segunda-feira, dezembro 27, 2010

Albuns do Ano

Aqui ficam as nossas escolhas para discos do ano 2010, sem nenhuma ordem em especial:

Jamie Lidell - Compass
The Roots - How I Got Over
John Legend & The Roots — Wake Up!
Lindstrøm & Christabelle - Real Life Is No Cool
James Blake - James Blake
Carlos do Carmo & Bernardo Sassetti

quinta-feira, novembro 11, 2010

The American (2010)

Num ano em que as grandes surpresas cinematográficas têm sido difinitivamente guardadas para o fim, eis que nos chega um pequeno "G"rande filme chamado The American.
Desde John Ford, o anti-herói do cinema americano consiste num protagonista parco em palavras, sombrio, misterioso e que, embora pareça agir com boas intenções, é sempre de moral duvidosa, uma vez que esse anti-heroi é simultâneamente um matador. O veneradíssimo cineasta italiano Sérgio Leone é citado em The American, isto porque foi talvez ele o criador da concepção mais mítica do anti-herói através da personagem do "homem sem nome", interpretado pelo impassível Clint Eastwood.
Em The American, o assassino solitário interpretado pelo genial "George-vai ser nomeado ao Oscar-Clooney" também não tem nome e identidade definida, por vezes é chamado de Jack, ou também Edward. Diz-se movido por boas causas, mas sabe que Deus não se importa com ele. Se o anti-herói tradicional se mantém na zona cinzenta entre o bem e o mal, logo na abertura do filme na sequência pré-genérico, Jack/Clooney choca-nos com o seu lado maligno e perverso. Após o prólogo, o arrependimento acompanhará o personagem durante toda a sua nova missão. Estamos perante um thriller soberbo, a fazer lembrar alguns grandes filmes de Jean Pierre Melville (Le Cercle Rouge), mas também nos é contada uma história de redenção e de uma culpa, que contamina Jack/Edward como se de um vírus se tratasse. Nesta perspectiva pesa a importância de personagens do filme, como um padre e uma prostituta, através das quais Jack/Edward tentará lidar com os seus sentimentos.
O realizador Anton Corbijn, responsável pelo inferior Control (2007), prima por uma composição económica e precisa, com um ritmo que toma o seu tempo sem grandes pressas e aproveitando a luz natural da paisagem bucólica da região montanhosa italiana de Abruzzo. Corbijn minimiza os diálogos e busca o mais no menos de cada personagem. As perseguições e tiroteios estão longe de um inspirado John Woo, reduzindo-se à essência de cada cena e qual a importância da acção para servir a história.
Homenagem sentida a Sergio Leone, suspense digno de John Frankenheimer, fotografia pastel e soturna à Michelangelo Antonioni e uma atmosfera sofisticada e cool à altura de Jean-Pierre Melville, The American é a par com Social Network, um dos grandes filmes do ano, nós diriamos mesmo que lhe é superior e será sem dúvida alguma um dos grandes filmes de culto da década. E sim! Clooney é assombroso no filme.

terça-feira, novembro 02, 2010

The Social Network (2010)

The Social Network não é um filme sobre geeks, não é um filme sobre código, algorítmos ou mesmo génios informáticos. The Social Network é um filme (supostamente) acerca da persona conturbada de Mark Zuckerberg.
Confessamos que conheciamos muito pouco acerca da história da génese do Facebook e quando descobrimos que o genial David Fincher estaria encarregue de transpor o feito para o grande ecrã, mais curiosos ficamos. Mas afinal o que é que esta história teria de tão interessante para que o obsessivo Fincher abraçasse o projecto? Pois bem, o projecto avançou e temos um grande filme baseado ou não em factos veridicos e aqui Zuckerberg já veio desmentir parte dos acontecimentos, ou pelo menos a forma como é retratado no filme. Mas e se de facto o que vemos no ecrã é algo próximo da realidade? E se...? A ser verdade os factos que nos são relatados estamos perante uma utupia absolutamente fascinante, isto porque Mark Zuckerberg é retratado como uma pessoa profundamente egocêntrica, narcísista, com uma incapacidade vincada em estabelecer e manter relações interpessoais e sobretudo uma pessoa profundamente solitária. A ser verdade tudo isto então partimos de uma permissa interessantíssima, em que a pessoa responsável pela criação de uma das maiores e mais bem sucedidas redes socias é uma pessoa com uma profunda incapacidade em se relacionar no real com o outro, ou seja estamos perante uma aplicação do seu modelo relacional ao nível do contexto de uma rede social de nome Facebook. No Facebook existe uma superficialidade ao nível da relação com o outro. Ok! descobrimos os colegas de escola que não viamos á dezenas de anos, descobrimos os colegas de trabalho com os quais perdemos contacto, dizemos "Olá tudo bem há quanto tempo!" mas a maioria destes contactos não passam da virtualidade do ecrã e este já era o mundo em que Mark Z. vivia antes da crianção do Facebook. Um mundo em que a única forma que encontra de dizer o que sente á ex-namorada não é dizê-lo face a face, como ela tem a coragem de o fazer, mas sim de escrever no seu blog (pré-facebook).
The Social Network é sobretudo uma história sobre a alienação do social, daqueles que o rodeiam, mesmo os mais próximos, do corrompimento das relações e da promíscuidade das mesmas. E no final o nosso herói acaba sozinho numa sala com o seu laptop como companhia e a adicionar uma pessoa como amiga no seu facebook...e constantemente a fazer "refresh" na esperança que a pessoa (realmente importante para ele) o aceite como "amigo".
Estamos perante mais um triunfo de David Fincher, mas também ao nível do argumento, fotografia e música esta a cargo de Trent Reznor (Nine Inch Nails). Recomenda-se vivamente.

segunda-feira, outubro 11, 2010

The Disappearance of Alice Creed (2010)

The Disappearance of Alice Creed apanhou o universo do cinema britânico completamente desprevenido, não só pelo brilhantismo do argumento e uma inspiradíssima direcção de actores, mas sobretudo por uma actriz chamada Gemma Arterton. Curiosamente Gemma inicia a sua carreira como bond girl em Quantum Solace e recentemente passou por Prince Of Persia e Clash of The Titans, mas é sem dúvida em Alice Creed que ela demonstra excelentes potencialidades dramáticas.
O filme conta a história de um rapto, passando-se todo o desenrolar de acontecimentos entre quatro paredes, num ambiente opressivo, cláustrofóbico e ameaçador, sendo a sequência inicial do filme a dar a tonalidade e pondo logo as cartas em cima da mesa para que não haja dúvidas do que nos espera ao longo de hora e meia. Dois homens numa loja compram corda, pás, material de construção, de seguida somos empurrados para uma casa onde abunda a luz, mas que rapidamente começa a desvanecer á medida que os dois homens tapam janelas e forram as paredes com material isolante. A casa transform-se perante os nossos olhos num bunker, onde não há janelas e as portas estão "forradas" a cadeados e ferrolhos. Uma mulher é raptada, posta dentro de uma carrinha e levada para a dita casa, onde é amarrada a uma cama para logo de seguida os dois homens lhe cortarem e tirarem toda a ropa que trás vestida. A mulher agora despida é fotografada com um jornal, é amordaçada e deixada assim em cima da cama.
Caros Leitores é aqui que vos dizemos: "Endireitem as cadeiras e apertem os cintos de segurança" porque estamos perante um twist de argumento em cada esquina, onde este é sobretudo um filme de aparências e o final....ah! o final é qualquer coisa de sublime! Estamos a ver a história de uma mulher que é raptada ou outra coisa?
É sem dúvida uma das grandes surpresas do ano, um filme que muito provavelmente nunca irá estrear nas nossas salas de cinema e irá directamente para mercado de dvd (se é que já não foi).

quarta-feira, setembro 08, 2010

Dracula - Prince of Darkness (1966)

Dracula - Prince of Darkness foi o terceiro filme de série produzido pela Hammer, que totalizou oito filmes.
O filme possui todos os elementos típicos dos melhores e mais interessantes filmes dos anos 60 da Hammer, não faltando os típicos aldeões nada hospitaleiros mas muito supersticiosos, uma floresta negra, um castelo imponente de arquitetura gótica, vitimas mais curiosas que inteligentes e um destemido caçador de vampiros, desta vez na figura de um monge que mais parece um mercenário.
A Dracula - Prince of Darkness também foram atríbuidos vários outros nomes alternativos, como "Disciple of Dracula", "Revenge of Dracula", "The Bloody Scream of Dracula" e "Dracula 3". Este último nome foi criado em função de ser o terceiro filme da série com o vampiro Drácula da Hammer, precedido por Horror of Dracula (1958) e de The Brides of Dracula (1960), e sucedido por mais cinco filmes, Dracula Has Risen From the Grave (1968), Taste the Blood of Dracula (1970), Scars of Dracula (1970), Dracula AD (1972) e The Satanic Rites of Dracula (1973). Em todos os filmes o papel do temível vampiro ficou a cargo do fantástico Christopher Lee, com excepção de The Brides of Dracula, onde o papel ficou a cargo de David Peel.
Um dos aspectos curiosos do filme foi o facto de Cristopher Lee não ter gostado do guião escrito por Jimmy Sangster, a partir de uma história do produtor Anthony Hinds. Tanto que para evitar a possibilidade de uma repercussão insatisfatória do seu personagem no publico em geral, viria a pedir que a sua participação fosse absolutamente muda, ou seja, o vampiro não diz uma única palavra no filme inteiro e somente entra em cena após quase cinquenta minutos de filme. Um outro facto curioso foi que para economizar nos custos de produção, a Hammer filmou o filme em simultaneo com Rasputin: The Mad Monk, utilizando os mesmos cenários e o elenco principal: Christopher Lee, Barbara Shelley, Suzan Farmer e Francis Matthews.

quarta-feira, agosto 25, 2010

The Nanny (1965)

Esta semana continuamos á descoberta dos filmes da Hammer Studios, contidos na Ultimate Collectors Box Edition e diga-se de passagem que dos dois já visionados, nenhum caiu em saco roto. Tivemos o assombroso The Devil Rides Out e a grandiosa surpresa chamada The Nanny.
The Nanny (1965) é uma adaptação do livro escrito por Marryam Modell e foi realizado por Seth Holt. Este foi o primeiro de dois filmes que a fabulosa Bette Davis viria a fazer com a lendário estúdio inglês Hammer, mais conhecido por clássicos de série B. O segundo filme de Bette Davis com o estúdio foi The Anniversary (1968).
Mesmo tendo sido lançado após o sucesso de Hush... Hush... Sweet Charlotte (1964), Bette Davis já estava numa fase de declínio onde os papéis que lhe eram atríbuidos já não eram tão bons e as suas participações, segundo dizem, eram aceites pelo número de cenas em que aparecia e não pela importância da personagem interpretada. Mas mesmo assim, o profissionalismo e a técnica da actriz eram irrepreensíveis e mais que suficientes para elevar a qualidade de qualquer produção desse mesmo período. The Nanny (1965) tinha tudo para ser um filme tipico de série B, mas a representação de Bette Davis, principalmente quando junto com William Dix, transformam as cenas num drama psicológico de uma tensão assoladora.
A história conta que depois de passar dois anos num colégio interno/reformatório devido a um acidente em que supostamente afogou a sua irmã menor na banheira, Joey de 10 anos (William Dix), volta para casa e o que os seus pais, Virginia e Bill querem é o regresso á normalidade no seio familiar. No entanto, pouco tempo depois, suspeitas ressurgem novamente em volta do pequeno Joey, quando a sua mãe é envenenada, mas Joey insiste que teria sido a Ama (Bette Davis) a responsável, uma senhora amável que trabalhara há anos para a família e que teria sido também a Ama da mãe dos menores.
Sem ninguém que acredite nele, Joey vê a sua Ama como outra pessoa, como alguém que ele também acredita ser a responsável pela morte da sua irmã.
A gestão da tensão, imbutida pelo brilhante argumento, é algo de fabuloso e anos de luz á frente do que era feito até então dentro do género e atrevemo-nos mesmo a dizer que mesmo vendo hoje o filme pela primeira vez, 45 anos depois, este continua a ser algo de absolutamente supreendente. Nunca sabemos até ao final se estamos perante ideações paranóides ou ideias persecutórias por parte da criança, ou se na realidade a Ama é o mal personificado.
Enormissimo aplauso em pé para Bette Davis, para um jovem actor de nome William Dix e para o realizador Seth Holt. Imperdível

sexta-feira, agosto 20, 2010

Black Swan (2010)

A tripulação de bordo pede aos passageiros que endireitem as cadeiras, apertem os cintos, recolham os tabuleiros porque a viagem irá ser atribulada, muitos poços de ar, percas de pressão, voos razantes e turbulencia.
O novo filme de Daren Aronofsky estreia em breve e já anda a ser elevado a filme de culto. Descubram-no.

quarta-feira, agosto 18, 2010

The Devil Rides Out (1968)

The Devil Rides Out, também conhecido como The Devil's Bride, foi um dos grandes sucessos dos estúdios Hammer, baseado no best seller de Dennis Wheatley de 1934. O argumento do filme, dirigido pelo mestre Terence Fisher, é uma adaptação bastante fiél ao livro, com as filmagens a terem o seu inicio nos estúdios a 7 de Agosto de 1967. A rodagem do filme durou cerca de um mês e chegou aos EUA com o título "The Devil's Bride" a 18 de dezembro de 1968.
Terence Fisher conseguiu com este seu filme uma fotografia extremamente apurada, uma excelente direcção de arte, uma atenção ao detalhe bastante acima da média do que era então produzido e sobretudo a grande mais valia é sem dúvida o grande Christopher Lee, inclusivé o filme foi feito porque Lee foi o grande impulsionador da idéia de passar para a tela a obra de Dennis Wheatley.
Ainda nos dias de hoje, sempre que Christopher Lee fala sobre o seu periodo na Hammer, considera este filme o seu favorito e declarou por diversas vezes de que gostaria de ver um remake da produção com ele mesmo no papel de um Duc de Richleau (personagem interpretada por Lee no filme), mas mais maduro.

terça-feira, agosto 17, 2010

The Hammer Collection Boxset (1960-1970)

Os estudios Hammer nasceram em 1948 e foram fundados por Will Hammer e Sir John Carreras, dentro da lógica de que os filmes de terror fantástico deveriam ser de entretenimento, contando uma boa história. Esta lógica seria defendida por Carreras e quase que referendada por Hammer. Apesar dos orçamentos baixos, o estúdio lançou filmes dentro dos típicos padrões de Hollywood dos anos 50, mas assumindo uma tradição que vinha do teatro inglês e francês, principalmente com base no Théâtre Grand Guignol, de Paris.
No entanto, viria a ser a televisão quem, indirectamente, faria com que os Hammer Studios tivesse os seus primeiro sucessos. A televisão britanica produziu na década de 50 uma série de ficção-científica chamado The Quatermass Experiment, baseada no personagem Bernard Quatermass, ciêntista que enviara um foguete para o espaço e quando este regressou, trouxe uma forma de vida alienígena que tomou conta do corpo do astronauta enviado para comandar a missão. A Hammer fez um versão cinematográfica da série, The Quatermass Xperiment, em 1955, logo seguido de sequelas: X the Unknown, de 1956; Quatermass II, de 1957. O sucesso destes filmes e dos monstros alienígenas que eles apresentavam estimulou o estúdio a investir no cinema fantástico/horror/sci fi. Um dos acontecimentos que jogaria a favor da explosão da Hammer foi o facto da Universal Pictures estar a abrandar a sua produção de filmes de terror, dando a oportunidade á Hammer em fazer um acordo com o estúdio norte-americano conseguindo os direitos de Frankenstein e Drácula. Para grande surpresa surpresa dos mundo do cinema e da própria Hammer, o filme The Course of Frankenstein (dirigido por Terence Fisher, com guião de Jimmy Sangster e com participações de dois actores até então desconhecidos Peter Cushing e Christopher Lee) tornou-se um inusitado sucesso de bilheterias. Filmado em Technicolor, o filme mostrou o personagem de Mary Shelley como nunca tinha sido visto até então: com cores e bastante violência. Os Est+udios Hammer utilizavam praticamente sempre a mesma equipa técnica e de actores, filmavam vários filmes em simultaneo e de uma destas produções (junto com a Universal, que, além de financiar metade do filme, fazia a distribuição internacional) nasce o filme Horror of Dracula, fazendo um sucesso ainda maior do que seu antecessor e imortalizou Christopher Lee como o segundo grande Drácula do cinema (o primeiro tinha sido o eterno Bela Lugosi). A partir destes dois filmes, a Hammer nunca mais parou de produzir e fazer sucesso. Com histórias simples, aproveitando-se da imagem popular dos personagens de terror, usando habilmente as cores e o sexo (as mulheres eram escolhidas pela sua beleza, sensualidade e seios grandes, sendo que quase sempre eram vestidas com roupas de decotes bastante generosos). Christopher Lee faria várias vezes o personagem Drácula e Peter Cushing seria conhecido como o seu eterno nemesis - Van Helsing.
A Hammer Collection Boxset é uma edição em DVD absolutamente fabulosa. Contém cerca de 21 DVD, nos quais estão armazenados os 21 clássicos dos estúdios Hammer, com uma mão cheia de extras (documentários/trailers/comentários aúdio), fazendo-se menção honrosa ao filme The Nanny, disponível pela primeira vez em formato digital. A box contém: 'Blood From The Mummies Tomb', 'Demons Of The Mind', 'The Devil Rides Out', 'Viking Queen', 'Dracula, Prince Of Darkness', 'Fear In The Night', 'Frankenstein Created Women', 'The Horror Of Frankenstein', 'The Nanny', 'One Million Years BC', 'The Plague Of The Zombies', 'Prehistoric Women', 'Quartermass And The Pit', 'Rasputin The Mad Monk', 'The Reptile', 'The Scars Of Dracula', 'SHE', 'To The Devil A Daughter', 'The Vengeance Of SHE', 'Straight On Till Morning' and 'The Witches'. Absolutamente imperdível.
A primeira crítica de uma série que iremos fazer, será do filme The Devil Rides Out (1968), também conhecido por The Devil's Bride.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Christine (1983)

Nasceu em Detroit - esta é talvez a melhor forma de descrever o ínicio de um dos grandes filmes de John Carpenter, adaptado de uma obra de Stephen King. Forjado numa linha de montagem de automóveis. Mas não é um carro qualquer. No interior do seu chassi esconde-se o próprio diabo. Christine - um Playmouth Fury de 1958 -, vermelho e branco, tem um insaciável desejo de vingança, capaz de gelar o sangue a qualquer um e de destruir todo aquele que se mete no seu caminho. Seduz Arnie Cunningham (Keith Gordon ), um rapaz de 17 anos, apaixonado por aquelas linhas estilizadas e curvilíneas, como se de uma mulher se tratasse. O automóvel exige uma devoção absoluta e incondicional, e se alguém tentar intervir, a morte é certa.
O cinema a partir de meados da década de 70 começou a ser invadido com filmes que visavam um filão recém-descoberto que renderia muito dinheiro às produtoras: o público adolescente. Histórias sempre de jovens banais, com problemas "banais" em situações completamente "banais" era o que se tinha de sobra. Esse padrão era quase constante, com pouquíssimas exceções de filmes adolescentes que mantinham um certo rigor tanto no argumento, como na direção.
Christine tem a direção do grande John Carpenter que mais uma vez brilha, ditando um ritmo claustrofóbico e proporcionando uma mão cheia de enquadramentos genias (ah! aquele widescreen fabuloso)
Para muitas pessoas na faixa dos trinta anos este é mais um filme de referência, simbolizando a sua própria adolescência e uma geração, mas este é também uma das poucas adaptações da obra de S. King (contam-se pelos dedos de uma mão) que realmente funciona de forma soberba.
É um filme para recordar e para descobrir sem restrições algumas.

terça-feira, julho 27, 2010

Galaxy Of Terror (1981)

Se é para escrever de cinema Sci-Fi trash de "boa qualidade" não vamos mais longe, porque estamos a falar de Galaxy of Terror produzido pelo grande Roger Corman.Galaxy of Terror (1981) é uma produção de Roger Corman que tentou na época apanhar o comboio do filme Alien (1979), de Ridley Scott. Também há referências a diversos outros filmes do género ao longo dos seus oitenta-divertidos gorentos- minutos, com bons momentos de gore do melhor que os Z-Movies nos podem dar. A película foi dirigida por D. B. Clark, senhor que hoje faz parte da equipa de produção de um senhor chamado James Cameron (Avatar).
A História é passada num futuro distante, nas profundezas insólitas do espaço sideral, em que a nave espacial Quest parte em missão de resgate de sobreviventes de uma outra nave, a Remus (epa! isto soa-nos a...Alien), que ficara encalhada no sinistro planeta Morganthus, mas eis que qual não é o azar dos nossos protagonistas quando dão de caras com uma orde de alienígenas áv
idos de sangue do pior, que por sua vez habitam uma espécie de pirâmide gigante no meio do planeta (muito bom!). Os nossos protagonistas, num acesso de parvoice e estúpidez (até parece que não vêm filmes!), decidem ficar e investigar o planeta e seus "alegres" habitantes. Roger Corman presenteia-nos com outra mistura bizarra entre ficção científica e terror, que ficou também conhecida como Mindwarp: an Infinity of Terror ou Planet of Horrors (brutal!). Esta modesta fita apresenta alguns dos cenários campy mais bizarros já vistos, com uma profusão de cores de fazer provocar convolsões em qualquer epilético e misturando-se com uma fotografia meio obscura, provocando um contraste por vezes bastante...bizarro!O inicio do filme tenta criar uma atmosfera meio mística que acaba por perder toda a importância no decorrer da história, com a "gorisse" a entrar sempre a abrir, sem dó nem piedade. A estética campy do filme faz-nos lembrar vagamente O Planeta dos Vampiros (1965), fantástica película de Mario Bava, com referências a outro clássico absoluto dos anos 50: Planeta Proibido (1956), de Fred M. Wilcox. O elenco é uma sucessão de rostos desconhecidos, exceto um: Robert Englund, que alguns anos mais tarde ficaria famoso ao encarnar Freddy Krueger.
Para ajudar á festa a Shout! Factory lançou uma edição em Blue-Ray do filme pejadíssima de extras, como se tivessemos perante o Senhor dos Aneís, vá-se lá saber porquê.
Extras:
• Commentary track with actress Taaffe O'Connell, Make-up artists Allan Apone, Alec Gillis and production assistant David DeCoteau
• Tales From the Lumber Yard: The Making of Galaxy of Terror (1:02:54 in HD!)• New Worlds: Producer Roger Corman, screenwriter Marc Siegler and director Bruce D. Clark discuss the origins of the film
• The Crew Of The Quest: Actors Robert Englund, Sid Haig, Taaffe O Connell and Grace Zabriskie discuss their experiences as crew members of the Quest
• Planet Of Horrors: A detailed look into the creation of the memorable sets of the film and alien landscapes • Future King: Memories of co-production designer (and future visionary filmmaker) James Cameron from members of the cast and crew
• Old School: A journey into the complicated mechanical and makeup effects with artists Allan A. Apone, Douglas J. White, Alec Gillis and others
• Launch Sequence: Co-editor R.J. Kizer walks us through postproduction and a profile on composer Barry Schrader
• Theatrical Trailers
• Extensive Photo Galleries Including Posters, Production Sketches And Designs
• Theatrical Trailer With Commentary From Writer/Director Joel Olsen, Courtesy Of Trailersfromhell.com
• Script in PDF format
• Notes inside case from Jovanka Vuckovic
este texto cagou no acordo ortográfico

segunda-feira, julho 26, 2010

In The Mood For Love (2000)

Na ausência de um novo grande filme de Wong Kar-Wai? Escrevemos acerca do irrepreensível e perfeito In The Mood For Love (2000).
O realizador Wong Kar-Wai estabeleceu-se como um cineasta autor. Através da cor e da luminosidade constrói toda uma narrativa baseada nos simbolismos que daí advêm criando o seu próprio estilo. Cada cena é meticulosamente ensaiada e posteriormente filmada de forma a obter exactamente aquilo que visualmente pretende. É um daqueles cineastas perfeccionistas que assumem o cinema como forma de arte, mas que paradoxalmente dá aos actores uma grande margem de manobra ao improviso.
Baseado nesta premissa, poderia ser apenas mais um filme romântico. No entanto, as interpretações, as situações vividas e os pequenos detalhes desenrolam a narrativa duma forma única e visualmente cativante. Wong Kar-Wai cria um mundo visual onde cada frame corresponde a uma fotografia de uma beleza rara. É um filme que vive sobretudo da insinuação em detrimento da concretização. Há um enorme amor entre os personagens principais, Lin e Chow, fortíssimo mesmo, mas em última análise impossível de concretizar.

As performances dos dois actores são sublimes, sendo capazes de transmitir uma sensualidade e desejo quase cerebrais, fruto de uma relação platónica, baseada na sugestão. Apesar dos protagonistas falarem muito pouco em cada cena, conseguem transmitir ao espectador a crescente paixão e emoção entre eles, cada vez que aparecem juntos no écrân.
A estética do filme é desenvolvida através do uso extremo da luz e cor, tendo, portanto, a música um papel preponderante, na criação do ambiente. Com poucos diálogos e uma montagem quase marginal, Wong Kar-Wai repete alguns temas musicais, em determinadas cenas, para enfatizar o estado emocional dos protagonistas e suportar a bela fotografia.
Realizado a partir de um argumento quase inexistente e privilegiando a improvisação, “In the mood for love” é considerado por muitos como a obra-prima do realizador de Hong-Kong. Poderá, no entanto, ser um filme de difícil visualização, uma vez que é único na abordagem artística que faz ao género romance, tantas vezes destruído pelos clichés lamechas dos homónimos americanos do género. Para ser visto com disposição e atenção.

The Ghost Writer (2010)

Apostamos que estava tudo á espera da crítica a Inception de Chris Nolan? Pois bem, não iremos tecer nenhum ensaio acerca do filme de Christopher Nolan, mas simplesmente escrever: "Obra Prima" e sim "é substâncialmente um degrau acima de Dark Knight". É simplesmente um filme...não! É simplesmente "O" filme, do qual saimos de boca aberta feitos parvos e do qual seria absurdo escrever. Como é que se escreve sobre algo "indescritivel"? A resposta é nada escrever e simplesmente pedir que o vão ver.
Depois deste descargo de consciência, vamos ao filme que nos trouxe aqui hoje. Ghost Writer ou o Escritor Fantasma, como preferirem, é o último filme de Roman Polanski e caros leitores é um regresso em cheio para o realizador.
Numa era em que somos constantemente bombardeados com os efeitos especiais de última geração, com a moda do 3D (mas afinal vamos ao cinema para ver cinema ou para ver - "olhem o que conseguimos fazer com as nossas camaras xpto...o filme é uma bosta, mas tem grandes Fx e 3D"?) e com todos os super-herois da banda desenhada a ganharem vida, inclusivé aqueles que estavam no fundo do baú (Quanto mais a Marvel poderá raspar o fundo ao tacho?); eis que nos chega um filme que não tem nada disto. Em Ghost Writer não há cá 3D, nem efeitos digitais de encher o olho, mas sim um elenco de bons actores de fazer inveja á maior parte dos blockbusters de verão.
Ghost Writer não é só o regresso de Polanski ao thriller, mas sim um grande grande grande filme. É um suspense político recheado de traições e mistério. Ewan McGregor é o personagem título, contractado para continuar a escrever as memórias de Adam Lang (Pierce Brosnan), um ex primeiro ministro britânico, após a misteriosa morte do seu outro escritor fantasma. Quando o político é acusado do envolvimento com crimes de guerra, o trabalho, que já era perigoso, passa a tomar enormes e perigosas proporções, a ponto de colocar a vida de ambos em risco.
Se tivessemos de dar nota 10 a algum filme esta semana, esse seria Ghost Writer. Já Inception de Chris Nolan iria para uma nota 11 de 0-10 (exacto!).
Esta crítica foi escrita a cagar no acordo ortográfico

quinta-feira, julho 22, 2010

Seir presents The Mute Orchestra (2010)

O novo album do nosso artista electrónico de serviço. É só clicar na imagem.

terça-feira, julho 20, 2010

The A Team (2010)

Depois de algumas semanas de iato e sejamos honestos, também alguma falta de tempo para escrevermos sobre cinema, eis que lá vimos qualquer coisa que nos deu vontade de escrever.
The A Team, Soldados da Fortuna para a geração que se recorda da série de TV, é o novo filme de Joe Carnahan, responsável pelo "Grande" Narc (2002) e pelo treslocado Smokin' Aces (2006) e é a adaptação para a grande tela da já referida série de TV.
As críticas são muitas, algumas positivas outras tantas acentuadamente negativas, mas vamos por pontos: 1º estamos perante o típico blockbuster de verão, sem grandes pretensões a não ser proporcionar 1h40m de pura diversão sem deixar grande espaço para reflexões; 2º é um filme "absolutamente" alucinado, não tão genial como Smokin' Aces, mas com uma grande dose de humor de diálogo e físico; 3º as sequências de acção não são de todo para levar a sério e funcionam assumidamente como "gozo" puro, onde é evidente que algúem se divertiu imenso a rodar o filme; 4º o casting está na mouche numa altura em que raros são os casos em que os estúdios apostam em grandes vedetas, salvando a excepção do sr. Liam Neeson no papel de Hannibal; 5º o argumento vai de "A" a "B" sem grandes surpresas, mas com muita maluqueira e parvalheira pelo meio...e sim não é Shakespeare...se quisermos uma comparação é a antítese do novo filme de Polanski; 6º as guide lines da história original e dos seus personagens está lá, desde o medo de andar de avião de BA, apesar de que esperavamos uma maior dose de "loucura" na personagem de Murdock; 7º O filme conta a história de como os nossos heróis se tornaram as personagens que conhecemos e nos recordamos da série original.
Sem grande floriados e sem uma grande cereja em cima do bolo, estamos perante um eficaz filme de verão, que só pretende ser isso mesmo, um "deixem o cérebro á porta e venham divertir-se connosco" e é isso que se exige de um filme de verão. Sem grandes instrospecções, algo que muito provavelmente esta semana não se irá sentir quando virmos o muito aguardado e filme de culto automático Inception de Christopher Nolan.

quarta-feira, junho 09, 2010

True legend (2010)

Chama-se True legend e é o novo opus do cinema de acção de hong kong, na sua vertente wuxia, pela mão do conceituado coreógrafo e realizador Woo-ping Yuen. Para quem tem estado nos últimos 10 anos em estado comatoso, Woo Ping é o senhor de idade, com passado em ballet clássico e artes marcias, sendo o crânio responsável pelo design das cenas de acção da trilogia Matrix.
True legend não é a maior obra prima do mundo, está longe de ser um grande filme, mas o objectivo não é esse, mas sim um pavonear de estilo e coreografias anti-gravitacionais absolutamente fabulosas, como só o mestre sabe encenar. E se há uma coisa que Ping sabe fazer na perfeição é o bailado mortal dos corpos, sublime, cheio de pormenores, com um sentido de ritmo impar, de nos fazer cortar a respiração e de ficarmos agarrados ao sofá por cada levitação que vemos no ecrã.
A obra de Ping atrás das câmaras, mais precisamente na cadeira do realizador, não é Shakespeare, mas a arte que imprime nos movimentos e na autêntica dança que imprime aos corpos é sem dúvida um trabalho impar no mundo do cinema só comparada a outro Woo de nome John.
Woo-ping Yuen usa a artilharia toda neste seu filme, contando com um bom naipe de actores, de onde se destaca a fabulosa Michelle Yeoh, há muito ausente das telas. Recomenda-se para os amantes do desafio á gravidade.

quinta-feira, maio 27, 2010

Jamie Lidell - Compass (2010)

Conhcemos Jamie Lidell há já bastante tempo, desde os primordios em que fazia techno e electrónica pura e dura com projectos como Supercollider, mas eis que do nada, sem esperar grande novidade, Jamie lança o primeiro album a solo, estavamos então em 2006. E que estrondo! Esperavamos mais do mesmo pum-se-pum, mas puxaram-nos o tapete e caimos ao chão desamparados quando nos apercebemos que estavamos perante um dos mais originais e inventivos albuns de soul e funk.
Damos um salto de cinco anos, com um segundo album menos interessante pelo meio e eis que nos chega o terceiro album de Lidell; e se á terceira vez costuma ser de vez, JL acertou em cheio. Se tivessemos que escolher dois discos para levar para uma ilha deserta, seriam "Bodily Functions" de Matthew Herbert e este "Compass" de Jamie Lidell.

A nova soul não é Byonce, Rihanna's, Usher e outros tantos iguais. A nova soul é Compass, o novo funk é Compass, é um dos discos mais surpreendentes dos últimos 10 anos, não só ao nível da voz inconfundivel de JL, que tem a voz branca mais preta do mundo, mas também ao nível de produção. E na produção caiu-nos tudo...Esqueçam tudo o que ouviram até hoje, deitem as regras pela janela fora, porque a cada audição vão descobrir coisas novas. É um disco de um músico em estado de graça e em estado de arte, só é pena que ainda não esteja em nenhum cartaz de verão ou com concertos agendados para Portugal.
Deixamos um video de ensaio de uma actuação ao vivo e garantimo-vos que irão ficar de boca aberta.

quarta-feira, maio 26, 2010

Lili's Soulphiction (2010)

Esta foi talvez a faixa mais complicada alguma vez feita pelo nosso artista electrónico de serviço. É uma harmoniosa caldeirada dos mais diversos estilos, que vão desde a soul, rn'b, house, tech-house, minimal, etc. Tudo! Sintetiza tudo o que poderão ouvir no album. Para ouvirem, já sabem, basta clicar na foto.
A próxima aventura, segundo nos consta, será a última música a ser postada aqui antes do post do disco, anda já com o título provisório de "Skin" e em três palavras define-se: breakbeat, jazz, soul, rn'b e...rock progressivo. Exacto!

segunda-feira, maio 24, 2010

Coming Soon

Com a missão incunbida de regressar ás origens, inspirado pelo funk, soul, house, breakbeat, rn'b, hip hop, hip house e afins, está para breve a nova incursão musical do nosso artista electrónico de serviço. Até lá fiquem com o myspace.

segunda-feira, maio 17, 2010

Detective Dee and the Mystery of the Phantom Flame (2010)

Detective Dee and the Mystery of the Phantom Flame é "O" filme mais badalada no continente asiático este ano. Ainda em fase de pós produção, este é sem dúvida o regresso em grande para Tsui Hark, e o filme asiático a ter em conta este ano.

quinta-feira, maio 13, 2010

Higher Learning (1995)

John Singleton foi o nome a reter no inicio dos anos 90, com um pequeno grande filme chamado Boyz in the Hood, o qual foi nomeado para o Oscar de melhor realizador em 1991. O realizador renovou e ressuscitou o cinema negro, que até á data se circunscrevia a dois géneros: o blackxploitation nos anos 70 e as comédias no final dos anos 80 com Eddie Murphy's e outros tantos. Com Boyz in the Hood, Singleton apresenta uma abordagem aos problemas sociais dos afro-americanos da classe média-baixa, fazendo um retrato bastante realista do que era viver nos subúrbios de L.A., contanto a história de um pai que tenta dar a melhor educação ao filho no meio de um bairro problemático controlado por gangs.
Cerca de quatro anos depois, com um par de filmes desinspirados pelo meio, Singleton volta á carga, desta feita com Higher Learning; a acção passa-se na Universidade de Columbus em Nova Iorque, e narra o dia-a-dia de três protagonistas, três caloiros: Malik Williams (um atleta negro, que quer fazer o que acha ser correcto para se afirmar como cidadão num país que considera racista), Kristen Connor (a típica girl next door provinda do interior americano) e Remy (com dificuldades em se relacionar com os outros e que acaba por se envolver com um grupo neo-nazi). Singleton adopta aqui uma postura biográfica, procurou retratar a sua época universitária (em UCLA), os conflictos raciais entre os alunos, a dificuldade de se relacionar com os outros, etc. E conduz um enredo com mestria, deixando tudo acontecer a seu tempo.
Não estamos perante um filme panfletário, como muitos afirmam, mas sim um retrato da juventude americana, como um todo, sem puxar para o lado dos negros ou dos brancos, dos heterossexuais ou dos homossexuais, das mulheres ou dos homens. Mostra a ignorância de ambos os lados dessa suposta “guerra racial e ideológica” e demonstrando que ambas as partes parecem não saber contra o que lutam.
Não estamos perante uma obra prima, nessa perspectiva Boyz in the Hood conseguiu ir muito mais longe, mas estamos sim perante um filme feito de forma extremamente competente, com algumas boas interpretações, uma história bem contada e com um naipe de actores que mais tarde (hoje!) são sobejamente conhecidos e que estariam em inicio de carreira em Higher Learning. Recomenda-se.

segunda-feira, maio 03, 2010

The Stuntman (1980)

Cameron é um fugitivo da polícia, que acidentalmente causa a morte de um duplo de cinema durante as rodagens de um filme. Eli Cross (magistralmente interpretado por Peter O'Toole) é o realizador do filme que ao se aperceber que Cameron anda fugido á justiça, diz ás autoridades que este faz parte da equipa de filmagens. Em troca exige que este trabalhe como o duplo que morreu em cenas cada vez mais arriscadas, fazendo-o pensar na possibilidade de poder morrer durante as filmagens a fazer algo completamente impossível.
Existem múltiplas leituras e formas de se apreciar este filme. Como um filme sobre os bastidores do cinema, inclui-se na categoria do filme dentro do filme. Como um filme de arte é uma obra que, justamente, mereceu três nomeações aos Óscares, inclusive de Peter O'Toole como melhor actor (perdeu para Robert de Niro, em "O Touro Enraivecido") e a Richard Rush como melhor realizador.Mas é como filme fábula, de autor, artisticamente irrepreensível, quase surrealista em alguns momentos, com nítidos e claros elementos em comum com o clássico de Fellini - Oito e Meio (1963), que The Stuntman é referenciado pela critica como um dos filmes mais fascinantes e simplesmente perfeito da sua década.
The Stuntman prova que mesmo nos Estados Unidos, filmes que ousam utilizar uma linguagem menos convencional e se propõem a tocar o dedo em certas feridas e temas perigosos acabam por ser penalizados, como foi o seu caso, realizado em 1979, por um produtor independente - Melvim Simon, permaneceu meses nas prateleiras, sem obter um lançamento digno da sua importância. O seu realizador, Richard Rush, chegou a sofrer um enfarte de tanta preocupação com o filme e o próprio actor Peter O'Toole teve que utilizar a sua fama e prestígio para quebrar a barreira de silêncio que se impôs a respeito desta obra. Finalmente lançado nas salas, "The Stunt Man" obteve um grande acolhimento da crítica e concorreu aos Óscares de 1981, com 3 nomeações.
A obra de Richard Rush é sem dúvida um de poucos filmes a abordar a temática da "paranóia" de forma exemplar (atrevemo-nos mesmo a dizer "de forma perfeita"), a par com outros poucos tais como: Repulsa (Roman Polanski) e O Jogo (David Fincher).
The Stuntman tem uma atmosfera onírica extremamente bem conseguida, um sentido de ritmo assustadoramente apurado, um argumento brilhantemente bem escrito, um excelente naipe de actores, uma banda sonora "brutal" e aqui chamamos a vossa atenção para o fabuloso genérico inicial do filme, com o tema principal da banda sonora, que muito dificilmente poderão dizer que desconhecem.
Caros leitores, se o objectivo é ver cinema com "C" grande do final da década de 70, as escolhas são efectivamente poucas e The Stuntman está no topo da lista.

segunda-feira, abril 26, 2010

My Definition (2010)


My Definition é uma viagem ás origens da house music e é o primeiro cheirinho para o disco "Riot".

sexta-feira, abril 16, 2010

Nordwand (2010)


Philipp Stölzl é a next big thing do cinema alemão. Directamente da nova geração de realizadores de video-clips e publicidade, responsável pelos videos "Du Hast" e "Du Riechst So Gut 98" dos Rammstein, Stölzl foi o responsável pela "bomba" chamada Nordwand (North Face). Vamos escrever outra vez em caps lock - Nordwand=BOMBA.

Assim que recuperarmos vamos escrever sobre esta coisa.

quinta-feira, abril 15, 2010

Robogeisha (2010)

Que escrever acerca de Noboru Iguchi? Que escrever acerca do seu útimo filme - Robogeisha? Confessamos que estavamos bastante contentinhos com a possibilidade de voltar a escrever sobre cinema trash, mas depois de visionarmos este tão ansiado Robogeisha, que teve direito a um trailer fabuloso que por si só já é um acontecimento, confessamos que ficamos com um gosto amargo de boca. Não é que o filme, dentro do género seja mau de todo, pois até é suficientemente estúpido, absurdo e over the top para ser um verdadeiro cine trash; mas a realidade é que fica aquém das expectativas. Assim, onde o filme anteriour de Noboru Iguchi - Machinegirl - reinava de forma soberbamente inventiva, com uma série de momentos gore inacreditáveis e um plot ao estilo do melhor revenge movie xunga, este Robogeisha peca por um argumento bastante mais pobre (se é que isso é possível), tem de facto um par de sequências bem boladas, inventivas e divertidas, de onde se ressalva o ataque do edíficio assassino e destruir uma cidade, onde os prédios se esvaiem em sangue (sim leram bem! esvaiem-se em sangue literalmente).
O que fica é sem dúvida uma permissa parva e digna do melhor cine xunga - uma geisha robot com muitos gadgets a la Inspecteur Gadget que servem um único propósito: para chacinar tudo o que lhe aparece á frente. O resto é demasiado redutor e insipido para termos "um grande mau filme", não chegando este a ser tão mau que até é bom.
Pois bem, para quem procura "bom" cinema trash este não será o filme a ver, deixamo-vos antes o conselho do demo para darem uma vista de olhos a Machinegirl (bem melhor...ou talvez não...ou seja, se souberem ao que vão ficarão satisfeitos).

segunda-feira, abril 05, 2010

The Girl Who Played with Fire (2010)

Como um realizador faz claramente a diferença! Este poderia ser o título do post referente ao segundo tomo da trilogia Millenium da autoria de Stieg Larsson e que não seria um título totalmente injusto.
The Girl Who Played with Fire sofre claramente de um problema de ritmo, de uma tentativa extremada de condensar uma obra literária em 2 horas de filme, o que conduz a uma fragmentação narrativa mais do que evidente. É verdade que existe um cuidado em estabelecer uma ponte do primeiro filme para este, mas também é verdade que estamos a falar de duas histórias independetes, apesar dos pontos de contacto estabelecidos em função das personagens.
O problema não está na história que teria pano para mangas nas mãos de um competente realizador; o problema está sim na edição (claramente na mesa de montagem se faz um filme), na direcção de actores (onde a primeiro filme demonstra a sua garra, este fica bastante aquém do desejado) e numa fotografia que comparativamente com o primeiro tomo é deveras atroz.
É suposto estas coisas serem ao contrário, é suposto haver um crescente de sequela para sequela, é suposto os problemas típicos do cinema americano não acontecerem no europeu, mas também é verdade que a partir da estreia do primeiro filme, muito cedo os produtores perceberam que estavam perante uma máquina de fazer diheiro e o resultado foi um filme rápido e ás três pancadas. E depressa e bem não há quem!

quinta-feira, abril 01, 2010

The Girl With The Dragon Tattoo (2010)

Stieg Larsson pôs meio mundo do circuito literário ao rubro com a sua trilogia Millenium e depois morreu em 2004! A trilogia literária vendeu cerca de 12 milhões de livros no ano de 2009, tendo sido quase impossivel não ter visto os seus livros espalhados por tudo o que era sítio, livrarias, supermercados, fnac's e afins. A milhas de distância de Dan Brown, Larsson é um daqueles raros casos de um escritor que suscitou um autêntico hype mediático, sem ter escrito absolutamente nada de controverso que alimenta-se uma bem oleada campanha de marketing que "fez" o que é hoje Dan Brown.
Pois bem, quando temos um best seller geralmente acabamos por vir a ter um filme, neste caso três, para ver se se consegue fazer render melhor o "peixe". Só que neste caso a "coisa" saiu bem melhor do que se estaria á espera, aliás corrigimos - "bastante bem melhor mesmo" - ao ponto de estarmos a falar de um excelente thriller, com sentido de estética apuradíssimo, uma fotografia exemplar sem ser mágnifica, um ritmo muito bem conseguido mesmo e uma adaptação, que segundo quem sabe, está do mais fiel possível á obra de Larsson. Com a mais valia de estarmos a falar de um filme sueco e como é lógico falado em sueco, facto que para aqueles mais ariscos a ver filmes que não sejam falados em inglês (claramente não é o nosso caso) não deverá ser uma justificação para passar ao lado desta obra.
O filme conta com sólidas representações, com especial foco para Noomi Rapace, simplesmente "brutal", sendo daqueles personagens á beira do abismo do over acting e do kitch (só pelo guarda roupa), mas que em momento algum se deixa cair nele. E como diz um grande realizador chamado John Woo - "os grandes autores e interpretes são aqueles que conseguem estar perto do abismo do rídiculo sem nunca cairem nele".
Ok! Não é uma obra prima, mas é um dos thrillers mais competentes e entusiasmantes que vimos nos últimos tempos.
Para breve "postaremos" a crítica ao segundo filme da trilogia já na calha para ver - "The Girl Who Played With Fire"

quinta-feira, março 11, 2010

A Cross The Universe (2009)

Bem...como é que vamos fazer isto! Pela primeira vez estamos um bocado sem "piu"! É não sabermos o que vamos escrever, pondo em palavras a "psicose" e a delinquência que é Across The Universe! Mas vamos lá por partes porque ainda ninguém percebeu sobre o que é que estamos a escrever.
Em primeiro lugar os Justice são um duo francês de música electrónica, sendo também o porta estandarte do som da Ed Banger (editora que os lançou) e os percurssores do novo french sound. O som dos Justice é inconfundivel, não havendo provavelmente ninguém que ainda não tenha ouvido o single D.A.N.C.E. do seu primeiro e único album - Cross.
Pois bem, "Justice A Cross The Universe" é o documentário da digressão por terras do tio Sam; e caros leitores ou os rapazinhos não batem bem ou isto é tudo uma encenação a la Andy Kaufman. Passamos a explicar da forma mais directa que sabemos: 1º assim que chegam aos EUA a primeira coisa que o tour manager da banda faz é comprar uma arma; 2º os Justice andam sempre alterados por consumos etílicos ou tóxicos; 3º entre os concertos as festas são constantes e a destruição é massissa por onde passam; 4º arranjam tempo para estarem com o vocalista dos Red Hot Chili Peppers e cantam-lhe o Under the Bridge de forma péssima deixando-o atónito; 5º regam as groupies com vodka e chegam a puxar-lhes fogo (sim! aqui não há cá encenação it's all true); 6º partem garrafas na cabeça de fãs agressivos e 7º o documentário acaba com a banda e o tour manager a irem presos por agressão e vandalismo.
Caros leitores estas palavras bastam para perceberem que acabamos de abrir uma nova secção aqui no palhacinho - "Documentário do C*****". È brutal do princípio ao fim, não só para os fãs dos Justice (como nós), mas também para quem não sabe nada da banda, pois esta pérola vale por si. E mesmo que não tivessemos gostado iriamos sem dúvida alguma dizer bem do filme, com medo que eles apareçam por aí para nos dar porrada ;-)

sexta-feira, março 05, 2010

Edge Of Darkness (2010)

Thomas Craven (Mel Gibson) é um veterano da Brigada de Homicídios da Polícia de Boston, e pai solteiro. Quando Emma (Bojana Novakovic), a sua única filha, de 24 anos, é assassinada nas escadas da sua casa, toda a gente assume que era ele o alvo a abater. Mas Thomas rapidamente suspeita do contrário, embarcando na missão de descobrir a vida secreta da sua filha e porque foi morta. A sua investigação leva-o ao perigoso e elusivo mundo das grandes corporações, dos conluios com o governo e do crime. E a um sombrio operacional do governo, Darius Jedburgh (Ray Winstone), que foi mandado para apagar as pistas. A solitária busca de respostas de Craven em relação à morte da filha transforma-se numa odisseia de descoberta emocional e de redenção.
Vamos já por tudo em pratos limpos! Edge of Darkness vai directamente para a secção "filmes do c****", tem um Mel Gibson em regime de abstinência dos Épicos que tem realizado e que regressa aqui ao papel de actor num filme de Martin Campbell (Casino Royale), demonstrando uma sobriedade e contenção extremamente competentes.
Campbell presenteia-nos com um thriller, com soslaios de film noir e uma estética típica do Polar (género cinematográfico francês, que surgiu a seguir á corrente novelle vague, e que retrata maioritáriamente histórias de policias). E caros leitores este filme é um prato cheio de suspense e acção doseadamente pura e dura, sem piroetas e ballet, e que recria a série de tv britânica homónima.
Sem mais palavreado, nós aqui no palhacinho adoramos Edge of Darkness, por ser um thriller á margem do que é feito em Hollywood, por ser um filme rodado nos States com dinheirinho europeu (kudos á BBC Films) e por assumir uma estética thrilleira que muito presamos, onde o tempo toma o seu tempo (redundância estúpida, mas eficaz!). Imperdível!

terça-feira, fevereiro 23, 2010

The Girl With The Dragon Tatto (2009)

The Girl With The Dragon Tatto é a adaptação cinematográfica do livro homónimo de Stieg Larssons, que para quem andou a dormir ou em estado comatoso, é a primeira parte de uma trilogia literária já concluida denominada Millenium. Estes livros têm sido a perdição de muito boa gente, que não embarcaram na febre Twilight e que precisam de algo bastante mais substancial e refinado, apesar das obras de Larssons não meterem vampiros ao barulho, mas sim são obras bastante alicerçadas no real.
Andamos doidos para ver esta primeira adaptação do livro de Stieg Larssons, que ao que sabemos está mesmo muito boa. Assim que o visionemos iremos colocar a crítica aqui.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

The Road (2009)

Vamos já directos ao assunto. Sim é verdade que o filme The Road se baseia num livro conhecidíssimo e bestseller! Sim também é verdade que tem no seu elenco um ilustre Viggo Mortensen e uma ilustre Charlize Theron! E com tudo isto será que gostamos da referida obra? A resposta é um contundente e telegráfico NÃO.
A primeira coisa que é importante a ter em conta é que nós aqui no palhacinho somos sobejamente conhecidos por sermos resistentes á mais vil e violência cinematográfica, seja ela física ou psicológica, basta referir que adoramos o filme Audition de Miike e outros tantos. Então qual é o problema? O problema surge na forma de uma pergunta "Haverá filme mais depressivo e mórbido á face da Terra?", bem a reposta é um novo contundente e definitivo "NÃO".
Com isto queremos dizer que o filme The Road é abominável, insuportavelmente deprimente, de uma morbidez atroz, apesar do excelente desempenho do senhor Viggo Mortensen. No entanto, acreditamos que haja muito boas almas que irão gostar deste filme de ficção científica, com pontos de contacto com Os Filhos do Homem, mas a milhas de distância desse grande filme de verdadeira ficção científica.
Quando acabamos de visionar o filme The Road sentimo-nos completamente deprimidos, como que se um tanque do exército russo tivesse passado por cima de nós. É verdade pode ser um coisa pessoal face ao filme, mas não serão todas as críticas...pessoais?

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Centurion (2010)

Directamente para a secção "fasten your seatbelt", eis que nos chega o muito aguardado último filme daquele que já é apelidade como o herdeiro de John Carpenter.

Depois de nos ter presenteado com o fabuloso Doomsday, o realizador Neil Marshall (The Descent, Dog Soldiers) prepara-se para lançar a nova bomba atómica denominada Centurion. O teaser já anda por aí e caros leitores espera-se o melhor definitivamente.

Bronx Tale (1993)

Bronx Tale é a primeira aventura na cadeira do realizador para Robert De Niro, que infelizmente passou algo despercebido do público, aquando da sua estreia, tendo ido directamente para o circuíto de aluger.
A história situa-se á volta de Calogero Anello, uma criança italiana que vive no Bronx com a sua família. Ele vive com os seus pais, sendo o pai interpretado por DeNiro que é um motorista de autocarro honesto, que nunca se meteu em maus caminhos. No entanto, o ídolo de Calogero é Sonny (Chazz Palminteri, também autor da história e da peça de teatro homónima), o mafioso lá do bairro. O pequeno protagonista sonha em ser Sonny quando crescer. Num dia, sentado na escada da sua casa, a criança presencia o assassinato de um homem que lutava por um lugar de estacionamento. O assassino foi Sonny. Pouco depois, a polícia chega ao local e pede para Calogero dizer quem foi o culpado. Ele delata ninguém, e Sonny acaba criando um laço de amizade forte com o rapaz.
Ao som de uma banda sonora pautada pelas mais belas músicas dos anos 60 e pelo funk dos anos 70, Bronx Tale vai beber a sua inspiração a um outro que Robert DeNiro acabara de fazer 3 anos antes - Goodfellas. Bronx tale é bastante mais suavizado, sem recorrer á violência operática de Scorcese. O filme de DeNiro é antes de mais uma obra que se centra na dinâmica da relação pai e filho, aborda de forma inteligente os aspectos da adolescência, dos seus perigos e sobretudo do que é crescer num bairro problemático.
Esta é daquelas obras que fica no nosso coração depois de a vermos, toncando-nos profundamante, sem deixar de ser divertida, inteligente e sem nunca cair no risco eminente da lamechisse que espreita a toda a esquina. Estamos perante um clássico, realizado por um grande actor, que revela um então promissor realizador, mas que infelizmente se tem abstido de continuar a desempenhar esse papel.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Taking Woodstock (2009)

Se houve filme este ano que nos tocou profundamente no coração, ele foi o filme de Ang Lee - Taking Woodstock. E caros leitores que filme! Para não haver dúvidas, este é para nós sem dúvida absolutamente nenhuma um dos filmes do ano e que curiosamente não passou pela lista de nomeados para os Oscares 2009. É efectivamente mais uma injustiça, se pensarmos que no rol dos nomeados se encontra filmes como District 9, que é um excelente filme, mas sejamos realistas não merece tanto.
Com Taking Woodstock, Ang Lee (Brokeback Mountain, O Tigre e o Dragão, Tempestade de Gelo e Ride With The Devil) prova mais uma vez que é "O" cineasta que melhor nos consegue contar episódios da história dos EUA, mesmo não sendo de nacionalidade americana. Este é um dos factos que é mais fascinante na obra de Lee, que em filmes como Ride With The Devil nos conta um pedaço da história da guerra civil norte americana de forma soberba, assim como em A Tempestade de Gelo nos traça um quadro exímio da revolução sexual dos anos 70 nos EUA. Ang Lee é sem dúvida um dos maiores contadores da História anglo saxónica, sem curiosamente ser um americano de gema. E porque é que o consegue? Pela simples razão de estarmos perante um autor de sensiblidade genuína e apurada, que goza de um distânciamento crítico face ao país, o que lhe permite narrar autênticos contos de forma subtil como só um asiático o poderia conseguir.
Taking Woodstock é antes de mais uma fábula sobre o episódio que antecedeu ao concerto mítico de Woodstock, é uma espécie de falso documentário contado de forma leve, divertida e retirando representações enebriantes por parte do naipe de actores. E aqui fazemos um parentises para falar de uma senhora chamada Imelda Staunton, agora a braços com o novo Harry Potter, e que desempanha um papel simplesmente genial digno de nomeação para melhor actriz secundária.
Pensamos contudo que o filme de Ang Lee não foi este ano "bafejado" pela sorte do Oscar, por já ter sido presenteado á relativamente pouco tempo com os prémios atríbuidos a Brokeback Mountain.
É fantástico ver um realizador a vencer a máquina de Hoollywood, mesmo tendo sido apanhado com um menos conseguido Hulk, e a fazer os filmes que obviamente quer, juntamente com o seu amigo de longa data, produtor de todos os seus filmes e argumentista James Schamus, autor deste argumento absolutamente "brutal". Se há filme do ano para o palhacinho, este estaria no topo da lista. Imperdível.

sábado, fevereiro 06, 2010

Harry Brown (2009)


No filme “Harry Brown”, um viúvo idoso ex-oficial da marinha procura vingar o assassinato do seu melhor amigo distribuindo a sua própria forma de justiça. O filme que tem como protagonista o actor Michael Caine, está a ser descrito pela crítica como um “western moderno e urbano”. “Harry Brown” devolve o actor às fitas sobre o crime, género que lhe deu alguns dos seus papéis mais célebres.

Se houve injustiça este ano na nomeação para o Oscar de melhor actor, esta foi a ausência flagrante de Michael Caine. Em Harry Brown o actor tem um dos papeis da sua vida, num filme que tem passado algo despercebido do grande público, mas que a crítica tem aclamado e aplaudido insistentemente, no entanto por ser um filme independente a sua projecção esteve de alguma forma circunscrita a festivais e ao seu país de origem o Reino Unido.

Caine é magistral desde o ínicio com a sua contenção soberba, que aos poucos e poucos vai mostrando um lado cada vez mais sombrio de um personagem que é o herdeiro directo de um outro filme chamado Get Carter, onde novamente Michael Caine foi brilhante. Um dos trunfos inegáveis de Harry Brown é o contraste entre o personagem de Caine, calmo e pacato e o mundo de extrema violência onde este coabita.

Harry Brown é um filme duro, com um murro no estômago a cada esquina, uma viagem ao inferno do submundo do crime londrino, onde o mais inesperado é o anti-herói reformado e abatido de Caine, que progressivamente vai respondendo de forma cada vez mais violenta e agressiva ao mundo opressivo onde vive. Simplesmente mágnifico, não se perdoando a ausência de Michael Caine no rol dos nomeados a melhor actor.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Nomeados para os Oscares


Melhor Filme

Avatar

The Blind Side

District 9

An Education

The Hurt Locker

Inglourious Basterds

Precious

A Serious Man

Up Up in the Air


Actriz Secundária

Penelope Cruz, Nine

Vera Farmiga, Up in the Air

Maggie Gyllenhaal, Crazy Heart

Anna Kendrick, Up in the Air

Mo’Nique, Precious


Actor Secundário

Matt Damon, Invictus

Woody Harrelson, The Messenger

Christopher Plummer, The Last Station

Stanley Tucci, The Lovely Bones

Christoph Waltz, Inglourious Basterds


Actriz

Sandra Bullock, The Blind Side

Helen Mirren, The Last Station

Carey Mulligan, An Education

Gabby Sidibe, Precious

Meryl Streep, Julie & Julia


Actor

Jeff Bridges, Crazy Heart

George Clooney, Up in the Air

Colin Firth, A Single Man

Morgan Freeman, Invictus

Jeremy Renner, The Hurt Locker


Realizador

James Cameron, Avatar

Kathryn Bigelow, The Hurt Locker

Quentin Tarantino, Inglourious Basterds

Lee Daniels, Precious

Jason Reitman, Up in the Air


Argumento Original

Hurt Locker, Mark Boal

Inglourious Basterds, Quentin Tarantino

The Messenger, Alessandro Camon e Oren Moverman

A Serious Man, Joel Coen e Ethan Coen

Up, Bob Peterson, Pete Docter, História por Pete Docter, Bob Peterson e Tom McCarthy