
Cerca de quatro anos depois, com um par de filmes desinspirados pelo meio, Singleton volta á carga, desta feita com Higher Learning; a acção passa-se na Universidade de Columbus em Nova Iorque, e narra o dia-a-dia de três protagonistas, três caloiros: Malik Williams (um atleta negro, que quer fazer o que acha ser correcto para se afirmar como cidadão num país que considera racista), Kristen Connor (a típica girl next door provinda do interior americano) e Remy (com dificuldades em se relacionar com os outros e que acaba por se envolver com um grupo neo-nazi). Singleton adopta aqui uma postura biográfica, procurou retratar a sua época universitária (em UCLA), os conflictos raciais entre os alunos, a dificuldade de se relacionar com os outros, etc. E conduz um enredo com mestria, deixando tudo acontecer a seu tempo.
Não estamos perante um filme panfletário, como muitos afirmam, mas sim um retrato da juventude americana, como um todo, sem puxar para o lado dos negros ou dos brancos, dos heterossexuais ou dos homossexuais, das mulheres ou dos homens. Mostra a ignorância de ambos os lados dessa suposta “guerra racial e ideológica” e demonstrando que ambas as partes parecem não saber contra o que lutam.
Não estamos perante uma obra prima, nessa perspectiva Boyz in the Hood conseguiu ir muito mais longe, mas estamos sim perante um filme feito de forma extremamente competente, com algumas boas interpretações, uma história bem contada e com um naipe de actores que mais tarde (hoje!) são sobejamente conhecidos e que estariam em inicio de carreira em Higher Learning. Recomenda-se.
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