terça-feira, novembro 02, 2010

The Social Network (2010)

The Social Network não é um filme sobre geeks, não é um filme sobre código, algorítmos ou mesmo génios informáticos. The Social Network é um filme (supostamente) acerca da persona conturbada de Mark Zuckerberg.
Confessamos que conheciamos muito pouco acerca da história da génese do Facebook e quando descobrimos que o genial David Fincher estaria encarregue de transpor o feito para o grande ecrã, mais curiosos ficamos. Mas afinal o que é que esta história teria de tão interessante para que o obsessivo Fincher abraçasse o projecto? Pois bem, o projecto avançou e temos um grande filme baseado ou não em factos veridicos e aqui Zuckerberg já veio desmentir parte dos acontecimentos, ou pelo menos a forma como é retratado no filme. Mas e se de facto o que vemos no ecrã é algo próximo da realidade? E se...? A ser verdade os factos que nos são relatados estamos perante uma utupia absolutamente fascinante, isto porque Mark Zuckerberg é retratado como uma pessoa profundamente egocêntrica, narcísista, com uma incapacidade vincada em estabelecer e manter relações interpessoais e sobretudo uma pessoa profundamente solitária. A ser verdade tudo isto então partimos de uma permissa interessantíssima, em que a pessoa responsável pela criação de uma das maiores e mais bem sucedidas redes socias é uma pessoa com uma profunda incapacidade em se relacionar no real com o outro, ou seja estamos perante uma aplicação do seu modelo relacional ao nível do contexto de uma rede social de nome Facebook. No Facebook existe uma superficialidade ao nível da relação com o outro. Ok! descobrimos os colegas de escola que não viamos á dezenas de anos, descobrimos os colegas de trabalho com os quais perdemos contacto, dizemos "Olá tudo bem há quanto tempo!" mas a maioria destes contactos não passam da virtualidade do ecrã e este já era o mundo em que Mark Z. vivia antes da crianção do Facebook. Um mundo em que a única forma que encontra de dizer o que sente á ex-namorada não é dizê-lo face a face, como ela tem a coragem de o fazer, mas sim de escrever no seu blog (pré-facebook).
The Social Network é sobretudo uma história sobre a alienação do social, daqueles que o rodeiam, mesmo os mais próximos, do corrompimento das relações e da promíscuidade das mesmas. E no final o nosso herói acaba sozinho numa sala com o seu laptop como companhia e a adicionar uma pessoa como amiga no seu facebook...e constantemente a fazer "refresh" na esperança que a pessoa (realmente importante para ele) o aceite como "amigo".
Estamos perante mais um triunfo de David Fincher, mas também ao nível do argumento, fotografia e música esta a cargo de Trent Reznor (Nine Inch Nails). Recomenda-se vivamente.

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