segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Taking Woodstock (2009)

Se houve filme este ano que nos tocou profundamente no coração, ele foi o filme de Ang Lee - Taking Woodstock. E caros leitores que filme! Para não haver dúvidas, este é para nós sem dúvida absolutamente nenhuma um dos filmes do ano e que curiosamente não passou pela lista de nomeados para os Oscares 2009. É efectivamente mais uma injustiça, se pensarmos que no rol dos nomeados se encontra filmes como District 9, que é um excelente filme, mas sejamos realistas não merece tanto.
Com Taking Woodstock, Ang Lee (Brokeback Mountain, O Tigre e o Dragão, Tempestade de Gelo e Ride With The Devil) prova mais uma vez que é "O" cineasta que melhor nos consegue contar episódios da história dos EUA, mesmo não sendo de nacionalidade americana. Este é um dos factos que é mais fascinante na obra de Lee, que em filmes como Ride With The Devil nos conta um pedaço da história da guerra civil norte americana de forma soberba, assim como em A Tempestade de Gelo nos traça um quadro exímio da revolução sexual dos anos 70 nos EUA. Ang Lee é sem dúvida um dos maiores contadores da História anglo saxónica, sem curiosamente ser um americano de gema. E porque é que o consegue? Pela simples razão de estarmos perante um autor de sensiblidade genuína e apurada, que goza de um distânciamento crítico face ao país, o que lhe permite narrar autênticos contos de forma subtil como só um asiático o poderia conseguir.
Taking Woodstock é antes de mais uma fábula sobre o episódio que antecedeu ao concerto mítico de Woodstock, é uma espécie de falso documentário contado de forma leve, divertida e retirando representações enebriantes por parte do naipe de actores. E aqui fazemos um parentises para falar de uma senhora chamada Imelda Staunton, agora a braços com o novo Harry Potter, e que desempanha um papel simplesmente genial digno de nomeação para melhor actriz secundária.
Pensamos contudo que o filme de Ang Lee não foi este ano "bafejado" pela sorte do Oscar, por já ter sido presenteado á relativamente pouco tempo com os prémios atríbuidos a Brokeback Mountain.
É fantástico ver um realizador a vencer a máquina de Hoollywood, mesmo tendo sido apanhado com um menos conseguido Hulk, e a fazer os filmes que obviamente quer, juntamente com o seu amigo de longa data, produtor de todos os seus filmes e argumentista James Schamus, autor deste argumento absolutamente "brutal". Se há filme do ano para o palhacinho, este estaria no topo da lista. Imperdível.

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