segunda-feira, abril 27, 2009

Ondskan (2004)

Na ausência de filmes interessantes e dignos da nossa atenção, viramo-nos para o passado não muito distante para encontrar-mos Ondskan de Mikael Håfström.
Estocolmo, anos 50. A vida de Erik, um jovem de 16 anos, está manchada de violência e conflitos. Quando é expulso da escola, é enviado para um colégio interno como uma última oportunidade para se libertar do seu círculo vicioso e continuar os estudos. Mas o colégio é tudo menos um refúgio – aqui, o mal está sistematizado sob a forma da opressão imposta aos estudantes mais novos pelo mais velhos. Conseguirá Erik manter a dignidade sem ser arrastado na espiral de violência que está a ameaçar o seu futuro? Esta é a questão colocada ao longo das duas horas de um filme simplesmente brilhante.
Ondskan viria a ser nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Galardoado ainda pela Academia de Cinema da Suécia com os prémios de Melhor Filme, Melhor Fotografia e Melhor Produção Artística, o filme baseia-se no bestseller autobiográfico do escritor e jornalista Jan Guillou.
Complexo e verosímil, trata-se de um filme simultaneamente duro e comovente, que consegue despoletar um forte impacto emocional sem recorrer a enredos melodramáticos ou clichés de um típico “filme-choque”.
Grande parte da credibilidade das situações é gerada pela brilhante direcção de actores, uma vez que o elenco, apesar de maioritariamente jovem, é bastante seguro. Andreas Wilson, no papel de protagonista, é especialmente notável num desempenho capaz de espressar as convulsões internas de um adolescente incapaz de responder a uma realidade contraditória. Combinando austeridade e fragilidade, Wilson assinala uma muito promissora prestação e é um dos maiores trunfos do filme. Simplesmente brilhante!

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