sexta-feira, maio 16, 2008

2009: O Ano da Revolução (parte 2)

Godard disse uma verdade: o cinema é uma mentira a 24 frames por segundo. É tudo ilusão, e o prémio vai para quem faz essa ilusão parecer mais real e envolvente. Quando assistimos a uma cena em 3-D, o senso de realismo é sobrecarregado. Todos os filmes que eu fiz antes teriam beneficiado completamente de um visionamento 3-D. Então, criativamente, eu vejo o formato como uma evolução natural para a minha obra.
Em Avatar não estou a filmar de forma diferente, a compor enquadramentos diferentes só porque é 3-D. O meu estilo é o mesmo. Na verdade, depois das primeiras semanas de flmagens, parei de olhar para os takes em 3-D enquanto trabalhava, ainda que as cameras digitais me permitam ver em tempo real as imagens tridimensionais.
Avatar já está a começar a parecer um filme de facto. Estou em extase com o visual e com os desempenhos. A química entre o elenco foi perfeita. Ainda temos algumas capturas de movimento para fazer com Sam Worthington e Zoe Saldana em Março. E temos um par de dias com Stephen Lang em Abril ou Maio para filmar a última cena do personagem dele, que é tão difícil tecnicamente que até lá, ainda precisamos de arranjar uma forma de o fazer. Este filme tem um espírito especial, porque sabemos que estamos a fazer algo inovador. É por isso que toda a gente continua a trabalhar animadamente, mesmo depois de trabalhar neste filme há mais de dois anos. Ainda temos mais um ano e meio pela frente.

Não sei se será um filme bom, óptimo ou medíocre, mas posso dizer com absoluta certeza que o espectador verá coisas que nunca imaginou poder ser possível na vida.

James Cameron

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