quinta-feira, março 06, 2008

Vamos a Matar, Compañeros

Após iniciar a carreira como assistente de realização para o grande Sergio Leone, o cineasta italiano Sergio Corbucci seguiu firmemente os passos do mentor para se firmar como o segundo mais importante realizador de spaghetti westerns. É ele o autor da popularíssima série de filmes com o personagem Django. Entre os aficcionados do gênero, Corbucci ficou conhecido por uma alcunha pitoresca - o outro Sergio. Boa parte da crítica considera Compañeros (Vamos a Matar, Compañeros, Itália/Espanha/Alemanha, 1970) como a obra-prima de Corbucci, e também o melhor filme do estilo que não teve a mão de Leone.
O filme é uma obra marcante na carreira do cineasta e funciona como uma excelente introdução ao seu universo. A qualidade da presente obra é atribúida ao argumento levemente político e inspirado na Revolução Mexicana, tema bastante melhor explorado que em - Uma Bala para o General (1967) - de Damiano Damiani.

Na prática, o filme de Corbucci é uma bela alegoria de clichês narrativos do western spaghetti. Podem encontrar de tudo: o pistoleiro cínico e imoral, o nativo que funciona como o comic relief, um vilão misterioso de hábitos excêntricos, o visual ofuscante de terrenos empoeirados, o céu azul do deserto Almeria (Espanha) e a banda sonora do mestre Ennio Morricone. Como moldura, Corbucci acrescenta todas as suas marcas de autor, pautadaspor uma dose abundante de humor negro e o seu actor fétiche - Franco Nero.Como em grande parte dos western spaghetti, toda a dinâmica do filme é criada entre dois personagens que se odeiam, mas por força das circunstâncias são obrigados a agir em conjunto. O ênfase visual da fotografia de Alejandro Ulloa está nas paisagens secas, iluminadas com luz ofuscante, e nos olhos azuis de Franco Nero – daí a abundância na quantidade de close up do rosto do actor italiano. Compañeros é um filme divertido, que se apoia de modo certeiro no seu tema musical, composto por Ennio Morricone.

O DVD da Anchor Bay está com uma excelente imagem (widescreen 2.35:1 anamórfica) e som (Dolby Digital 2.0, em inglês). Há ainda um trailer e um pequeno documentário (18 minutos) que inclui entrevistas dos actores Nero e Millian e do compositor Ennio Morricone.

Sem comentários: