segunda-feira, dezembro 28, 2009

The Box (2009)

Vamos por partes caros leitores: 1º The Box é o regresso de Richard Kelly, realizador do magistral Donnie Darko (já sentimos as orelhas a arder) e do desastre que foi The Southland Tales; 2º The Box é uma aproximação a um cinema mais comercial; 3º The Box é um filme de culto imediato e é um dos grandes filmes de ficção científica/fantástico/thriller do ano (e pronto lá estão as orelhas a arder). Pelo que já perceberam este é daqueles filmes que ou se ama ou se odeia profundamente, como todos os filmes de Richard Kelly; e isto porque Kelly é antes de mais um autor e como todos os autores - faz cinema de autor - e isso irrita muito boa gente. As marcas de autor do cinema de Kelly são bem patentes, por um lado há um complexo cruzamento de géneros cinematográficos; por outro lado, cada vez que vemos um filme de Kelly ficamos com a sensação de que são levantadas questões e mais questões, sendo o espectador convidado a participar no jogo de decifrar enésimos enigmas que vão pautando os seus argumentos; e por fim temos um realizador com uma capacidade impar de fazer "filmes estranhos" (não existe mesmo outra forma de o descrever).
O trunfo de The Box está no seu engenhoso argumento, está no facto de ser uma adaptação de um episódio da Twilight Zone e de se basear na Experiência de Milgram, que foi uma das mais famosas experiencias na área da psicologia, conduzida pelo Professor Stanley Milgram da universidade de Yale. The Box é um grande regresso para Richard Kelly que consegue criar um autêntico efeito "matrioska", fazendo com que o espectador esteja constantemente á procura da solução do problema, quando esta poderá não existir, ou pelo menos da forma como pensamos. Confusos? Então vejam o filme sem restrições e se não gostarem paciência, porque ficou tudo maluco com isto aqui no palhacinho.

domingo, dezembro 20, 2009

Top 5 Movies do Mês

1º Avatar (2009, James Cameron)

2º Vengeance (2009, Johnny To)

3º The Box (2009, Richard Kelly)

4º Harry Brown (2009, Daniel Barber)

5º Where The Wild Things Are (2009, Spike Jonze)

Avatar (2009)

Watching "Avatar," I felt sort of the same as when I saw "Star Wars" in 1977. That was another movie I walked into with uncertain expectations. James Cameron's film has been the subject of relentlessly dubious advance buzz, just as his "Titanic" was. Once again, he has silenced the doubters by simply delivering an extraordinary film. There is still at least one man in Hollywood who knows how to spend $250 million, or was it $300 million, wisely. by Roger Ebert
Admirável mundo novo este de James Cameron! Avatar é um épico enibriante, que nos convida a entrar num mundo impar na história do cinema e demarca-se de todos os filmes de fantástico e ficção científica, por um simples mas muito complexo facto - Avatar é um filme de ficção ciêntífica e era também há bem pouco tempo atrás ficção ciêntifica na cabeça de muita gente. Pois bem, que fique bem claro, Avatar é sem dúvida absolutamente nenhuma um marco histórtico para o cinema a 3D, para os efeitos visuais gerados por computador (nunca as expressões faciais de um personagem a 3D foram tão verosímeis) e para o departamento científico da empresa Lightstorm de James Cameron.
No entanto uma outra questão se levanta - Se retirarmos a componente técnica é Avatar um grande filme? - pois bem, a resposta é sim. O filme de Cameron conseguiu fazer aquilo que District 9 ficou a milhas de distância de fazer, que foi partir de uma permissa ecológica actual do mundo e utilizá-la como metáfora para um mundo fantástico inimaginável, mas de forma subtil e tendo o cuidado de ter criado diversas camadas bastante bem estruturadas. E se viram o trailer do filme e reparam naquele "written & directed by James Cameron" no final, fiquem com a certeza que este é dos melhores argumentos que Cameron, provando que o homem sabe fazer sci fi "ponto final parágrafo", e que Titanic por muito sucesso que tivesse tido, em termos de dramatúrgia era uma pastelada charoposa.
Uma das outras questões incontornáveis é a autêntica viagem túristica a um mundo totalmente criado apartir da imaginação de Cameron. Aqui o filme ganha pontos de forma magistral, podemos dizer mesmo que o primeiro andamento do filme é uma viagem guiada ao planeta Pandora, e que viagem caros leitores, preparem-se para experiênciarem algo de único e original.
Daqui a alguns anos vamos olhar para Avatar como o filme que marcou a componente técnica do cinema digital. E sim! Há personagens digitais totalmente criados apartir de bits e bites, mas no meio de todos aqueles "1" e "0" temos pela primeira vez alma e transmissão de emoções na mímica e expressão facial totalmente reais. Magistral regresso ao cinema do mestre James Cameron e que o seu próximo filme já a estrear em 2011 - Battle Angel - seja igualmente fantástico.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Womb 2 (2009)

Agora que se aproxima o Natal o Palhacinho deixa-vos a nova compilação do nosso artista electrónico de serviço. É só clicar a imagem.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

2012 (2009)

Mas que palhaçada vem a ser esta! E ficamos por aqui relativamente ao filme de Roland Emmerich - 2012. Novamente, mais uma crítica de Angry Black Man, sem grandes comentários da nossa parte, porque isto não é cinema é jogo de computador.

segunda-feira, novembro 30, 2009

New Moon (2009)

Antes de mais gostariamos de deixar claro que simpatizamos com o filme Twilight. Não sendo uma obra prima, Twilight acabaria por ser um filme que sem um grande orçamento, acabaria por nos deixar agarrados á história do inicio ao fim. Infelismente o mesmo não se pode dizer da sequela, definitivamente não se pode mesmo. Por isso, e sem muita paciência para dissertar sobre o filme, deixamo-vos com a crítica do nosso amigo do youtube Angry Black Man, que embora extremada, acaba por reunir alguns dos sentimentos que o filme suscitou em nós.

Moon (2009)

Algures situado entre "2001: Odisseia no Espaço" e "Solaris", o filme Moon do realizador britânico Duncan Jones (filho de David Bowie) é um pequeno grande filme. Pequeno no orçamento e no elenco, grande no argumento, na banda sonora, na direcção de artística e na capacidade de representação de um surpreendente Sam Rockwell, neste momento ás voltas com Iron Man 2.
Depois de "À Boleia pela Galáxia" e "Choke", o actor de "Confessions of a Dangerous Mind" volta aos papéis bizarros, desta feita para interpretar Sam Bell, astronauta solitário em missão na Lua, que a uma semana de regressar a casa encontra, num módulo da estação lunar em que vive, nada menos que um sósia perfeito e amordaçado. Kevin Spacey dá a voz ao computador da estação espacial, uma piscadela de olho a HAL, de Arthur C. Clarke.
Uma das críticas mais fervorosas ao filme e ao realizador Duncan Jones vem da Variety, que classifica o filme como um filme de "ficção científica cujos fãs do género que não são ávidos por lasers ou monstros deviam conhecer".
Carregando o peso de ser filho de um dos músicos mais influentes da história da música, Jones afirma não se apoiar no nome do pai, mas que David Bowie é uma figura no qual ele se inspirou para "Moon". "Como eu cresci ao lado do meu pai, é normal que eu me interesse pela ficção científica", disse Jones que não usa o sobrenome do pai na assinatura do filme.
Moon recomenda-se vivamente para todos os fãs de ficção cientifica á séria, para todos os que já viram mais que uma vez filmes como Solaris e 2001, fiquem com a certeza que vão adorar. Moon é o grande filme de ficção ciêntifica do ano.

sábado, novembro 28, 2009

Daybreakers (2010)

Muito provavelmente o filme dos irmãos Spierig, a estrear a 8 de Janeiro nos EUA, será uma das grandes surpresas do inicio do novo ano. Daybreakers é uma aproximação inteligente ao filme de vampiros, muito em voga nos dias que correm e tem seduzido de forma fanática o público dos festivais de cinema fantástico. E falamos de um fanatismo cool, de geeks, não confundindo com o fanatismo adolescente de Twilight.

Daybreakers será, muito provavelmente o filme que irá revitalizar e dar um novo folego às carreiras de Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill, e concerteza e sem dúvida nenhuma terá sequelas. Se prestarmos ao que diz a maioria, se não toda a crítica, no inicio do próximo ano estaremos perante um filme de culto imediato que irá deixar muito boa gente surpreendida.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Black Dynamite (2009)

"First Lady, I'm sorry I pimp slapped you into that china cabinet."

Black Dynamite de Scott Sanders foi "A" surpresa do cinema independente do ano. E com isto poderiamos fechar já aqui o post e não escrever nem mais uma linha, mas o nosso apreço por ele é de tal forma desmesurado que não resistimos a vos bombardear com mais algumas linhas de erros ortográficos.

Quem diria que o canastrão, perdão actor, Michael Jai White teria o génio de criar um dos mais emblemáticos heróis negros dos últimos anos, quem díria que escreveu o argumento do filme e que interpreta na prefeição o herói deste Blaxploitation destravado e com sentido de estética a la 70's apuradíssimo. Pois é, Black Dynamite é uma espécie de homage ao cinema de género dos anos 70, que usava maioritariamente um elenco de etnia negra e que mais tarde se viria a chamar blaxploitation, filmes como The Avenging Disco Godfather (este nome é por si só uma obra prima), Superfly e Shaft marcaram uma génação de herois negros, que ultimamente andavam desaparecidos do ecrã. Com Black Dynamite temos um personagem ex-agente da CIA, perito em Kung Fu, de uma força bruta, politicamente incorrecto, ora vejam como ele espanca sem piedade uma sexagenária mãe de um informador, ou seja é de doer a barriga de tanto rir.

Outro dos aspectos extraordinários deste filme é a fotografia, a emular a imagem gritty do género cinematográfico, a prodigiosa banda sonora e a recolha que fizeram de música soul para utilizar no filme e que a todo o momento transmite o estado de espirito do personagem; ora vejam a cena do funeral em que se ouve num soul arrastado a letra dizer "mataram o mê irmão e agora o meu sentimento de raiva cresce para a vingança" - excelente.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Top 5 movies do Palhacinho

Estamos deveras bastante contentinhos com os filmes deste mês, sobretudo porque ansiavamos sofregamente deitar as mãos a dois deles Thirst de Chan-wook Park e o supercool Black Dynamite de Scott Sanders que emula o génerno Blaxploitation. Passemo então ás hostilidades:
1º Thirst (2009, Chan-wook Park)
Do realizador de Sympathy for Mr. Vengeance, Oldboy, Lady Vengeance e Joint Security Area, chega-nos o muitíssimo cabaz de natal que é Thirst. Estamos perante uma reintrepretação do filme de vampiros, inspirado na novela francesa Therese Raquin de 1867 por Emile Zola, e que grande regresso é este. É um filme que ou se gosta ou se odeia e no nosso caso simplesmente adoramos.
2º Black Dynamite (2009, Scott Sanders)
Quando Holywood atravessava uma grande crise de criatividade, os anos 70 vieram trazer uma lufada de ar fresco com os filmes de terror da época e o cinema de género. Filmes como Shaft, Superfly, Across 110th Street e The Avenging Disco Godfather fizeram a meca do cinema descobrir que podiam fazer dinheiro com filmes com um elenco exclusivamente constituido por actores negros. O filão foi esticado ao máximo dando a origem a filmes muito maus e ao termo Blaxploitation. Black Dynamite é uma homenagem a esses filmes com todos os seus clichés, com uma história levada do catano, uma banda sonora inspiradissima, um grande heroi negro como já não viamos á muito. E sobretudo é uma paródia feita com muitíssimo respeito ao género.
3º Goemon (2009, Kazuaki Kiriya)
É o regresso efusivo do realizador Kazuaki Kiriya que contava até á data com uma única obra chamada Casshern, e basta porque é um primeiro filme fantástico. Com Goemon surge uma nova adaptação de um Manga, que conta a história de uma espécie de Robin dos Bosques armado de ninja. Excelente fotografia, guarda roupa e direcção de arte.
4º Mesrine L'Instict de Mort (2009, Jean-François Richet)
O filme de Jean-François Richet é dividido em duas partes, contando a história real do gangster Jacques René Mesrine, da sua ascensão á sua queda. Excelente direcção de arte e de actores e um grande Vincent Cassel, naquele que é até agora o papel da sua vida.
5º The Proposal (2009, Anne Fletcher)
Filme veiculo para Sandra Bulock e a estrela em ascensão Ryan Reynolds. È divertido, não sendo hilariante e é uma comédia romântica que vai de "A" a "B" sem grandes surpresas e sobressaltos.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Prince Of Persia Sands Of Time (2010)

Já por aqui falamos em tempos da adaptação cinematográfica do clássico jogo de computador e consola Prince Of Persia, pois bem, o trailer de cinema já anda por aí, com um Jake Gyllenhaal (Donnie Darko) cheio de testosterona para dar e para vender.
O produtor é Jerry Bruckheimer (Piratas das Caraíbas), homem que sabe deitar a mão a minas de ouro, só sendo ingénuo aquele que não pensa vir daqui mais um franchise. O realizador é um senhor que fora muito promissor no passada, apesar de nós não o acharmos, que passou com as mãos por obras como Harry Potter and the Goblet of Fire (2005) e Mona Lisa Smile (2003). A história do filme é nada mais nada menos (assim rezemos!!!) que Sands of Time, considerado como uma das melhores histórias de sempre da saga Prince of Persia, sendo nós testemunhas disso, pois jogamos o jogo do princípio ao fim e ficamos extremamente impressionados com a qualidade do argumento do jogo.




Pois bem fiquem com o trailer das arábias e esperemos até 2010 para ver o que aí vem.

segunda-feira, novembro 02, 2009

Avatar (2009)

O mundo e a industria do cinema não será o mesmo depois de 18 de Dezembro de 2009. O filme Avatar não só marca o regresso há muito aguardado de James Cameron, como também vai definir novas regras e um patamar nunca antes alcançado a nível técnico, falamos da utilização de camaras digitais 3d criadas de propósito para o filme, falamos da criação de personagens digitais numa perfeição técnica nunca antes alcançada e sobretudo falamos numa grande história a cozinhar á mais de 10 anos.

James Cameron definiu regras aquando da concepção de The Abyss há 20 anos atrás, subiu a parada com Terminator 2 e estabeleceu critérios altos na uilização de CG no filme Titanic, por muito discutivel que seja a qualidade do argumento (para nós este foi a pedra no sapato na obra de Cameron).

Em Avatar Cameron dirige, escreve e concebe um mundo para além daquilo que possamos imaginar, com meios técnicos nunca antes utilizados e sobretudo redifine o filme 3D.

A 18 de Dezembro de 2009, e segundo as primeiras impressões daqueles que visionaram 15 minutos do filme nos EUA a 11 de Agosto, iremos estar perante algo completamente novo que não é possivel aferir em qualquer um dos trailers.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Um Lobisomem Americano Em Londres (1981)

Numa época em que os grandes estudios de Hollywood, e não só, investem milhões de dólares em produções pejadas de efeitos especiais com recurso ao CG, e principalmente, num período onde a esmagadora maioria dos frequentadores dos cinemas são jovens e adolescentes acostumados às imagens e ritmos frenéticos popularizados através da “geração MTV”, parece cada vez mais difícil um filme atravessar décadas e ainda ser considerado um clássico referencial, com potencial jamais superado dentro do seu respectivo género. Dentro desse selecto grupo de pérolas, no topo da lista estará certamente Um Lobisomem Americano em Londres, dirigido por John Landis em 1981.
O filme tem inicio com o genérico de abertura, intercalado pelas imagens das desoladas e inóspitas paisagens do interior da Inglaterra, ao som de “Blue Moon” interpretado magistralmente por Sam Cooke. A noite cai e a negritude do céu não promete nada de bom, quando então vemos uma carrinha de caixa aberta, repleta de ovelhas, parar num cruzamento. Do meio das ovelhas saem David Kessler (David Naughton) e Jack Goodman (Griffin Dunne), dois amigos norte-americanos que estão passeando pela Europa. O motorista da carrinha indica-lhes o caminho até á vila mais próxima, e adverte-lhes para que “evitem os pantanos e fiquem na estrada” (hello! Capuchinho Vermelho written all over it). Os dois jovens seguem caminhando e conversando descontraidamente, hora reclamando do frio, hora motivados com as expectativas da viagem. Sendo nesses momentos iniciais que se percebe a perfeita química entre os dois jovens actores, que de certa forma quase convencem o espectador de que eles são realmente grandes amigos e que se conhecem desde infância. Essa empatia entre o público e os personagens é fundamental para que as cenas posteriores causem o devido impacto a que se propõem.
Paralelamente ao enfoque dado ao suspense e terror, o filme também dá introduz de forma extremamente inteligente o humor, que a partir daqui passou a ser um elemento incorporado em quase todos os filmes de terror desenvolvidos ao longo da década de 1980. Mas quando se fala em humor, é preciso que se tenha a noção de que se trata de um humor subtil e ocasional, e não de algo forçado e que inevitavelmente descamba para a escatologia. Recomenda-se á fartazana.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Halloween (1978)

Na noite de Halloween, o psicopata Michael Myers foge do hospital para doentes mentais onde fora mantido prisioneiro durante quinze anos e coloca a pequena cidade de Haddonfield em panico. Esta foi uma das permissas mais simples da história do cinema e que deu origem a um dos filmes mais influentes de terror de todo o sempre, tendo o mesmo inclusivé dado origem aquilo que se viria hoje a chamar de "slasher movie".
Realizado por um então desconhecido e estreante Jonh Carpenter, Halloween foi rodado em apenas 21 dias durante a primavera de 1978, com um orçamento reduzidíssimo de 300 mil dólares. O resultado foi um dos grandes clássicos do cinema de horror que influênciou diretamente slasher movies como Sexta-Feira 13. Suspense doseado de forma magistral, tensão constante, sem derramar uma gota de sangue ao longo de todo o filme. Carpenter aprendeu com Hitchcock que o medo causado pelo que não se vê é muito maior, o que torna desnecessário a violência explícita. Este detalhe é o que torna Halloween superior a filmes similares.
A atriz Jamie Lee Curtis, que interpreta competentemente a jovem Laura Strodie (nome da primeira namorada de John Carpenter), foi recrutada para fazer Halloween por causa da publicidade em torno do seu nome, já que ela era filha de Janet Leigh, que entrou em Psycho (Alfred Hitchcock). Donald Pleasence dá vida ao obestinado Dr. Loomis.
Como o orçamento para rodar Halloween era escasso, a máscara escolhida para ser utilizada por Michael Myers foi a mais barata encontrada numa loja próxima das filmagens, que era exatamente igual à utilizada por William Shatner no filme The Devil's Rain. A máscara sofreu algumas pequenas mudanças, sendo pintada de branco e o contorno dos olhos sofreriam modificações. Ainda para contornar problemas de orçamento, os actores usaram as suas próprias roupas durante as filmagens, já que não fora contratado ninguém responsável pelo guarda roupa.

sábado, outubro 24, 2009

Goemon (2009)

E pronto apertem os cintos de segurança, cuidado se forem epiléticos, cuidado se forem fotossensiveis e preparem-se para o novo filme operático do visionário mestre dos filmes de cinema fantástico nipónico - Kazuaki Kiriya. Depois da impressionante primeira obra, um pequeno filme chamado Casshern (e sim estamos a ser irónicos!) baseado no Manga homónimo, eis que nos chega cinco anos depois Goemon, uma nova adaptação de um Manga, mas também uma reinterpretação de um herói mítico para os nipónicos, sendo este o equivalente a um Robin Hood sob efeito de LSD.
Sejamos honestos, pois onde Casshern abusava no esquema operático, denso e trágico da história, em Goemon a história é igualmente densa, mas sobejamente mais light. O filme acenta igualmente numa esquemática retrofuturista, apesar de ser um filme de época, facto que fora algo de fresco aquando da estreia do seu irmão Casshern.
Os trunfos de Kazuaki Kiriya são o passado de fotografo na área da moda ao serviço de nomes famosos como Alexander Mcqueen, Bjork e Jean Paul Gaultier, a capacidade de fazer muito com "não muito dinheiro" (apesar de Goemon ter custado os olhitos da cara) ao estilo de Mario Bava e a sua capacidade visionária estética.
Os filmes de Kazuaki Kiriya são sobretudo obras de arte estéticas, autênticos assaltos aos sentidos, onde a música ocupa um papel fulcral, conferindo coesão operática ás obras. Estamos sobretudo perante obras visualmente assombrosas, em que cada um dos frames são impressionantes quadros impressionistas. Recomenda-se absolutamente sem restrições, com o som bem alto e de olhos bem abertos para não perderem nenhuma imagem!

quinta-feira, outubro 15, 2009

O Homem que Odiava as Mulheres (1968)

Os assassinatos em série que chocaram a cidade de Boston nos anos 60 são a história central deste inesquecível suspense policial, filmado num estilo semi-documental, algo de novo para a época, tendo sido inclusivé um filme de enorme importância do ponto de vista técnico, introduzindo a técnica de split-screen pela primeira vez, imprimindo ao filme uma montagem de enormre complexidade para a época.
A acção mostra a investigação maciça desenvolvida para descobrir o responsável pelo terror espalhado pelas mulheres de Boston durante dois anos. Na vida real De Salvo foi preso em Novembro de 1964 sob a acusação de estuprar cerca de 300 mulheres desde 1962. No início, ele não era suspeito de ser o assassino que estava aterrorizara Boston naquela época. Porém, após uma série de interrogatórios, acabou por confessar não apenas os 11 assassinatos que lhe eram atribuídos, como também outros dois que a polícia não havia associado ao psicopata. No entanto, a única testemunha que sobreviveu ao ataque não reconheceu De Salvo, e até hoje suspeita-se que ele tenha assumido os crimes de outro homem, apenas por vaidade. Sabe-se que De Salvo tinha problemas mentais, e há policiais que acreditam na possibilidade de ele ter recebido dinheiro do verdadeiro assassino para assumir os estrangulamentos.
Henry Fonda interpreta um investigador da polícia. Tony Curtis brinda-nos com uma magnífica interpretação no papel do psicopata que Fonda procura desesperadamente. Filmado em estilo de documentário que confere um certo sentimento de realismo aos horríveis acontecimentos, O Homem Que Odiava as Mulheres é um dos filmes de refência da década de 70.

sexta-feira, outubro 09, 2009

The Hurt Locker (2009)

The Hurt Locker é o novo filme da cineasta Kathryn Bigelow (Ruptura Explosiva e Estranhos Prazeres), ex-mulher de James Cameron e foi o grande vencedor do Leão de Ouro do festival de cinema de Veneza (melhor filme). É Uma invulgar abordagem cinematográfica da guerra, com o conflicto no Iraque como pano de fundo, em que se questiona o lado vicioso da batalha. Kathryn Bigelow filma o dia-a-dia de uma unidade de elite do Exército que desmantela bombas em Bagdad, penetrando na intimidade e na mente de homens que foram para a guerra como voluntários e para quem o campo de batalha tanto significa adrenalina, como atracção e vício. Um pelotão numa cidade de potenciais inimigos em que qualquer objecto pode ser uma bomba. E o perigo não está exclusivamente no campo de batalha nem o inimigo apenas do outro lado da barricada. Mark Boal, jornalista e argumentista, utiliza as suas próprias experiências ao lado de soldados americanos no Iraque para construir este argumento (como já tinha feito em "No Vale de Elah", de Paul Haggis).
É um filme visceralmente intenso que coloca o espectador sob tensão em cada frame e é sem dúvida o melhor filme de Bigelow até á data, ficando também este marcado pelo excelente desempenho de Jeremy Renner na pele do audaz (ou será inconsciente!) SSgt. William James, que desmantela bombas como quem vira Hamburgers num qualquer restaurante do McDonalds (sempre quisemes usar esta metafora!). Recomenda-se sem restrições.

quarta-feira, setembro 30, 2009

Compras Ocasionais de Férias

O periodo de férias é propício a compras de ocasião furtuitas. Por essa mesma razão vimos fazer-vos algumas sugestões que podem considerar interessantes (ou não!).
A primeira sugestão é o livro escrito a duas mãos por Guillermo Del Toro & Chuck Hogan, sendo este o inicio de uma trilogia que só se Hollywood estiver a dormir é que não arreganha o dente a esta obra prima do fantástico literário. Para nós fui uma surpresa angustiante, bastando simplesmente dizer que no primeiro dia que o começamos a ler foram 188 paginas de enfiada das 600 e muitas do livro (atenção é possivel que tenham embebido as paginas do livro em LSD ou afins). Chama-se The Strain e é absolutamente imperdivel e genial.
A segunda sugestão vai para o clássico Eurotrash (sempre quisemos usar esta palavra), obra horrorerotica do lunático Jess Franco - Vampyros Lesbos (1970). E não vale a pena dizer que é a versão lesbiana (também sempre quisemos utilizar esta palavra) da obra de Bram Stoker. O dvd da obra prima de Jess Franco está com uma imagem e som restaurados todos catitas, para melhor apreciarmos a fotografia e banda sonora funk deste clássico filme de culto com a fabulosa e malograda Soledad Miranda. É o melhor filme de Jess Franco e tem uma legião de fãs assombrosa que o veneram religiosamenteA terceira sugestão vai para o dvd de The Fog de John Carpenter, com o qual não há nada que enganar é sucesso garantido do inicio ao fim.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Hardcore (2009)

Depois de All Things Must End (2008), eis o regresso do nosso artista electrónico de serviço com o primeiro single "Hardcore" retirado do album Riot previsto para 2010. Para ouvirem basta clicar na imagem. Recomenda-se ouvir bem alto.

quinta-feira, setembro 10, 2009

The Informers (2009)

The Informers cruza pequenas histórias ocorridas numa semana em Los Angeles em 1983, protagonizadas por executivos de cinema, estrelas de rock e outros seres moralmente duvidosos. Tudo cozinhado numa caldeirada de sexo, drogas e violência, mas muito qb caros leitores. O filme conta com competentes interpretações de Mickey Rourke e Kim Basinger e é baseado no romance homónimo de Bret Easton Ellis.
O filme é passado no inicio dos anos 80, e traz-nos um grupo de personagens que representam os pontos altos e baixos da sociedade da época, em histórias interligadas. The Informers é realizado por Gregor Jordan, e com argumento de Bret Easton Ellis e Nicholas Jarecki. O elenco conta com outros tantos ilustres tais como Billy Bob Thornton, uma retornada Winona Ryder, depois dos acessos de cleptomania e Jon Foster. Não sendo um retracto tão bem conseguido como foi American Psycho, muito por culpa de uma realização demasiado pretensiosa. Não obstante é um filme recomendável para quem saiba ao que vai e num marasmo pós verão soube bastante bem. Sem dúvida será um filme de culto daqui a uns bons anos.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Top 5 do Palhacinho

1º State of Play (Kevin Macdonald 2009)
2º District 9 (Neill Blomkamp 2009)
3º The Boat That Rocked (Richard Curtis 2009)
4º The Informers (Gregor Jordan 2009)
5º Drag Me To Hell (Sam Raimi 2009)

sexta-feira, agosto 28, 2009

K-20: Kaijin niju menso den (2009)

Japão 1949, Teito é a capital do país e é controlada por aristocratas que monopolizam a maioria da riqueza. K-20, um misterioso homem com a habilidade de mudar a sua aparência, transformou os ricos no objetivo dos seus actos criminosos. Confundido com o autêntico criminoso, o acrobáta circense Heikichi Endo (Takeshi Kaneshiro) irá ter de escapar da prisão para provar a sua inocência com a ajuda da nova vítima de K-20, Yoko Hashiba (Matsu), a bela esposa de Kogoro Akecho (Nakamura) e o famoso detetive que o prendeu.
É simples, directo e foi outro dos blockbusters de verão do cinema nipónico, conta com o actor Takeshi Kaneshiro (House of The Flying Daggers, Red Cliff) no papel principal e é uma espécie de Robin Hood a todo o gás. Este recomenda-se até ás criancinhas!

20th Century Boys 2: Last Hope (2009)

Depois do inicio fantabulástico (é claro que a palavra não existe!) da trilogia 20th Century Boys, eis que nos chega o segundo tomo da história. 20th Century Boys: Last Hope mantém o espirito do primeiro, tem inclusivé a árdua tarefa de arrancar onde o filme anterior ficou, mas sobre tudo tem um problema! E que problema é esse? Bem é o problema do qual todo o filme do meio de uma trilogia sofre, nem é peixe nem é carne; ou seja, há uma clara tentativa de fazer um filme de transição, há a tentativa louvável de tentar incluir todos os pormenores dos enésimos volumes do Manga, mas é aí que as coisas também começam a vacilar. 20th Century Boys é sem dúvida um work of love, antes de ser uma autêntica money making machine (no japão tem facturado como pãesinhos quentes), isto porque os seus autores tentam ser o mais fieis possivel á bd o que por vezes se torna demasiado denso para quem não é um conhecedor da obra original.
Por outro lado, com o primeiro filme sentimos que estavamos perante um argumento (dentro do género) muitos furos acima da média, com um excelente ritmo, suspense e subplots, paracendo por vezes estarmos a ver uma espécie de Lost da Manga ("Lost da Manga" isto soa bem...vamos apontar no caderno das ideias perdidas).
De qualquer forma, para quem viu o primeiro, este fica um pouco aquém das expectativas, por isso aguardamos ansiosamente o final da trilogia e esperemos que seja uma espécie de The Return of The King ao invés de um Two Towers (com todo o devido respeito).

sexta-feira, agosto 14, 2009

Låt Den Rätte Komma In (2008)

Ficaram confusos com o título não? Pois bem, em inglês chama-se Let The Right One In e é um filme sueco realizado por Tomas Alfredson, passado na Suécia - fotografado maravilhosamente sob um quase constante manto branco de neve - e que aborda a juventude e a inocência a par de um tema habitualmente sobrenatural, os vampiros, retratado aqui de forma muito mais natural. É um daqueles filmes que parece que é só mais um, mas que depois de o vermos mudamos completamente a nossa opinião. Baseado no livro do sueco John Ajvide Lindqvist, que também escreveu o argumento, o filme de Tomas Alfredson surpreende pela positiva e poderá vir a ser um filme de culto dentro do género.O filme conta a história de Oskar, um rapaz constantemente a ser ameaçado e incomodado pelos colegas da turma, que encontra o amor e a vingança em Eli, uma rapariga bonita mas peculiar que afinal é um vampiro. O que parece ser um filme de terror é muito mais que isso, é um drama com um toque de romance e uma história absolutamente espectacular envolvendo tudo. Não cai nos clichés usuais do género e prende o espectador até ao último segundo.
Possuidor de uma fotografia maravilhosa, Let The Right One In sobe ainda mais na classificação pela fabulosa performance dos actores principais, de apenas 12 anos, que convencem e agarram a atenção do espectador. Mais uma vez, a história totalmente aterradora não tem momentos mortos, é sólida e bem construída, deixa perguntas no final do filme, o que é sempre bom, e, mais que isso, a deixa o espectador a roer as unhas para saber o que acontece a seguir.
Vencedor de mais de 40 prémios internacionais incluindo 12 para melhor filme internacional.

terça-feira, agosto 11, 2009

The Bastards é o novo projecto musical apadrinhado pelo palhacinho, cujo conceito gira á volta da música pop nas suas mais variadas formas e géneros. Não estamos perante originais, mas sim de reintrepretações e mashups de musicas pop conhecidas por todos, provando que a pop é universal e os acordes de uma música poderão encaixar na perfeição para outra ou outras quaisquer. É só clicar na imagem para terem o primeiro tomo, porque o album ou colecção só para 2010.

Buraka Som Sistema

Chama-se Blood Diamond Mixtape e é o presente de verão dos Buraka Som Sistema. A compilação visa recriar os dj sets avassaladores dos Buraka e nela podem encontrar todos os bootlegs e versões alternativas para as músicas da banda, assim como faixas de outros artistas. Ideal para ouvir bem alto e beber uns copos!
É chamamos-lhe presente porque a compilação é gratuita, para a obterem basta aceder ao site da banda. Apressem-se enquanto ainda está disponíuvel.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Painted Skin (2009)

Painted Skin é o filme mais recente de Donnie Yen, dirigido por Gordon Chan e também o candidacto oficial de Hong Kong a concurso para o oscar de melhor filme estrangeiro para 2009. Painted Skin é baseado no conto do homónimo do livro Estranhos Contos De Liao Zhai, um livro escrito por Pu Songling no fim do século XVII. Embora divulgado como um remake de Painted Skin dirigido por King Hu em 1993, o enredo detsa nova versão é consideravelmente diferente.
Wang Sheng (Chen Kun) é um general que, ao dizimar uma orde de bárbaros com seu exército, resgata das suas garras uma jovem prisioneira chamada Xiao Wei (Zhou Xun). Num misto de pena e desejo, Wang leva a bela jovem para casa sem saber que ela na verdade é demónio que precisa de se alimentar periodicamente de corações humanos para manter a aparência humana.
Por tal gesto heróico, Xiao Wei apaixona-se por Wang Sheng e deseja tornar-se a sua esposa. O problema é que Wang já é casado com Pei Rong (Vicky Zhao Wei), que por sua vez é um antigo amor de Pang Yong (Donnie Yen), um ex-general que é chamado de volta à cidade para investigar uma série de assassinatos cometidos por um outro demónio (Qi Yu Wu), que arranca corações para levar à sua amada Xiao Wei. Para auxiliar Pang Yong na caça ao assassino, entra em cena Xia Bing (Fearless), uma inexperiente caçadora de demónios. E mais não contamos!
Devido á temática do sobrenatural, Painted Skin é comumente classificado como um filme de horror, quando na verdade é uma envolvente história de amor, sendo um desfile de amores platónicos.

O filme está povoado por representações de excelência, com destaque pra Vicky Zhao Wei, que declarou em entrevistas que a tocante amargura de sua interpretação foi resultado de uma estratégia perigosa do realizador, em que durante as filmagens, que duraram 2 longos meses de inverno, tanto o realizador como a equipa simplesmente não davam minima atenção à actriz. Quando acabava de filmar as suas cenas, todos simplesmente a ignoravam. Vicky Zhao Wei caiu em depressão e foi necessária a presença da sua família nos sets para ter condições psicológicas de continuar as filmagens. Segundo as suas palavras, a dor da solidão foi tão grande que todas as lágrimas que vemos no filme são reais!

Na senda de visionar todos os vencedores dos prémios do cinema de Hong Kong de 2008, Painted Skin é um filme excelente a par com outro dos premiados já aqui revistos - The Beast Stalker - tendo sido um ano acima da média para o cinema asiático.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Coming Soon

Nunca foi a nossa chávena de chá filmes baseados em jogos de video, mas eis que chega uma das notícias cinéfilas mais surpreendentes do verão, na verdade a noticia já é de alguns bons meses, mas só agora foram reveladas as primeiras imagens da adaptação cinematográfica de Prince of Persia. Para quem não conhece os jogos do Prince of Persia, heresia a vossa, para quem os conhece fica ainda a novidade de que o argumento se baseia num dos melhores jogos da série - Sands of Time, conta com o Mr. Donnie Darko himself - Jake Gyllenhaal - na pele do príncipe, com a bond girl Gemma Arterton, o grande sir Ben Kingsley, Alfred Molina e com a produção de Jerry Bruckheimer ná há que falhar para um belo filme de pipocas.

Coming Soon

Depois do tiro no vazio que foi o relativamente simpático Speed Racer, eis que regressam os irmãos Wachowski novamente como produtores do novo filme de James McTeigue, realizador de V for Vendetta.

Falamos do hiper cinestésico Ninja Assassin, do qual vos deixamos o trailer. Veremos se será interessante!

quarta-feira, julho 29, 2009

Top 5 Movies do Palhacinho para Agosto

1º The Beast Stalker (2008)
Pelas excelentes representações dos actores, por nos deixar na ponta da cadeira do principio ao fim. E porque é o filme do c**** do mês (ponto final parágrafo).

2º Blood The Last Vampire (2008)
Por estarmos á espera de ver o filme á que séculos e pelas expectativas não terem saido goradas. E já agora porque somos grandes fãs do Anime e esta versão não desiludir e ser a cara chapada do original, mas em carne e osso.

3º The hangover (2008)
Pela parvoice desgarrada do principio ao fim e de alguns bons gags.

4º Blood and Black Lace (1964)
Por ser um dos clássicos que vimos este mês que nos surpreendeu bastante. Basta dizer que é do grande Mario Bava e está tudo dito.

5º Duplicity (2008)
Originalidade do argumento de um filme de espionagem no meio da indústria cosmética, e porque marca o regresso de Julia Roberts, o que é sempre simpático.

segunda-feira, julho 27, 2009

Blood And Black Lace (1964)

Concebido inicialmente pelos co-financiadores da Alemanha Ocidental como um rotineiro thriller policial, Sei Donne per l'Assassino representa um tremendo avanço no desenvolvimento do moderno filme de horror.
Em Blood and Black Lace (1964), Bava retira o ênfase das personagens e suas motivações psicológicas, criando detse modo uma sinfonia operática de violência em que ninguém é o que parece. No paranóico ambiente do filme, não se deve confiar em ninguém. Homens de negócios aparentemente respeitáveis revelam-se assassinos sádicos; todos os outros ou são seguros-de-si e intocáveis (por exemplo, o inspetor) ou traiçoeiros e chantagistas. Mario Bava usa a camara de modo a que o público tome parte da acção, sem encorajar contudo a simpatia do espectador com as personagens; por estas razões, muitos críticos continuam ainda hoje ferverosos opositores de Blood and Black Lace, levando Bava a responder pela criação de uma celebração sem remorsos do sadismo.
Com bastante frequência, as personagens de Bava são marcadas por uma incapacidade de amar. Em nenhum outro filme este conceito é mais aparente. Ainda que a maioria das personagens principais estejam envolvidas em relacionamentos, elas são demasiado embutidas afectivamente para que possam sentir realmente alguma coisa uns pelos outros.
Executado com uma perspicácia mórbida e repleto dos deslumbrantes toques estilísticos que tiveram tão profunda influência em Dario Argento e Martin Scorsese, Blood and Black Lace representa uma etapa lógica na maturidade crescente de Bava como cineasta. Os recursos um tanto esgotados dos géneros do gótico e do peplum deixaram o realizador ansioso por tentar algo novo. Embora um outro seu filme The Girl Who Knew too Much tenha permitido que Bava deixasse pra trás as armadilhas artificiais do filme de época, este ainda sofre de certa falta de maturidade - pode ser o primeiro giallo, mas é um giallo incerto. Em Black Sabath, o realizador deu um passo no sentido correto com o segmento "Il telefono" (seu segundo thriller com ambientação contemporânea), mas é com Blood and Black Lace que surge o género Giallo. É um filme de tal crueldade sem remorsos e cinismo amargo que agitou o género nos seus próprios fundamentos. Visualmente Blood and Black Lace é um dos filmes mais bonitos de Mario Bava: não há um único plano que não seja digno de exposição numa qualquer galeria de arte. A direção de arte de Bava fornece enorme impacto ao espectador . E mesmo a idéia de ambientar um violento thriller nos confins de uma casa de alta costura é um conceito deliciosamente irónico, estabelecendo imediatamente um conflito inquietante entre a acção e o ambiente.
Mesmo se os filmes que veio a inspirar (incluindo Haloween de John Carpenter, 1978, e Cabo do Medo de Martin Scorsese, 1991) não citem directamente Blood and Black Lace, o filme permanesce uma obra de poder e substância, e um clássico em seu próprio direito.

quinta-feira, julho 23, 2009

The Beast Stalker (2008)

The Beast Stalker foi uma das grandes surpresas do cinema de Hong Kong para 2008, e foi também um dos grandes vencedores dos prémios de cinema de HK, com distinção nas categorias de melhor actor e melhor actor secundário.
Dante Lam escreve e realiza um filme surpreendente, pelo revivalismo de um tipo de cinema de acção old school típico da década de 80, pela excelência das representações e por um domínio absoluto dos planos e realização, mas sobretudo pelo seu estilo de cinema guerilla que passamos a explicar. Ora The Beast Stalker foi filmado nas ruas de Hong Kong com câmara ao ombro e no espírito do salve-se quem puder, onde as cenas exteriores foram executadas com o mínimo de equipa técnica e em que os transeuntes das ruas são apanhados no meio de cenas de acção trepidantes sem saberem muito bem se é um filme ou se é coisa séria. A expressão de surpresa e receio dos figurantes “á força” está bastante bem captada pelo trabalho do realizador, e os dois actores, sendo um deles sobejamente reconhecido pelo publico asiático, mas que no filme está caracterizado de forma quase irreconhecível. Imaginem um Clive Owen com meia cara desfigurada e a correr pelas ruas de nova Iorque com uma arma na mão e aos tiros, sem ninguém perceber que é o Clive Owen e que se trata da rodagem de um filme, e estão lá perto da coisa.
O argumento é de uma história comum mais que vista, que nas mãos de um qualquer seria mais um filme de acção, mas que nas mãos de Dante Lam é sem dúvida nenhuma um “Filme do C****”.
Por isso caros leitores, apertem bem o cinto, preparem-se para o caos nas ruas de uma das cidades mais movimentadas do mundo, e para um filme que vos vai colocar sob tensão do inicio ao fim. Para bom entendedor meia palavra basta – “f****ck”.

terça-feira, julho 21, 2009

The Hangover (2009)

Muito raramente os palhacinhos dão tempo de antena a filmes de comédia, a não ser em rarissimas excepções, as quais podemos conta-las pelos dedos, lembramo-nos do fantástico Super Bad, do hilariante Pineapple Express e agora ao que parece teremos outro - The Hangover. Vários foram já os outros palhacinhos que nos falaram do filme - "é o novo superbad"; "é a parvoice total"; "têm que falar do filme no blog", etc.etc. Pois bem, para que nos parem de martelar a cabeça aqui fica a promessa de que já tá marcado um visionamento do mesmo e que a critica virá muito em breve. Que já não vos podemos ouvir!

sexta-feira, julho 17, 2009

Akira (2011)

Antes de mais a notícia veiculada á uns meses atrás era já para ficar entusiasmado e apreensivo. Ao que parece Leonardo DiCaprio, fã do filme anime Akira (1988), estaria a dar tudo por tudo para conseguir produzir a transposição da animação para a tela com actores de carne e osso. Pois é, para grande desilusão de muitos e suspiros de alívio de outros, parece que ficou tudo em banhos maria, sendo que a única certeza é que DiCaprio está fora.
Na realidade, e apesar de grande parte dos fãs do anime considerarem idiota a adaptação da história de Akira de Tokyo para Nova Iorque, nós só podemos ficar de alguma forma desiludidos. Desiludidos porque, por muito mau agoiro que os fãs hardcore do anime tivessem face ao projecto, nós aqui no palhaço até estavamos a torcer para que o filme fosse á vante pela mão de DiCaprio, é que o senhor até tem feito bons filmes e conserteza iria tratar o projecto com dignidade. Ficamos só com a imagem de apresentação de um prop para o suposto filme.

quarta-feira, julho 15, 2009

Secret Defense (2008)

A terceira longa metragem de Philippe Haïm - Secret Defense - seduzio grande parte da crítica francesa pela sua eficácia, ritmo trepidante, interpretações competentes e fotografia de Jérôme Alméras.
Secret Defense é uma viagem ao mundo dos serviços secretos franceses; e não sendo um filme que parta de uma ideia original, é contudo extremamente eficaz nas cenas de suspense e intriga, tendo uma excelente montagem que incute no filme constante tensão.
A originalidade do guião está na forma como a história é contada, onde o filme começa onde acaba, e onde é abordado em paralelo o recrutamento de um agente e o recrutamento de um bombista suicida, ficando a ideia de que ambos não são assim tão diferentes.

terça-feira, julho 14, 2009

Owusu & Hannibal

Este é daqueles discos que não sai do ipod, nem á força da marreta, sendo ele um clássico instantâneo underground e porta estandarte da nova soul. Owusu & hannibal é uma dupla Dinamarquesa que prefere uma música composta de especulações soul/pop em torno da verdade que apenas poderá ser gerada por gente consciente da sua própria realidade - independentemente da possível falta de correnteza que nos envolve o quotidiano. Talvez isso explique uma capa que, longe da beleza da maioria dos temas, coloca os intervenientes num cenário exterior falso e desmazelado, obrigando o ouvinte a descobrir as pequenas maravilhas do interior. Entre o mundo de Stevie Wonder, passando por Michael Jackson, piscando o olho a uns defuntos Spacek e desaguando num r n'b exótico e desprovido de regras. O album chama-se Living With, data de 2006 e continua no nosso ipod há 3 anos.

sexta-feira, julho 10, 2009

Filme Mistério da Semana Passada

Fica desvendado o filme mistério da semana passada, que tem causado algum tumulto entre a massa crítica, ou se ama ou se odeia. Comparações são feitas a Donnie Darko, o que quer que isso queira dizer!

Ilsa The She Wolf From The SS (1975)

O cinema de drive-in, ou se quiserem grindhouse, sempre foi um estilo eximio na combinação perversa entre sexo e horror, mas em Ilsa o patamar é outro bem mais acima (ou abaixo!), falamos do perverso vs sexo vs fascismo. Talvez sejam os uniformes; talvez seja o exercer do poder autocrático que permite fazer o que quiser com o outro sem pensar nas consequências, uma espécie de S&M permitido por direito; talvez seja a própria situação de conflito, como se fosse uma guerra; etc. No caso de Ilsa, a personagem de Dyanne Thorne, tem o motivo extra de possuir seios grandes e ser lésbica (não! a sério?). Parece simples! E é. De mau-gosto! E é. Mas para muito boa gente gente, não há outro motivo para ver filmes de sexploitation a não ser ultrapassar limites culturais e do socialmente aceite.
Os quatro filmes da série "Ilsa" abordam sete tipos de abuso de poder militar. Ilsa The She Wolf of the SS gira á volta de um campo de concentração onde são realizadas experiências de tortura com mulheres; mas ao mesmo tempo que a personagem Ilsa testa a resistência à dor das prisioneiras, também procura um homem para saciar a sua incansável pulsão sexual.
É cinema trash no seu melhor (que neste caso é - "no seu pior"), sendo este um daqueles filmes que é inacreditávelmente tão mau, ultrapassando a barreira do bom gosto em larga escala, o que o torna num bom filme trash. É tão mau, tão mau que é bom!
Por isso para o visionamento aconselha-se: 1º um grupo de amigos de mente aberta e preparado para a parvoice; 2º deixar as pipocas no micro-ondas, não vá alguém vomitar; 3º muito alcool á mistura; 4º deixar o cérebro á porta; e 5º odiar nazis.
E dizem vocês -"Porque é que perdemos tempo a falar deste filme?". Porque é estúpido e danado para a parvoice.

quinta-feira, julho 09, 2009

28º Prémios do Cinema de Hong Kong (2009)

Melhor Filme - Ip Man

Melhor Realizador - Ann Hui (The Way We Are)

Melhor Actor - Nick Cheung (The Beast Stalker)
Melhor Actor Secundário – Liu Kai Chi (The Beast Stalker)

Melhor Cinematografia – Arthur Wong (Painted Skin)

Best film editing – Yau Chi Wai (Connected)

Melhor Direcção Artística– Tim Yip (Red Cliff)

Melhor Guarda Roupa e Caracterização – Tim Yip (Red Cliff)
Melhor Sound design – Wu Jiang & Roger Savage (Red Cliff)
Melhores Efeitos Especiais– Craig Hayes (Red Cliff)
Melhor Banda Sonora– Taro Iwashiro (Red Cliff)