Untrue de Burial é um disco rodeado de vozes inebriantes, rodeadas pela bruma, imperceptíveis aos ouvidos mais atentos, envoltas no mistério do som e desfazadas da realidade. Parecem evocar contos oníricos que nos emocionam, sem sabermos bem porquê, bombardeiam-nos os ouvidos com extractos de amor, alma, solidão e realidades urbanas. Burial utiliza elementos electrónicos cortados e colados, que se fundem e criam ambientes que extrapolam o género. Respira-se soul em Archangel, uma das músicas mais fascinantes do músico, techno minimal em Raver, e subgraves esmagadores em In McDonalds. Os computadores podem não ter alma, mas a música que aqui se ouve tem muito mais alma e intensidade que mil e uma bandas com instrumentos "verdadeiros". E é com tudo isto que o palhacinho tem a honra de apresentar o disco do ano 2007.
segunda-feira, janeiro 07, 2008
A Escolha do Palhaço para Album do Ano 2007
De quando em quando, há algo que surge de novo que provoca entusiasmo e desperta os sentidos anteriormente adormecidos, ou mesmo dormentes. Em todos os géneros músicais isto acontece, há sempre um esteta de serviço que no seu laboratório executa experimentações sem grupo de controlo, no estilo - "seja o que Deus quiser". Assim foi com Blue Lines de Massive Attack, com Portishead, Matthew Herbert, Kelley Polar, e a lista poderia continuar sem fim á vista.
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