terça-feira, agosto 30, 2005

PRAZERES RETRO

Há coisas do diabo...Anda um tipo descansadinho da vida de férias e dá de caras com um dos filmes da sua adolescência!
Ok! Também confesso que se calhar os filmes que vi quando era mais novo, muito provavelmente não foram os vossos, e que foram esses filmes do passado que muito provavelmente contribuiram para a minha (de)mente cinéfila dos dias de hoje...Sou um tipo que gosta de coisas estranhas e depois ? Antes isso do que ser escuteiro!
Danger Diabolik, realizado pelo maestro do cinema fantástico italiano - Mario Bava - é um prazer proibido. Provavelmente não é o melhor filme do mundo, mas cumpre aquilo que promete desde os primeiros minutos...diversão, desbunda, alucinação, muita cor e é fabulosamente bem filmado; ou seja entertenimento ao mais alto nível e a milhas de distância de muito blockbuster americano dos dias de hoje.
A primeira memória que tenho de Diabolik, é a imagem do meu pai a entregar-me uma VHS com o filme gravado da então RTP 1, e a dizer-me "vi este filme já há muito tempo...gravei para tu veres...acho que vais gostar"
Hoje posso responder com mais afinco..."passaram-se muitos anos desde que vi pela 1ª vez o filme, e não resisti estas férias quando esbarrei com ele a trazê-lo para casa..."
Desta vez fui eu "Pai! lembras-te deste filme ? ;-)"

domingo, agosto 28, 2005

CHRISTOPHER WALKEN 4 PRESIDENT

Esta é talvez das ideias mais geniais vinda de um dos maiores actores americanos á face da terra...

PS- E já agora Chris se por acaso kiseres ajudar aqui os tugas ......Epah por favor candidata-te nas presidenciais cá da tugolândia (tens o voto dos palhacinhos do demo) porque vem para aí a brigada do reumático aka Duo dinamico - mas ao contrário - Soares & Cavaco....

Senhor tende piedade de nós

Site Oficial Walken 4 President:
http://www.walken2008.com/

quinta-feira, agosto 25, 2005

UM MUNDO SEM LADRÕES

O realizador Feng Xiaogang estruturou a história de A World Without Thieves de forma magistral, revelando uma construção subtil de tensões entre os diversos personagens até á sua conclusão. Estamos perante uma narrativa que se debruça sobre a ilusão e a manipulação do outro e do mundo, conduzindo o espectador ao engano (metáfora, já que estamos perante um filme sobre "o ser enganado") e induzindo-lhe um sentido falso da segurança antes de introduzir voltes de face.
A World Wihtou Thieves emprega as várias qualidades que trazem à vida o mais mainstream dos filmes. Apresentando uma história simples, uma fotografia impressionante e estilizada sem nunca entrar pelo caminho do "MTV-style". O argumentista e realizador Xiaogang tem a receita perfeita para um blockbuster comercial, mas simultaneamente fornece de forma graciosa uma abundância de detalhes bonitos e significativos dignos de uma produção mais arty e independente.

E se falamos de um filme sobre ladrões, Xiaogang fornece uma palete diversa de personalidades em que cada ladrão é excepcionalmente diferente e especial. O diálogo é immensamente poético, com os diálogos dos ladrões a assumirem metáforas constantes (por isso é preciso estarem atentos).
A World Without Thieves surge como uma excelente oportunidade para conhecer o mundo do cinema chinês do mainland. Tem tudo o que um blockbuster é suposto ter, mas com uma profundidade adicionada pouco comum ao género e mérito artístico para os cinéfilos mais exigentes.

quarta-feira, agosto 24, 2005

O DIÁRIO DE JENNA MASSOLI

O Palhacinho do Demo aconselha vivamente a biografia de Jenna Massoli aka Jenna Jameson aka pornostar...Sempre é melhor do que ler a Caras...e até tem umas fotos e tal.

Falando a sério, está efectivamente bem escrito (é claro que não é ela que escreve...não que fosse incapaz, porque a senhora até é muito inteligente) e sempre ficam com uma visão realista da vida de uma stripper/modelo/pornostar.

O livro não é pêra doce, sendo por vezes bastante violento na descrição dos factos (não sendo pornográfico)...mas também não é Shakespeare...lê-se mto bem

Descubram...

quinta-feira, agosto 18, 2005

DO SOHO PARA O MUNDO



Pois e... aqui estamos a chular um computador na loja da Apple no Soho... e deixem-me dizer que melhor que esta merda nao ha.

Ha gajas boas aos pontapes, existem mesmo sitios onde se pode comer outra coisa sem ser um Big Mac... enfim, o paraiso.

Ps- so e pena e esta merda do powerbook g4 nao ter acentos para os tugas....enfim teclados AMARICANOS

segunda-feira, agosto 08, 2005

sexta-feira, agosto 05, 2005

Memórias de Homicídios

Bong Jung-ho assinou em 2001 o inclassificável "Barking Dogs Never Bite", um dos mais emblemáticos títulos da recente produção do cinema sul-coreano, mas que não convenceu o público a afluir às salas. Tendo em conta o conceito — crimes cujo autor nunca foi descoberto e punido —, "Memories of Murder" não parecia mais apto para atrair as audiências. É natural que qualquer obra assente em realidades históricas contenha uma grande dose de dramatização; continua a ser ficção, mesmo que se introduza com o chavão "baseado em factos reais". Mas uma coisa é dramatizar, outra é criar uma realidade alternativa. Se Bong "resolvesse" o mistério, o filme perderia boa parte do impacto que decorre da relação dos sul-coreanos com este episódio marcante do seu passado recente. Por outro lado, seria difícil construir um filme de mistério envolvente, quando se sabe como não vai terminar. Nunca se poderia desenvolver a narrativa com base num eixo que fosse um puro whodunit. A identidade do assassino teria de se remeter para um plano secundário.
Em "Barking Dogs Never Bite", Bung Jun-ho revelou-se tão interessado na história e nas suas personagens como na linguagem cinematográfica usada para a ilustrar. Tratando-se de uma primeira obra, poder-se-ia esperar alguma insegurança da parte do realizador, reflectida num desequilíbrio entre as vertentes formal e substancial, mas tal não veio a suceder. A direcção é firme e não se perde em devaneios formais ou brincadeiras com o meio que ponham de parte o texto. Numa segunda obra, haverá menos tendência para querer mostrar habilidade ou um estilo próprio. «Memories of Murder» não foge a tal regra, mas a sua maior sobriedade decorre, naturalmente, do material-base. Câmara e montagem são exímias ao serviço das necessidades dramáticas, algo que se pode constatar na utilização dos planos-sequência, sobretudo aquele que introduz a acção e nos coloca no meio do mais puro caos, no local onde se encontrou um corpo, rodeado de mirones e onde nenhum agente de investigação parece capaz de cumprir a sua função com o mínimo de competência, de modo a preservar a integridade da cena do crime.

Memories of Murder não almeja ser um thriller pós-moderno; Bong Jung-ho não se rege pelas estruturas e pela linguagem de género. Não a respeita, nem se preocupa em evitá-la. Parte de uma moldura mais vasta, traçando um retrato da Coreia do Sul rural de meados dos anos 80. As especificidades económicas e sociais da época reflectem-se aqui: a indústria pesada está em força e é o principal motor da economia, fazendo-se notar fortemente mesmo num meio rural onde a agricultura é essencial para o sustento de uma franja da população. É um cenário de gente simples, mas onde se sente algum conforto e bem-estar económico. A nível tecnológico, a Coreia do Sul ainda não estava na posição de destaque a nível internacional que ocupa nos dias de hoje e tal reflecte-se nos meios disponíveis para a polícia, que, a dada altura, necessita de uma análise de DNA que tem de ser requerida aos EUA. Na realidade, foi para o Japão que se remeteram as amostras, mas procura-se assim uma maior coerência com a dramatização e com as constantes referências à América como potência económica e ao FBI como paradigma de polícia de investigação moderna, com todos os meios ao dispor.

Ao longo de duas horas, Bong doseia o ritmo da acção, admite humor que não entra em conflito com o registo de um filme que se leva a sério, e prepara-nos para um ou outro cliché, para depois seguir outro caminho. As câmaras abstêm-se de intricados malabarismos, a acção reduz-se a uma ou outra correria, pontuada por uma banda sonora que se entusiasma nos momentos certos; não há tiroteios nem cenas de pancadaria "coreografadas", mas não se deixa espaço para momentos mortos. Com «Memories of Murder», Bong Jung-ho surge como o autor de duas obras incontornáveis no contexto da cinematografia sul-coreana moderna.