quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Uma Vénia ao Sr. Miike

Foi editado em DVD há relativamente pouco tempo um dos últimos desvaneios do mestre Takashi Miike. Sukiyaki Western Django é uma paródia, mas também uma sentida homenagem, aos western spaghettis e em particular a Sergio Corbucci. O filme de Miike é absolutamente genial e incorpora os elementos de marca do realizador, falado numa espécie de inglananez, ou seja os actores japonezes foram aprender inglês na base da fonética. Por vezes imperceptível, ainda para mais porque legendas no dvd é mentira, por vezes hilariante, mas sobretudo um deleite para os sentidos. Mas este é também o filme mais mainstream alguma vez feito por Miike, em que as bizarrias habituais não têm grande impacto por aqui, dando lugar a um remake do homónimo filme "Django" de Sergio Corbucci. É brilhante! Tem Quentin Tarantino num papel, esse sim bizarríssimo, e é um filme que mereceria ser visto no grande ecrã pelo scope empregue, não muito habitual nas produções do realizador.

Para todos aqueles que nunca viram um filme de Takashi Miike, e já sabem o que lhes espera e por isso têm receio de se aventurarem, este é o filme ideal, sem muito tempêro violento.

Ps- Um conselho vejam-no em grupo e sem as legendas, é que vão chorar rir.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Muita Atenção a este Filme

Tropa de Elite foi o filme "murro no estômago" de 2007. O filme ambientado nas favelas do Rio de Janeiro, foi um fenómeno no país de origem por vários motivos: em primeiro lugar, porque praticamente todo o Brasil já teria visto o filme antes mesmo deste ter estreado, devido ás milhares de cópias piratas que eram vendidas então nas ruas do Rio; em segundo porque é um retrato duro das forças de segurança daquele país, tendo mesmo o filme sido acusado de ter uma ideologia fascista.
O filme "Tropa de Elite", de José Padilha (Onibus 174), foi premiado neste sábado no Festival de Berlim com o Urso de Ouro de melhor filme, durante a cerimônia de encerramento da 58ª edição da Berlinale.
O filme é a primeira longa-metragem de ficção de Padilha, é inspirado no livro "Elite da Tropa", que narra cenas de violência e corrupção policial no Rio de Janeiro.
Na ocasião da exibição do filme em Berlim, Padilha disse acreditar que os críticos estrangeiros que atribuíram ao filme um carácter fascista foram influenciados por colegas brasileiros que reprovaram "Tropa de Elite" desde a sua estreia no Brasil.
Sobre as resenhas publicadas na imprensa, o realizador afirmou: "Uns nos acharam inteligentes, outros fascistas. Na verdade, não me preocupo com isso".
Quando falou da reacção ao filme no Brasil, o cineasta disse durante o Festival: "Temos uma polícia muito corrupta e muito violenta. A população odeia a polícia, com boas razões. Acho que parte do público tomou o filme como uma vingança contra a polícia, o que foi difícil, porque vingança não é um bom sentimento." Ressalvou ainda que "tudo o que está no filme, acontece de facto", Padilha mencionou os traficantes brasileiros como violentos e cruéis. Para ele "já é hora de acabar com as categorizações entre direita e esquerda, porque o que interessa é o que está a acontecer".
Quando estrear por cá, e em virtude do sucesso de Cidade de Deus com temáticas similares, é bem provável que alguma distribuidora tenha olha para o fazer, é imperativo vê-lo e daí formularmos a nossa própria opinião.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Onibus 174

Onibus 174, ou se quiserem Bus 174, é a primeira obra de José Padihla, realizador que venceu este ano o Festivel de Berlim com a obra polémica Tropa de Elite. Bus 174 é uma análise documental sobre os acontecimentos passados em junho de 2000, em que Sandro do Nascimento manteve 11 reféns por mais de quatro horas num autocarro no Jardim Botânico - Rio de Janeiro.Um drama que manteve o Brasil todo de respiração suspensa por várias horas, transmitido ao vivo pela televisão, e que culminou com a morte de uma das reféns, Geisa Gonçalves - com tiros disparados por Sandro e pela policia. O sequestrador também morreu sufocado na viatura da policia depois de se ter entregue ás autoridades. Mais do que um filme, Onibus 174 é um verdadeiro retrato social, onde é traçado o perfil de Sandro, sequestrador e sobrevivente da chacina dos meninos da Igreja da Candelária, também no Rio de Janeiro, em 1993. Obrigatório ver.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Propaganda Remunerada

Encontra-se online, desde hoje, o blog do nosso artista (isso, isso...) electrónico cá da casa! Segundo nos andam a confidenciar podem encontrar por lá, muito em breve, podcasts e outras tantas...coisas...sim, mais coisas, muitas coisas. O link podem encontrá-lo na lista dos blogs do demo ou aqui.
Ps- Tá bom ou é preciso mais? É agora que nós vamos receber o dinheiro?

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Se Jie: Lust Caution

Este ano foi marcado pelo muito aclamado regresso de Ang Lee. E diga-se de passgem, senhor inteligente este! Depois do premiado Brokeback Mountain, Lee poderia ter literalmente feito aquilo que quisesse do cinema americano, tinha os estudios e o mundo a seus pés. No entanto decide regressar a Hong Kong e na companhia de Anthony Leung, um dos melhores actores asiáticos de sempre, filma uma obra magistral, cujo pano de fundo é a Segunda Guerra Mundial e um enredo de espionagem, temperado com uma sensualidade e um erotismo inebriantes.
Este aconselha-se vivamente, e em especial para aqueles que vêem o cinema não como uma forma de comer pipocas ás pasadas por cada tiro disparado e carro batido. Muio Bom!

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Sondagem Oscares 2007

Ainda na incerteza se teremos este ano, ou não, a cerimónia habitual da entrega das estatuetas douradas. Os palhacinhos do demo fazem uma sondagem para eleger os melhores de 2007 na categoria de melhor actor, actriz e melhor filme. Podem votar aqui mesmo.

Alice no País das Maravilhas


Já que andamos pelos domínios do mestre Tim Burton, anunciamos desde já a estreia em 2010 do seu projecto de estimação que tem andado metido na gaveta. A adaptação das histórias de Lewis Carroll - Alice no País das Maravilhas.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Entre Todd, Burton & Argento

Sweeney Todd foi apropriado pela literatura inglesa em meados do século XIX. Foram vários os relatos acerca do Barbeiro psicopáta, datando o primeiro de 1846. A obra de Tim Burton, que agora estreia entre nós, é a adaptação do famoso musical homónimo, e novamente o realizador tem como aliado o seu eterno alter ego - Johnny Depp. Ao longo da carreira de ambos foram várias as colaborações, passando por Eduardo Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, Charlie e a Fábrica do Chocolate, em todas as obras é visivel a marca de Burton, mas também o carisma incontornável de Depp. Podemos mesmo dizer que realizador e actor nasceram para o cinema um do outro, mas é também aqui que reside um dos problemas de Sweeney Todd, é que não há nada que não se esperasse destes dois. A interpretação de Depp é irrepriensivel e prefeita, o senhor prova que sabe cantar, mas também prova que a personagem que representa não é em nada diferente das do passado. Já é lenda que Burton sabe retirar de Depp o seu melhor, ambos partilham do mesmo universo bizarro, mas aqui o problema é que não há nada de extraordinariamente diferente do resto. O que não é necessáriamente mau caros leitores! É só um desabafo! Por outro lado, Sweeney Todd surpreende pela sua violência operática e pela hemoglobina a litro, e é aqui que há o arrojo. O universo de Burton tem a sua génese na admiração do cinema de horror dos Hammer Studios, patente na cenografia de estúdio do filme, na adoração de cineastas plásticos como Mario Bava, Dario Argento, entre outros. E é em Sweeney Todd que acreditamos residir uma pequena mas sentida homenagem velada, ou se quiserem "piscar de olho" a Dario Argento, pois existem imagens de marca do autor italiano que estão presentes ao longo de todo o filme de Burton: as navalhas relusentes de Todd em contraste com a negritude do ambiente e a dimensão operática do sangue e da violência, ao nível de obras de Argento como Profondo Rosso e Tenebrae.
Quanto ao filme de Burton, a nomeação ao oscar de melhor actor para Johnny Depp é justa, mas se o actor ganhar o prémio não será por ser o seu melhor momento, mas pelo reconhecimento do seu trabalho até aqui.
Aconselha-se, mas não deixará as recordações de Eduardo Mãos de Tesoura e Sleepy Hollow.