quinta-feira, agosto 12, 2010

Christine (1983)

Nasceu em Detroit - esta é talvez a melhor forma de descrever o ínicio de um dos grandes filmes de John Carpenter, adaptado de uma obra de Stephen King. Forjado numa linha de montagem de automóveis. Mas não é um carro qualquer. No interior do seu chassi esconde-se o próprio diabo. Christine - um Playmouth Fury de 1958 -, vermelho e branco, tem um insaciável desejo de vingança, capaz de gelar o sangue a qualquer um e de destruir todo aquele que se mete no seu caminho. Seduz Arnie Cunningham (Keith Gordon ), um rapaz de 17 anos, apaixonado por aquelas linhas estilizadas e curvilíneas, como se de uma mulher se tratasse. O automóvel exige uma devoção absoluta e incondicional, e se alguém tentar intervir, a morte é certa.
O cinema a partir de meados da década de 70 começou a ser invadido com filmes que visavam um filão recém-descoberto que renderia muito dinheiro às produtoras: o público adolescente. Histórias sempre de jovens banais, com problemas "banais" em situações completamente "banais" era o que se tinha de sobra. Esse padrão era quase constante, com pouquíssimas exceções de filmes adolescentes que mantinham um certo rigor tanto no argumento, como na direção.
Christine tem a direção do grande John Carpenter que mais uma vez brilha, ditando um ritmo claustrofóbico e proporcionando uma mão cheia de enquadramentos genias (ah! aquele widescreen fabuloso)
Para muitas pessoas na faixa dos trinta anos este é mais um filme de referência, simbolizando a sua própria adolescência e uma geração, mas este é também uma das poucas adaptações da obra de S. King (contam-se pelos dedos de uma mão) que realmente funciona de forma soberba.
É um filme para recordar e para descobrir sem restrições algumas.

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