Este poderia ser um argumento para um qualquer filme Grindhouse perdido no espaço e no tempo, mas a realidade ás vezes parece mais estranha do que a ficção. Deste modo, a história acima descrita é absolutamente verídica e o filme nas mãos de Sidney Lumet tornou-se numa obra prima do cinema dos anos 70. Teve seis nomeações e ganhou um Oscar. O Oscar foi para: melhor argumento original (Frank R. Pierson). E ainda foi nomeado para: melhor filme, melhor actor (Al Pacino); melhor actor secundário (Chris Sarandon); melhor realizador (Sidney Lumet) e melhor montagem (Dede Allen).
É uma obra de referência da década de 70, a par com outros filmes como Os Homens do Presidente e Os Incorruptíveis Contra a Droga. O filme acompanha de forma unilateral a visão do personagem de Pacino, que está presente em todas as sequências da longa-metragem, temos praticamente um "monólogo" interpretativo brilhante do actor, que indirectamente discute valores da sociedade, preconceitos e os mass média. Não há práticamente música ao longo da obra para realçar as emoções, que tomamos como verdadeiras: as sequências são tensas o suficiente para nos prender do princípio ao fim. Recheado com um humor-negro de uma era pré-Tarantino, principalmente pelas atitudes ingénuas de Sonny (Al PAcino), o filme é o perfeito exemplo de um género quase documental, muito em voga naquela década.
Um Dia de Cão mostra um Al Pacino frenético em inicio de carreira, um Sidney Lumet em plena forma e recomenda-se vivamente.