Esta semana continuamos á descoberta dos filmes da Hammer Studios, contidos na Ultimate Collectors Box Edition e diga-se de passagem que dos dois já visionados, nenhum caiu em saco roto. Tivemos o assombroso The Devil Rides Out e a grandiosa surpresa chamada The Nanny.
The Nanny (1965) é uma adaptação do livro escrito por Marryam Modell e foi realizado por Seth Holt. Este foi o primeiro de dois filmes que a fabulosa Bette Davis viria a fazer com a lendário estúdio inglês Hammer, mais conhecido por clássicos de série B. O segundo filme de Bette Davis com o estúdio foi The Anniversary (1968).
Mesmo tendo sido lançado após o sucesso de Hush... Hush... Sweet Charlotte (1964), Bette Davis já estava numa fase de declínio onde os papéis que lhe eram atríbuidos já não eram tão bons e as suas participações, segundo dizem, eram aceites pelo número de cenas em que aparecia e não pela importância da personagem interpretada. Mas mesmo assim, o profissionalismo e a técnica da actriz eram irrepreensíveis e mais que suficientes para elevar a qualidade de qualquer produção desse mesmo período. The Nanny (1965) tinha tudo para ser um filme tipico de série B, mas a representação de Bette Davis, principalmente quando junto com William Dix, transformam as cenas num drama psicológico de uma tensão assoladora.A história conta que depois de passar dois anos num colégio interno/reformatório devido a um acidente em que supostamente afogou a sua irmã menor na banheira, Joey de 10 anos (William Dix), volta para casa e o que os seus pais, Virginia e Bill querem é o regresso á normalidade no seio familiar. No entanto, pouco tempo depois, suspeitas ressurgem novamente em volta do pequeno Joey, quando a sua mãe é envenenada, mas Joey insiste que teria sido a Ama (Bette Davis) a responsável, uma senhora amável que trabalhara há anos para a família e que teria sido também a Ama da mãe dos menores.
Sem ninguém que acredite nele, Joey vê a sua Ama como outra pessoa, como alguém que ele também acredita ser a responsável pela morte da sua irmã.
A gestão da tensão, imbutida pelo brilhante argumento, é algo de fabuloso e anos de luz á frente do que era feito até então dentro do género e atrevemo-nos mesmo a dizer que mesmo vendo hoje o filme pela primeira vez, 45 anos depois, este continua a ser algo de absolutamente supreendente. Nunca sabemos até ao final se estamos perante ideações paranóides ou ideias persecutórias por parte da criança, ou se na realidade a Ama é o mal personificado.
Enormissimo aplauso em pé para Bette Davis, para um jovem actor de nome William Dix e para o realizador Seth Holt. Imperdível