terça-feira, julho 27, 2010

Galaxy Of Terror (1981)

Se é para escrever de cinema Sci-Fi trash de "boa qualidade" não vamos mais longe, porque estamos a falar de Galaxy of Terror produzido pelo grande Roger Corman.Galaxy of Terror (1981) é uma produção de Roger Corman que tentou na época apanhar o comboio do filme Alien (1979), de Ridley Scott. Também há referências a diversos outros filmes do género ao longo dos seus oitenta-divertidos gorentos- minutos, com bons momentos de gore do melhor que os Z-Movies nos podem dar. A película foi dirigida por D. B. Clark, senhor que hoje faz parte da equipa de produção de um senhor chamado James Cameron (Avatar).
A História é passada num futuro distante, nas profundezas insólitas do espaço sideral, em que a nave espacial Quest parte em missão de resgate de sobreviventes de uma outra nave, a Remus (epa! isto soa-nos a...Alien), que ficara encalhada no sinistro planeta Morganthus, mas eis que qual não é o azar dos nossos protagonistas quando dão de caras com uma orde de alienígenas áv
idos de sangue do pior, que por sua vez habitam uma espécie de pirâmide gigante no meio do planeta (muito bom!). Os nossos protagonistas, num acesso de parvoice e estúpidez (até parece que não vêm filmes!), decidem ficar e investigar o planeta e seus "alegres" habitantes. Roger Corman presenteia-nos com outra mistura bizarra entre ficção científica e terror, que ficou também conhecida como Mindwarp: an Infinity of Terror ou Planet of Horrors (brutal!). Esta modesta fita apresenta alguns dos cenários campy mais bizarros já vistos, com uma profusão de cores de fazer provocar convolsões em qualquer epilético e misturando-se com uma fotografia meio obscura, provocando um contraste por vezes bastante...bizarro!O inicio do filme tenta criar uma atmosfera meio mística que acaba por perder toda a importância no decorrer da história, com a "gorisse" a entrar sempre a abrir, sem dó nem piedade. A estética campy do filme faz-nos lembrar vagamente O Planeta dos Vampiros (1965), fantástica película de Mario Bava, com referências a outro clássico absoluto dos anos 50: Planeta Proibido (1956), de Fred M. Wilcox. O elenco é uma sucessão de rostos desconhecidos, exceto um: Robert Englund, que alguns anos mais tarde ficaria famoso ao encarnar Freddy Krueger.
Para ajudar á festa a Shout! Factory lançou uma edição em Blue-Ray do filme pejadíssima de extras, como se tivessemos perante o Senhor dos Aneís, vá-se lá saber porquê.
Extras:
• Commentary track with actress Taaffe O'Connell, Make-up artists Allan Apone, Alec Gillis and production assistant David DeCoteau
• Tales From the Lumber Yard: The Making of Galaxy of Terror (1:02:54 in HD!)• New Worlds: Producer Roger Corman, screenwriter Marc Siegler and director Bruce D. Clark discuss the origins of the film
• The Crew Of The Quest: Actors Robert Englund, Sid Haig, Taaffe O Connell and Grace Zabriskie discuss their experiences as crew members of the Quest
• Planet Of Horrors: A detailed look into the creation of the memorable sets of the film and alien landscapes • Future King: Memories of co-production designer (and future visionary filmmaker) James Cameron from members of the cast and crew
• Old School: A journey into the complicated mechanical and makeup effects with artists Allan A. Apone, Douglas J. White, Alec Gillis and others
• Launch Sequence: Co-editor R.J. Kizer walks us through postproduction and a profile on composer Barry Schrader
• Theatrical Trailers
• Extensive Photo Galleries Including Posters, Production Sketches And Designs
• Theatrical Trailer With Commentary From Writer/Director Joel Olsen, Courtesy Of Trailersfromhell.com
• Script in PDF format
• Notes inside case from Jovanka Vuckovic
este texto cagou no acordo ortográfico

segunda-feira, julho 26, 2010

In The Mood For Love (2000)

Na ausência de um novo grande filme de Wong Kar-Wai? Escrevemos acerca do irrepreensível e perfeito In The Mood For Love (2000).
O realizador Wong Kar-Wai estabeleceu-se como um cineasta autor. Através da cor e da luminosidade constrói toda uma narrativa baseada nos simbolismos que daí advêm criando o seu próprio estilo. Cada cena é meticulosamente ensaiada e posteriormente filmada de forma a obter exactamente aquilo que visualmente pretende. É um daqueles cineastas perfeccionistas que assumem o cinema como forma de arte, mas que paradoxalmente dá aos actores uma grande margem de manobra ao improviso.
Baseado nesta premissa, poderia ser apenas mais um filme romântico. No entanto, as interpretações, as situações vividas e os pequenos detalhes desenrolam a narrativa duma forma única e visualmente cativante. Wong Kar-Wai cria um mundo visual onde cada frame corresponde a uma fotografia de uma beleza rara. É um filme que vive sobretudo da insinuação em detrimento da concretização. Há um enorme amor entre os personagens principais, Lin e Chow, fortíssimo mesmo, mas em última análise impossível de concretizar.

As performances dos dois actores são sublimes, sendo capazes de transmitir uma sensualidade e desejo quase cerebrais, fruto de uma relação platónica, baseada na sugestão. Apesar dos protagonistas falarem muito pouco em cada cena, conseguem transmitir ao espectador a crescente paixão e emoção entre eles, cada vez que aparecem juntos no écrân.
A estética do filme é desenvolvida através do uso extremo da luz e cor, tendo, portanto, a música um papel preponderante, na criação do ambiente. Com poucos diálogos e uma montagem quase marginal, Wong Kar-Wai repete alguns temas musicais, em determinadas cenas, para enfatizar o estado emocional dos protagonistas e suportar a bela fotografia.
Realizado a partir de um argumento quase inexistente e privilegiando a improvisação, “In the mood for love” é considerado por muitos como a obra-prima do realizador de Hong-Kong. Poderá, no entanto, ser um filme de difícil visualização, uma vez que é único na abordagem artística que faz ao género romance, tantas vezes destruído pelos clichés lamechas dos homónimos americanos do género. Para ser visto com disposição e atenção.

The Ghost Writer (2010)

Apostamos que estava tudo á espera da crítica a Inception de Chris Nolan? Pois bem, não iremos tecer nenhum ensaio acerca do filme de Christopher Nolan, mas simplesmente escrever: "Obra Prima" e sim "é substâncialmente um degrau acima de Dark Knight". É simplesmente um filme...não! É simplesmente "O" filme, do qual saimos de boca aberta feitos parvos e do qual seria absurdo escrever. Como é que se escreve sobre algo "indescritivel"? A resposta é nada escrever e simplesmente pedir que o vão ver.
Depois deste descargo de consciência, vamos ao filme que nos trouxe aqui hoje. Ghost Writer ou o Escritor Fantasma, como preferirem, é o último filme de Roman Polanski e caros leitores é um regresso em cheio para o realizador.
Numa era em que somos constantemente bombardeados com os efeitos especiais de última geração, com a moda do 3D (mas afinal vamos ao cinema para ver cinema ou para ver - "olhem o que conseguimos fazer com as nossas camaras xpto...o filme é uma bosta, mas tem grandes Fx e 3D"?) e com todos os super-herois da banda desenhada a ganharem vida, inclusivé aqueles que estavam no fundo do baú (Quanto mais a Marvel poderá raspar o fundo ao tacho?); eis que nos chega um filme que não tem nada disto. Em Ghost Writer não há cá 3D, nem efeitos digitais de encher o olho, mas sim um elenco de bons actores de fazer inveja á maior parte dos blockbusters de verão.
Ghost Writer não é só o regresso de Polanski ao thriller, mas sim um grande grande grande filme. É um suspense político recheado de traições e mistério. Ewan McGregor é o personagem título, contractado para continuar a escrever as memórias de Adam Lang (Pierce Brosnan), um ex primeiro ministro britânico, após a misteriosa morte do seu outro escritor fantasma. Quando o político é acusado do envolvimento com crimes de guerra, o trabalho, que já era perigoso, passa a tomar enormes e perigosas proporções, a ponto de colocar a vida de ambos em risco.
Se tivessemos de dar nota 10 a algum filme esta semana, esse seria Ghost Writer. Já Inception de Chris Nolan iria para uma nota 11 de 0-10 (exacto!).
Esta crítica foi escrita a cagar no acordo ortográfico

quinta-feira, julho 22, 2010

Seir presents The Mute Orchestra (2010)

O novo album do nosso artista electrónico de serviço. É só clicar na imagem.

terça-feira, julho 20, 2010

The A Team (2010)

Depois de algumas semanas de iato e sejamos honestos, também alguma falta de tempo para escrevermos sobre cinema, eis que lá vimos qualquer coisa que nos deu vontade de escrever.
The A Team, Soldados da Fortuna para a geração que se recorda da série de TV, é o novo filme de Joe Carnahan, responsável pelo "Grande" Narc (2002) e pelo treslocado Smokin' Aces (2006) e é a adaptação para a grande tela da já referida série de TV.
As críticas são muitas, algumas positivas outras tantas acentuadamente negativas, mas vamos por pontos: 1º estamos perante o típico blockbuster de verão, sem grandes pretensões a não ser proporcionar 1h40m de pura diversão sem deixar grande espaço para reflexões; 2º é um filme "absolutamente" alucinado, não tão genial como Smokin' Aces, mas com uma grande dose de humor de diálogo e físico; 3º as sequências de acção não são de todo para levar a sério e funcionam assumidamente como "gozo" puro, onde é evidente que algúem se divertiu imenso a rodar o filme; 4º o casting está na mouche numa altura em que raros são os casos em que os estúdios apostam em grandes vedetas, salvando a excepção do sr. Liam Neeson no papel de Hannibal; 5º o argumento vai de "A" a "B" sem grandes surpresas, mas com muita maluqueira e parvalheira pelo meio...e sim não é Shakespeare...se quisermos uma comparação é a antítese do novo filme de Polanski; 6º as guide lines da história original e dos seus personagens está lá, desde o medo de andar de avião de BA, apesar de que esperavamos uma maior dose de "loucura" na personagem de Murdock; 7º O filme conta a história de como os nossos heróis se tornaram as personagens que conhecemos e nos recordamos da série original.
Sem grande floriados e sem uma grande cereja em cima do bolo, estamos perante um eficaz filme de verão, que só pretende ser isso mesmo, um "deixem o cérebro á porta e venham divertir-se connosco" e é isso que se exige de um filme de verão. Sem grandes instrospecções, algo que muito provavelmente esta semana não se irá sentir quando virmos o muito aguardado e filme de culto automático Inception de Christopher Nolan.