Mea Culpa por ainda não termos falado de Russ Meyer! Entre a genialidade e a ridículo esquizofrénico (se é que isso existe), Russ Meyer misturou tudo o que conhecia da cultura Pop emBeyond The Valley Of The Dolls. Conhecido como um dos principais nomes do cinema sexplotation, que equivale às nossas pornochanchadas, foi encarado pela Fox como a luz ao fim do túnel á crise financeira em que o estúdio se encontrava. Nos loucos anos 60, o mundo vivia a mais radical revolução cultural e sexual, o que deixava sem sentido toda pompa das grandes produções de hollywood. Graças a isso, o maldito (para alguns!) Russ Meyer iria finalmente trabalhar dentro da capital mundial do cinema, num dos raríssimos casos onde um então director independente teve absoluta liberdade para criar sem interferência dos executivos da Fox. E ele não se fez rogado. Como a autora do livro O Vale das Bonecas não vendeu os direitos para a sequela de Valley of The Dolls (1967), Fox e realizador optaram por uma espécie de sátira ao submundo do show business interpretada de forma realista na medida do possível.
A história é sobre uma girls band que parte para a Califórnia em busca da fama, sexo e drogas! Tem um ritmo de edição rapidíssimo, coisa que a MTV só faria décadas depois, além de alguns videoclips da banda fictícia The Carrie Nations entrecortando com a história. Sem perder o fio da meada, os vários personagens envolvem-se em situações melodramáticas, hilariamente baratas de fazer o argumentista da pior telenovela mexicana corar de vergonha. Como o céu é o limite ao deboche psicadélico, Beyond The Valley Of The Dolls surpreende-nos até aos seus momentos finais, violento e criativo que dificilmente será esquecido por quem o vier a ver.
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