se assemelhar e espelhar nos nossos pares.

No fundo, quando somos crianças a nossa voz, os nossos sentimentos e pensamentos são os de uma criança; quando nos tornamos homens e mulheres, já não precisamos dos nossos modos infantis e podemos afirmarmo-nos com a nossa voz adulta.

segunda-feira, maio 23, 2005

Woozismos

John Woo nasceu a 1 de Maio de 1946 no sul da China, tendo iniciado a sua carreira como assistente de realização para os estúdios Shaw Brothers de Hong Kong em 1969. O seu primeiro filme data de 1973, tendo se tornado um realizador prolífico nos mais variados géneros.
Estávamos no ano de 1986 quando em parceria com um então jovem produtor Tsui Hark (Legend of Zu), John Woo realizou aquele que se tornaria o seu tour de force. O filme "A Better Tomorrow" defeniu desde muito cedo a imagem de marca do realizador, que com ele encontrou o seu actor fetiche Chow Yun Fat.
Por outro lado, a industria cinematográfica de Hong Kong nos anos 80 passava na altura por uma crise de valores, na qual o mercado era inundado por filmes maioritariamente de artes marciais, onde o argumento era factor menor e a matéria e a imagética da encenação da acção se evidenciava. Era comum existir uma linha de orientação dramática muitas das vezes esquelética, que ao longo da execução de um filme se ia moldando á cinestesia acrobática dos movimentos dos actores. Com isto os clássicos temas do cinema asiático como a vingança e a traição, eram reduzidos á encenação anti-gravitacional dos corpos.
O filme "A Better Tomorrow" vem romper com os então clichés do cinema de Hong Kong, criando uma atmosfera dramática e trágica, pouco comum para a época e devolvendo á capacidade de representação dos actores o fio condutor da história. Esta 1ª obra de referência do cineasta representa a criação do que viria a ser a sua marca de autor. John Woo faz a fusão de tudo o que se passava então no cinema de Hong Kong, com o seu universo e as suas referências, por onde povoam Jean Pierre Mellville, David Lean, Sam Peckinpah, John Ford e musicais como "West Side Story"; tornando-se evidente o fascinio de Woo pelo cinema norte americano.
Woo encena a acção como se de um musical se tratasse. Assim, o sapateado de Fred Astair é substituido pelos movimentos graciosos de Chow Yun Fat quando este dispara duas 9mm ao mesmo tempo; a introdução de personagens com uma dualidade interna em que o bem e o mal se confundem; as gabardines, os óculos escuros e o palito ao canto da boca ao estilo de Humphrey Bogart; a desconstrução balética da acção que inspirou Matrix; e finalmente a ruptura com a imagem de marca dos filmes made in Hong Kong. Até que ponto "A Better Tomorrow I & II" (a história foi dividida em duas partes devido a exigências dos distribuidores) é relevante para a história do cinema asiático? Bem digamos que sem a obra de Woo não haveria o seu equivalente contemporâneo Infernal Affairs. Da mesmaforma que o filme de John Woo rompeu com as regras do cinema de Hong Kong em 1986, a trilogia Infernal Affairs assumiu a mesma importância em 2001, tirando a industria cinematográfica HK do marasmo a que estava entregue.
Para breve fica uma dissertação sobre a trilogia Infernal Affairs.

segunda-feira, maio 16, 2005

Samurai Shit


No filme “Os Sete Samurais”, obra prima do cineasta japonês Akira Kurosawa, Kambei Shimada um velho mestre samurai, reflete juntamente com o seu jovem aprendiz Katsuhiro, acerca dos elementos do universo que permitem o equilíbrio das forças da natureza. Ao longo das suas deambulações sobre o pensamento humano, o professor ensina ao aluno, que o equilíbrio é a base da estabilidade de um universo periódico, que é o do Homem.
O culminar de toda a reflexão de ambos, resulta no velho mestre instruir o jovem aprendiz, na arte suprema daqueles guerreiros, o manejo de dois sabres em simultâneo por um único homem. A técnica dos dois sabres, ou “ni ten ichi ryu”, é nos apresentada no filme como a simbiose máxima entre o corpo e o espírito.
O Homem torna-se palco da dialética do ser físico e espiritual, onde o empunhar um sabre em cada mão, permite não só a divisão imaginária do peso do corpo em duas metades, como também o estabelecimento de um equilíbrio entre dois elementos, que se tornam partes integrantes de um mesmo corpo, fundindo-se com ele.
A demonstração da arte remete para uma dança de sombras onde se vislumbra uma harmonia perfeita, entre o espaço que envolve o guerreiro, e o tempo que este percorre num bailado onde se cruzam não só as laminas de ambos os sabres, como também a subtileza dos movimentos do corpo e da mente que o controla.
Cada movimento traduz-se no domínio da precisão absoluta sobre o corpo, que personifica um veículo de comunicação entre o mundo físico envolvente e a temporalidade aparentemente suspensa na cinestesia dos movimentos.
O Homem cria uma harmonia imaculada com o mundo, através de uma disciplina onde a arte e a filosofia dos movimentos se fundem num espaço e tempo próprios da sua execução.
Deste modo, o
tempo e o espaço são os instrumentos mágicos da alma, que se solidarizam na realidade multidimensional do homem: realidade interna e social. Sendo a realidade externa ao sujeito (factos naturais) é tão importante como a realidade interna (visualizações espaciais).
Na obra de Kurosawa é feita uma reflexão quase inconsciente acerca da organização do ser humano no espaço e tempo, sendo esta a base de estudo dos ritmos da vida.
Epá foda-se eu sou muita bom, olha que ás vezes dá uma coisa e sai cenas assim ......

quinta-feira, maio 12, 2005

Gangs de Nova Iorque vs. Aldeia Gaulesa



De há alguns anos para cá sinto que o cinema norte-americano e mesmo o europeu entraram numa espécie de velocidade cruzeiro, já não se arrisca na originalidade dos argumentos e na estrutura do filme. Mas de vez em quando (quando o rei faz anos, ou quando as drogas abundam) lá aparece um qualquer produtor que decide apostar em qualquer coisa de diferente, estou me a lembrar de Donnie Darko, O Inadaptado, Being Jonh Malkovich, etc. No entanto, mesmo nestes casos as obras aproximam-se sempre mais do gueto do cinema de autor, como se fosse pecado a comercialidade de um filme.
Já oiço algumas vozes…”Não é bem assim, tem havido coisas até bastante interessantes!”. Tudo bem, mas o ónus continua em histórias que são só para alguns, e mesmo os distribuidores encarregam-se de os promover….não muito, porque isso de o espectador ser inteligente não dá dinheiro!
Por outro lado, casas como a Miramax que foi a grande impulsionadora do chamado “renascimento do cinema americano” em meados dos anos 90, começam agora a usar o termo “independente” como estratégia de marketing para vender autênticos elefantes brancos. Como se o facto do termo “independente” fosse selo de qualidade.
Para além disso, até que ponto o conceito de “filme independente” continua fiel à noção de poucos recursos, isto porque a maioria dos ditos filmes independentes nos dias de hoje têm orçamentos que davam para financiar países de terceiro mundo.



O filme “Kung Fu Hustle” de Steven Chow é um perfeito exemplo em como é possível casar o cinema independente com a vertente mais comercial e pop do mesmo. No entanto, desenganem-se os menos atentos, é que o filme de Chow tem um orçamento que financiaria o cinema português durante 10 anos.
Estamos então perante um dos mais inventivos, inteligentes, divertidos e conseguidos blockbusters asiáticos dos últimos anos. Herdeiro de um humor e escrita que parece resultar de uma fusão entre Buster Keaton e Tarantino, com sequências de acção completamente alucinantes e arrebatadoras (chamo a atenção para uma perseguição diabólica em warpspeed entre uma dona de casa e o herói da fita) e um argumento surpreendentemente bem escrito para o género.
Devem estar a pensar…”Filmes de kung fu não é a minha onda!”. Deixem-me então que vos diga que este vai ser o filme que vos vai fazer mudar de ideias. É despretensioso, inteligente o suficiente em não renegar o humor mais físico, mas contido na sua demonstração mais histérica.
Os heróis aqui não são bonitos. Aqui o herói é uma dona de casa com rolos na cabeça e eterno cigarro ao canto da boca, o alfaiate com excesso de peso e meio careca, o ferreiro meio bicha que distribui pancadaria como ninguém.

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A história é passada na China dos anos 50 (se a memória não me falha) em que tudo é controlado pelo Gang do Machado (Scorsese? Não?). No entanto, existe um pequeno bairro decadente – Bairro do Porco – onde habitam as personagens mais bizarras e que insistem em resistir aos avanços do Gang (Qual Aldeia Gaulesa!).
No meio desta guerra aparecem dois personagens que tentam á força toda serem agiotas, fazendo tudo para extorquir dinheiro a todos os que vão encontrando pela frente, mas a verdade é que nunca o conseguem fazer pelo bom coração que aparentam ter.
Pelo meio á lugar para tudo, mas mesmo tudo!
Só tenho mesmo medo é do título em português que o filme irá ter!

Estreia creio eu em Agosto, e que a barreira da língua e o titulo (prevê-se o pior!) não vos afastem de 2 horas de delírio total.
Kung Fu Hustle Trailer:

quarta-feira, maio 11, 2005

Charrada no Dubai

Era uma vez um rapazito que se dizia ser actor e realizador, mas que até à data nunca ninguém o tinha visto mais gordo. Esse jovem rapazito acorda um dia depois de uma noite de copos e bubadeira e decide…”Olha! tenho uns trocos que me deram pela única série de prestígio em que entrei em toda a minha vida, e vou mas é pó Dubai passar umas férias com os meus manos…Epá mas isto para parecer que até sou importante vou dizer que vou para lá fazer um filme!”. E assim foi, o jovem pegou na trouxa e lá voou ele em rumo ao Dubai mais os amigos da bubadeira.

As férias estavam a ser a pasmaceira, pois eles não esperavam que comprar álcool fosse quase tão difícil como comprar droga. Não sei se sabem mas no Dubai a única loja que vende álcool é controlada pelos Amaricanos, e o amaricano é um gajo complicado só vende marcas amaricanas e Superbock e Licor Beirão….tá quieto!!!
Então os rapazitos já a desesperar pensaram “Olha! Epá não há vinho de pacote, vamos mas é pá charrada que é igual em todo o lado!”. Mas eis que no meio deles um pobre jovem e inocente se mostra renitente, mas acaba por ceder à pressão do grupo. A corja desloca-se até a um bairro periférico e sem dar muita bandeira compra umas gramitas de haxe a um gajo com pinta de indiano (que lá na zona é difícil encontrar!), e acabam por regressar a casa para fumar a cena.



Durante a sessão de fumos gerou-se uma confusão porque havia um mano que não tinha entrado com guita e estava a ser posto de lado no ritual do passar o bilabulangs (aka charro ou pitêra). Esse jovem que por acaso era filho de um gajo que queria deitar abaixo uns sobreiros lá para Benavente para fazer uma plantação de maconha (até já tinha combinado com o Sampaio para o deixar lá ir regar aquilo aos fins de semana) ficou pisso da vida por não lhe passarem o charro. E é então que furioso faz um telefonema para a bófia lá do sitio e chiba-se em grande.

A bófia aparece e apanha aquele filme de tudo a fumar à índio…e ficaram desvairados, agarrando o gajo que estava com a broca na boca. E foi tudo dentro!
Nas semanas que se seguiram o nosso amigo tentou ao máximo usar a comunicação social para se queixar das condições terríveis das prisões lá da zona (Hello! Foda-se são prisões) e também pressionar a diplomacia Portuguesa a ajudá-lo.
Ora aqui é que o rapaz foi esperto, pois o pai do gajo que se chibou tinha o tal arranjinho com o Sampaio que na altura estava em grande a dar uma de agricultor na plantação da erva. E foi então que o presidente ameaçado em ser cangado pelo seu vicio disse: “Chill epá não vamos pressionar muito lá o príncipe ou sheik que o gajo é um bacano e vai acabar por libertar o tuga!”.



E assim foi! Algumas semanas mais tarde o jovem cativo despediu-se com um andar novo dos seus 6 novos amiguinhos de cela e regressou a Portugal. Ainda hoje trocam correspondência.

O que mais me surpreende nesta história é que a comunicação social retrata este puto como um herói e mártir por ter passado as passas do Algarve no Dubai. Por se ter queixado de tudo o que lhe fizeram por lá!

E digo eu…Quem é que mandou aquele palhaço ir consumir drogas para um pais onde esse simples acto dá cadeia? È que quando se viaja para qualquer sitio temos que nos adaptar à cultura, às leis e aos costumes do país. A verdade é que até parece que o Dubai cometeu um crime para com o tanso do tuga!!! Volto a dizer quem é que o mandou ir charrar-se para o dubai foda-se!

Devia lá ter ficado 5 anos de cana! E só voltou porque era “actor/realizador/semi-figura publica”, porque se fosses tu ou eu que fossemos apanhados no ganzómetro ainda lá tavamos a apodrecer.
Portanto pensem, sempre que pagarem os vossos impostos, algures irá ser atribuído um subsidio para este otário ir fum….ups! filmar para outro sitio qualquer do mundo.

terça-feira, maio 10, 2005

Star Wars - O Épico do Sexo


Eu sei que vou arder no inferno, mas também vou de consciência tranquila, ao menos fiz tudo que estava ao meu alcance para arder em grande estilo.
Tudo isto porque começou a febre à volta do último tomo da série Star Wars que vai estrear entre nós (será mesmo o último?).

Eu podia fazer uma grande dissertação em como a saga gira à volta do mundo das drogas, da razão do Yoda ser verde resultar da quantidade astronómica de crack que a criatura fumou, de como o império luta para controlar o cartel etc. Mas não já houve muito boa gente que o fez e bem melhor do que eu.
O meu ponto de vista é outro. Para mim Star Wars é uma saga sobre sexo, mas as ideias estão muito veladas, é tudo muito simbólico, tudo muito zen, ninguém percebe mas está lá tudo…



Comecemos pelo Luke Skywalker (confesso que a cena jedi e o conceito dos samurais no espaço nunca foi um bom ponto de partida….mas enfim), que é um jovem que vive num planeta árido com os tios. O rapaz passa o tempo a ajudar o “tio” na agricultura e a fazer engenhocas num atelier; ora a questão que aqui se põe é que o planeta é um deserto autêntico e se repararem bem não existe horta nenhuma, a lógica é que o rapaz é escravo sexual dos “tios” e usa o seu atelier onde constrói várias coisas sem utilidade, de modo a afastar a cabecinha dos constantes bombansos!

Depois o tio e ele compram dois andróides, e a primeira coisa que o Luke faz é dar um banhinho de óleo ao C3PO (os traumas repetem-se, e o abusado torna-se abusador), enquanto o R2-D2 projecta um vídeo de uma gaja chamada princesa Leia. E se pensarem bem é o Luke que escolhe e pede ao tio para ele comprar o R2-D2, ora o robozito não fala manda uns bleeps e uns assobios, é o perfeito pau para toda a obra.
Mas eis que aparece um novo personagem, o Obi Wan Kenobi, que depois de ter sido fortemente abusado pelo Darth Vader (já lá vamos!), decide iniciar o jovem rapaz na arte de usar o “sabre de luz”. Já lhe ouvi chamar muita coisa mas sabre de luz deve ser uma cena muito late 70's.
E qual é a primeira coisa que o Obi Wan faz quando conhece Luke? Leva-o a ele e mais os dois andróides para a caverna dele (Hello! Alarm Bells are ringing!) e ensina-o a manejar o sabre de luz que era do pai do Luke. O luke fica muito impressionado com o sabre, e o Obi Wan ensina-o ainda a usar a força (a usar o sabre á força?).
Acontece que os tios de Luke são mortos pelas forças Imperiais num churrasco interplanetário; e Luke, os dois andróides e o velho são obrigados a abandonar o planeta natal.
E qual é então o primeiro sitio onde o Obi Wan leva Luke ? A um bar....e que bar! E se bem me recordo do filme, não me lembro de ver mulheres naquele bar! Aquilo era mais o principe real a altas horas da noite.
Ora nesse mesmo bar o velho e o puto conhecem dois contrabandistas (pois! pois!): Han Solo e Chewbacka (uma espécie de lobisomem com problemas de dicção) que passam a vida a viajar pelo espaço numa nave a cair de podre (subitamente "Ana_e_o_pastor_alemão.avi" veio-me á cabeça!) em busca de aventuras. Os dois decidem ajudar o velho, o Luke e os dois robots a encontrar e salvar uma tal de princesa Leia, que entretanto se encontrava prisioneira do Imperador (tipo um daqueles gajos que vão á TVI com voz distorcida e cara pixelizada) que por sua vez vivia feliz com um gajo asmático vestido á dominatrix- Darth Vader (uma cena gay sadomaso).
O salvamento não iria ser fácil porque a princesa estava cativa numa espécie de bola de berlin gigante que é controlada pelo Imperador e por Vader. Mas nem tudo fica perdido e os nossos heróis conseguem entrar na bola para resgatear Leia.
É então que o Imperador precente mais um velho (Obi Wan) no galinheiro e manda Darth Vader matá-lo. Os dois defrontam-se numa luta de sabres (novamente não vou comentar) e Obi Wan acaba por morrer nas mãos de Darth Vader, enquanto Luke chora pela perda do seu novo tio.

Entretanto Luke e Han conseguem salvar a tal princesa, mas o Imperador ao ver a pujança do jovem fica com ciúmes. È que o gajo aguentar com o velho Obi Wan ainda era aquela, agora com um homem mais novo que lhe podia roubar o brinkedo Vader...isso não! Então o malvado Imperador manda Vader seduzir Luke para o lado negro da força (reparem o "lado negro da força"...vamos analizar! onde é ke a força é negra? resposta: onde o sol não brilha. E onde é ke o sol não brilha? resposta: no.....bem vcês sabem).
Mas Darth Vader bem tenta seduzir Luke para "o lado negro da força", mas Luke sabia no seu intimo que tinha chegado a altura de marcar uma posição, porque essa história de lhe empurrarem as fezes para dentro já tinham os dias contados...Tinha chegado a altura de ser ele a empurrar as fezes para dentro aos outros.
É então no calor da batalha entre os dois que Darth Vader diz: "Luke ê sôu o tê pai !" mas o rapaz fica piurso da vida e rejeita o pai, e este corta-lhe a mão direita..."Não queres brincar comigo, também já não brincas mais com o teu sabre de luz" (mais edipiano que isto é impossível).
Mas tudo acaba bem Luke consegue sobreviver, usa a força, salva a princesa e destrói a bola de berlin gigante disparando um missil para um pequeno buraco (novamente sem comentários!). Eu podia dissertar em como a Bola de Berlin gigante era na verdade um óvulo e que o missil era um.....Mas não isso fica para outra ocasião !

segunda-feira, maio 09, 2005

O Admirável Mundo de Chan-wook Park e o Simpático Sr. Vingança

Lembram-se do que é entrar numa sala de cinema? De sentir a antecipação do que está para vir, de nos sentirmos ansiosos, expectantes face a algo que ansiamos ver, de nos sentirmos deslumbrados quando a sala escurece, a cortina sobe, e os primeiros fotogramas começam a surgir. É aquela sensação mágica de entrarmos num mundo novo, com uma linguagem nova, que nos devolve sentimentos nem sempre presentes de espanto e perplexidade. È o coração a bater depressa quando ouvimos os primeiros acordes da partitura sonora, é o sentimento de quase alienação face à nossa vida que fica à porta. A verdade é que se pensarem bem, podem se contar pelos dedos de uma mão os filmes que vos fizeram sentir assim (pelo menos eu posso).Lembro-me da primeira vez que vi no cinema o Regresso ao Futuro, Os Salteadores da Arca Perdida, 2001: Odisseia no Espaço, e de sentir algo que muito dificilmente se consegue pôr em palavras. Não querendo parecer um velho, parece-me que hoje vai-se ao cinema com uma leviandade quase criminosa, parece que vamos ver por ver, porque os outros vêm, porque o filme custou x, porque é com aquele que fez o…Eu sei! Eu também já fiz isso muitas vezes.
Mas, estou a falar-vos daquela sensação de sair de uma sala de cinema e não ter palavras, de não dizer nada à pessoa que está connosco, de sentir-mos que acabámos de presenciar algo de novo!...Eu falo por mim não é todos os dias, nem todos os anos que isto me acontece…de ficar sem palavras, de ficar com imagens gravadas na mente, de tentar pensar acerca daquilo que vi e senti.
Tudo isto a propósito do primeiro filme de Park que inicia a sua trilogia sobre a vingança. Com este primeiro filme de nome Sympathy for Mr Vengeance (seguir-se ia Oldboy e brevemente no final deste ano Sympathy for Lady Vengeance) posso-vos contar que assisti aquilo que acredito ser algo de completamente novo e é daqueles filmes que não vou dissertar acerca da história ou mesmo impingi-lo a terceiros. Parece bastante egoísta, mas acho que filmes destes não se impõe, mas sim descobrem-se. Henry Miller escreveu algures que o jogo do artista é ingressar na realidade. È ver para além do mero desastre que a imagem de um campo de batalha oferece ao olho nu.
Talvez um dia haja um distribuidor de cinema português corajoso e então veremos esta obra-prima absoluta onde ela merece ser vista, numa sala escura cheia de gente.
Sympathy for Mr. Vengeance Trailer :
Oldboy Trailer :
Sympathy for Lady Vengeance Trailer:

Acerca de Nada

Confesso que nunca fui grande fã do conceito de blog. Talvez porque em pequeno nunca consegui acabar uma única caderneta de cromos, acabava sempre por faltar um ou dois que nunca saíam por mais que gastassemos dinheiro. Tenho medo que esteja a começar uma coisa que fique por um pequeno brain fart, e que me esqueça dela rapidamente, que me desiluda de um dia para o outro...que morra por falta de cromos !

Não interessa...caguei, vamos em frente que se faz tarde, não existem ateus nas trincheiras, jesus cristo é um astronauta e se não experimentar-mos tudo o que queremos e podemos fazer nesta vida não é depois que iremos perder tempo a pensar.
Agora entre nós aqui....É sempre um clássico o blogger se apresentar a si, ao seu blog, sobre akilo que se vai debruçar, as temáticas a abordar, yada yada yada. No meu caso não vou perder muito tempo, este blog vai ser o caos, a desconstrução, vai ser um blog ninja (estão a perceber....eu também não!!! esta de me por a escrever a altas horas da madrugada não vai dar grande coisa) vai ser a voz da contestação do nada.....isso, isso vamos contestar e reevindicar acerca do nada.
Há uma coisa que tenho reparado de há uns tempos para cá, já vi nas publicações mais variadas e respeitadas como o Expresso, Visão, Público etc. Que são os artigos sobre? Isso mesmo sobre - nada!
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Não sei se já repararam aqueles artigos que por vezes chegam a encher uma página inteira e que depois de espremidos não falam sobre 'nada'; e acreditem que já existem em Portugal autênticos ninjas da escrita que se escondem atrás de grandes artigos de opinião que quase nos tocam a alma. É bonito de se ver, mas não tão bonito de se ler ! Começamos a ler um destes artigos que dizem sempre em letras garrafais «HOJE FALAMOS DE SARDINHAS», mas depois de ler a merda do texto do principio ao fim com a ânsia de ler coisas interessantes e suculentas sobre sardinhas, o que encontramos nós? Nada...absolutamente nada. É um pouco como quando se vê a capa da Playboy que anuncia a actriz XPTO «pela primeira vez totalmente pelada na Chechenia», mas depois abre-se a filha da puta da revista á espera de ver a porra da actriz que tu até veneras...«aquela gaja que passou a carreira toda sem se despir, mas agora por que não quer que as focas morram á paulada, ou os esquimós morram de calor decidiu despir-se....porque há uma razão....para o bem da humanidade!!!». Abres a revista á espera de ver mamas, cu, e pelos menos, pelo menos pêlo....e nada. A mulher tá em "poses eróticas" não mostra nada.
Mas então onde tão a porra das sardinhas? Eu não quero ler sobre carapaus, mexilhão ou ameijoas, eu quero ler sobre aquilo que prometeste que ias escrever na merda do titulo a bold do teu artigo - s-a-r-d-i-n-h-a-s.
Mas o gajo que escreve sobre nada é esperto! Ele na teoria não te defrauda, mas escreve sobre forma de ameaça «olha que eu tou a falar sobre sardinhas sem falar de sardinhas...repara como sou bom! Quando começo quase a falar....mudo de assunto e tu ficas naquela ansia....vai ser no final, vai ser no final». Quando dás por ti, o texto acabou, levaste com a fauna do oceano inteiro, mas sardinhas....nada.
Não me interpretem mal, há que chamar-lhe arte; porque o gajo que escreve sobre o nada sabe que tu não queres ler nada sobre sardinhas, tu pensas que queres ler, mas o gajo que escreve sabe o que tu desejas, que é saber da vida do primo do irmão do cunhado do homem que pesca as sardinhas.
Foda-se é isso obrigado ! Tu até tens razão, as sardinhas não me interessam, eu até não gosto de sardinhas. A última vez que as comi tive que meter ketchup. Eu gosto é de peixe espada grelhado com salada mista. Achas que podes escrever um texto em como o peixe espada liga bem com a salada mista? Claro que a Clara ou o Rogeiro podiam escrever um pequeno artigo de opinião sobre o peixe espada, mas será que irias perceber que eles estavam a escrever para ti, sobre o teu peixe espada?