King Kong, o gorila mais célebre do Mundo, regressou, anteontem, a Nova Iorque, local incontornável da estreia mundial da nova versão realizada pelo neozelandês Peter Jackson. A aventura do gigantesco símio que se apaixona pela jovem loira chega às salas comerciais a partir do dia 14. Portugal, que está incluído na lista de primeiras estreias, recebe o filme no dia seguinte.
O elenco de "King Kong" - Naomi Watts, Adrien Brody e Jack Black fazem o triângulo original da aventura - compareceu em peso numa espectacular antestreia, em pleno coração de Times Square, centro nevrálgico do bairro de Manhattan, em Nova Iorque.
Entre mais de oito mil convidados encontrava-se uma imensidão de actores - Tim Robbins, Glenn Close, Danny DeVito, John Turturro, Will Farrell, Elijah Wood -, destacando-se ainda o poderoso realizador/produtor George Lucas, o 'mayor' de Nova Iorque Michael Bloomberg e a estrela do ténis John McEnroe.
Com um orçamento de 207 milhões de dólares e uma margem de manobra artística sem precedentes, possibilitada pelo êxito de "O senhor dos anéis" - Peter Jackson, que recebeu um salário superior a 20 milhões, teve direito ao 'final cut' -, o realizador materializou aqui um sonho de muitos anos executar a interpretação pessoal do seu filme favorito, aquele que o levou a querer ser cineasta, o clássico de 1933 de Merian Cooper com Fay Wray.
Durante três horas - quase o dobro de tempo da obra original - Jackson, realizador, produtor e co-argumentista, dá vida a esse improvável encontro entre um velho e fatigado gorila, o último da sua espécie, e a bela e jovem Ann Darrow, actriz naufragada numa ilha hostil que seguia a ambição desmesurada de um cineasta. Depois de atravessar mares demoníacos, o público é atirado de chofre para Skull Island, uma ilha infernal povoada por dinossauros monstruosos. "Queria que essa ilha fosse o mais tortuosa possível, cheia de perigos enormes e inimagináveis", revelou Jackson.
O novo "King Kong" marca o regresso à Nova Iorque dos anos 30 que servia de cenário à primeira versão cinematográfica, longe da metrópole moderna do 'remake' de 1976, em que Jessica Lange e Kong se encontravam no topo do World Trade Center. Agora, o venerável Empire State Building, construído justamente na década do primeiro filme, volta a ser o cenário em que o furioso gorila esmaga, com as mãos, dirigíveis e bimotores.
Para retratar a alma dos anos 30, o centro da Nova Iorque da época da Grande Depressão foi reconstruído na Nova Zelândia em quarteirões inteiros, sendo-lhe acrescentados depois 90 mil imóveis, desenhados em computador, por uma equipa de 500 gráficos e especialistas em efeitos digitais. Em três anos, produtores e decoradores visitaram o Empire State Building diversas vezes, reconstruindo o edifício de art déco ao pormenor - as imagens aéreas da cidade são, no entanto, reais e foram dirigidas no local pelo próprio Peter Jackson.
"Estamos extremamente emocionados por voltar aqui e reencontrar King Kong", disse Jackson.
"Apesar de Kong ser uma figura ficcional, este é definitivamente um momento histórico que devemos registar". A propósito, o 'mayor' de Nova Iorque, que liderou as celebrações na cidade, declarou 5 de Dezembro o "dia King Kong" na 'Big Apple'.
* France Press