quinta-feira, outubro 30, 2008

Fritz o Gato Maroto

Esqueçam o Garfield! Os gatos nunca faltaram no mundo da BD e da animação, mas o felino que realmente fez a diferença nos Estados Unidos e no mundo chama-se Fritz, é cínico, vagabundo, adora orgias, e é um verdadeiro objecto de culto para muito boa gente.
Fritz The Cat, tornou-se um ícone da contracultura Americana, foi criado em 1965 por Robert Crumb, autor de outras obras BD underground igualmente ácidas, como Mr. Natural e Sis. Na verdade, Crumb já brincava com a ideia de um personagem felino nas suas primeiras histórias produzidas no final dos anos 50, mas nada se viria a comparar ao gato que fez sua estreia nas páginas da revista marginal Help.
Fritz é um gato antropomorfizado que representa um típico jovem dos anos 60 e 70. Nas primeiras histórias, aparecia por vezes como o universitário adepto de drogas e mais preocupado em "facturar" colegas do que estudar.

Na adaptação cinematográfica de Fritz The Cat (1972), este exacerba-se contra o fascismo policial, tem uma postura quase de vagabundo, cheio de discursos vazios cujo único propósito na vida é o sexo com uma (ou mais) representantes do sexo feminino. É uma personagem altamente volúvel do ponto de vista ideológico, violento e muitas vezes sem propósito.

A edição em DVD de 3 discos da Arrow Films é uma preciosidade e conta com o filme original de 1972, Fritz The Cat, com uma sequela denominada The Nine Lives of Fritz The Cat, com uma extensa entrevista do realizador e com um par de trailers. Recomenda-se vivamente!

terça-feira, outubro 21, 2008

Dois Thrillers Para Todos os Gostos

Esta semana regressamos com duas propostas semelhantes no género, mas muito distintas no estilo. Em primeiro lugar temos Transsiberian, uma produção espanhola, com um dos melhores produtos que o país tem para exportar em termos de representação - Eduardo Noriega. Com um elenco internacional, que conta com Woody Harrelson e Ben Kingsley, Transsiberian é o nome do comboio que faz a ligação entra a china e a Russia, e onde se irá desenrolar um bastante bem conseguido jogo de gato e rato entre os nossos protagonistas. Estamos perante um thriller onde o suspense e a intriga se sobrepõe a eventuais cenas de acção (quase...mesmo nulas), sendo este um daqueles filmes que vai beber ao classicismo do género, na escolha dos planos e na gestão de espaço e tempo. Com isto asseguramo-vos que serão duas horas muito bem passadas.
A outra proposta vai para Taken, protagonizado por Liam Neeson e com a realização de Pierre Morel. Aqui a história é pautada por 90 minutos de acção trepidante, com um enredo que está lá para suportar as cenas de acção, mas sem cair totalmente no vazio. È um excelente filme de acção puro e duro, uma espécie de nova versão do filme Commando (esse mesmo), daqueles que seguem a lógica de A a B, sem grande espaço para contemplar as falhas. Liam Neeson é convincente no papel de pai (agente do governo retirado) cuja filha é raptada num país estrangeiro, ao qual ele terá de se deslocar para a resgatar.
Se tiverem de escolher entre um e outro nós facilitamos. Transsiberian é um thriller que toma o seu tempo, exigindo muito mais do espectador. Taken é 90 minutos de entretenimento puro e duro, sem grandes pretensões de nos fazer pensar. Agora escolham (não resistimos ao trocadilho!)

sexta-feira, outubro 17, 2008

Across The Universe


É destas coisas é que o povo gosta, sermos supreendidos quando nada ou pouco esperamos, sentirmo-nos completamente embrenhados e embriagados quando as nossas expectativas são baixas. Com muita surpresa descobrimos duas coisas; por um lado, que a música dos Beattles nunca nos foi tão saborosa (é que não somos grandes apreciadores); por outro, que á de facto vida para os musicais depois de Moulin Rouge.

Across The Universe da realizadora Julie Taymor (Frida) é um bombástico assalto a todos os sentidos; estéticamente fenomenal, musicalmente extremamente bem conseguido, onde os actores cantam e têm excelentes performances muito, mas muito acima da média. A história não é um mero acessório ás musicas, é um retrato de uma época e de um país - EUA - durante a guerra do Vietnam, ao som de músicas como Hold Me Tight, Hold Me Tight, With A Little Help From My Friends, entre outras. Recomenda-se muito, obrigatório mesmo.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Tony - O Maior do Bairro Dele!

Confessamos que não somos nada fãs dos filmes portagonizados pelo artista marcial tailandês Tony Jaa. No entanto, reconhecemos as extraordinárias e impressionantes capacidades físicas do senhor, diriamos mesmo impares. Mas então porque estamos nós a falar do senhor? Estamos a escrever sobre o Tony, porque ele protagoniza uma impressionante cena de acção de 4 minutos, onde tudo acontece perante os nossos olhos num único take; ou seja, em momento algum irão ver um único corte, tudo é prodigiosamente coreografado ao pormenor, sem duplos e sem efeitos digitais.

Aconselhamo-vos a verem o video, mesmo que não sejam fãs de filmes de pancadaria, porque o que vão ver vale por si só. Impressionante!

quinta-feira, outubro 09, 2008

Benjamin Button

"Nasci sob circunstâncias incomuns"

É assim que começa The Curious Case of Benjamin Button, adaptado do clássico conto de 1922 de F. Scott Fitzgerald, sobre um homem que nasce com oitenta e poucos anos e passa a rejuvenescer.


E é também este filme que marca o regresso de David Fincher (Se7en) e o reencontro de Brad Pitt com o realizador, depois de ter estado ás suas ordens em Fight Club. Estamos com enormes expectativas para a sua estreia em Dezembro.

sábado, outubro 04, 2008

A Montanha Pariu um Rato

Sem grandes rodeios e muitas introduções o novo filme de Mathieu Kassovitz - Babylon A.D. - é um desastre sem salvação possível, chegando ao ponto do realizador negar-se a promover o filme e não querer mais ouvir falar dele. A culpa é dos estúdios Fox que transformaram a rodagem de Babylon A.D. num verdadeiro inferno, alterando substâncialmente o argumento inicial, e retirando o filme ao realizador na sala de montagem, cortando-lhe 70 minutos. Ora, vamos lá pensar que não é dificil! Quando se tira 70 minutos de um filme para o transformar numa versão de 90 minutos, de certeza que muita coisa irá fazer falta!

Eis o que o realizador tem a dizer do sucedido:

"Fox was sending lawyers who were only looking at all the commas and the dots, they made everything difficult from A to Z (...)" Mathieu K.

"Am I even in the movie any more, or am I on the cutting room floor?" Vin Diesel

"I know what I had -- I had something much better in my hands but I just wasn't allowed to work" Mathieu K.

"I don't see how people who went through all these amazing blockbusters like The Dark Knight and Iron Man this summer will take it." Mathieu K.

"I should have chosen a studio that has guts (...) Fox was just trying to get a PG-13 movie. I'm ready to go to war against them, but I can't because they don't give a s--t." Mathieu K.

"The movie is supposed to teach us that the education of our children will mean the future of our planet. All the action scenes had a goal: They were supposed to be driven by either a metaphysical point of view or experience for the characters... instead parts of the movie are like a bad episode of 24." Mathieu K.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Clássico para o Fim de Semana

Abel Ferrara é o eterno enfant terrible do cinema independente norte americano. È um cineasta que não faz concessões, não cede á máquina de hollywood, que por seu lado o quer ver bem distante e quieto no seu canto. É sobretudo um autor com uma legião de fieis seguidores e colaboradores, eternamente apaixonados pela cidade que o viu nascer - Nova Iorque.
O cinema de Ferrara não é fácil, longe disso, obras como o fabuloso The Funeral, e a sua obra prima máxima até á data The Addiction, são filmes desconcertantes, complexos, mas simultaneamente adictivos e inebreantes.

O filme The King of New York é talvez um dos seus filmes mais acessiveis, com uma esquemática muito próxima do thriller policial, é um filme de culto fabuloso daqueles nota 10. Desprovido das temáticas filosóficas niilistas de The Addiction, e do enredo eliptico de The Funeral, King of New York é uma excelente introdução ao universo do autor e conta com uma história que vos vai deixar pouco espaço para respirar. É o seu filme de maior sucesso comercial, e um thriller brutal com todas as imagens de marca do autor e com o seu actor fétiche, o grande...grande Christopher Walken.
Entretanto prepara-se para rodar a prequela, desta feita sem Christopher Walken. A prequela de The King of New York, desenrola-se nos anos 70, época de caos absoluto na Big Aplle e terá o titulo de The Last Crew. Ainda não há nomes confirmados no elenco do projecto.

quarta-feira, outubro 01, 2008

A Não Perder


São dois os filmes que mais têm gerado comentários expectantes, nos meses que atecedem a sua estreia. Curiosamente ambos os filmes são de origem francófona, assim temos o muito aguardado Vinyan, que narra a tragédia de um casal de arquitectos (Emmanuelle Béart e Rufus Sewell) que vivem em Banguecoque. Na altura do tsunami que arrasou a região, o casal perde o seu único filho e fica desesperado. Durante o difícil processo de luto que se segue, numa festa de caridade para angariar fundos para as vítimas do tsunami, a mãe reconhece o seu filho num vídeo que mostra as consequências do desastre no país. Começa então uma terrível descida aos infernos onde a mãe, decidida a encontrar o seu filho custe o que custar, convence o seu marido a acompanhá-la numa viagem sem retorno pelas selvas tailandesas e birmãs. Realizado por Fabrice Du Welz, Vinyan tem tido um enorme hype á sua volta, estreou esta semana e a crítica tem aplaudido entusiasticamente a obra de Welz. Este não é para os sensiveis!

O segundo a ter muitíssimo em conta e que está na categoria - Filme do C********* - é Mesrine: L'instinct de mort. É o filme francês mais aguardado do ano, tem uma participação fabulosa de Vincent Cassel, e narra a história real de Jacques Mesrine aka the original french gangster. Mesrine: L'instinct de mort estreará em breve e está dividido em duas partes devido á sua longa, longuíssima duração.