terça-feira, novembro 13, 2007

Quem é Mario Bava?

Mario Bava nasceu em Itália, na cidade de Roma a 1914. O seu pai, Eugénio Bava, foi director de fotografia e um dos fundadores da indústria cinematográfica italiana, sendo ele um dos responsáveis pela carreira do filho. Bava desde muito cedo revelou um talento incomensurável para a pintura, a qual estudou, tendo vindo a licenciar-se em artes plásticas. No entano, a sua paixão pela profissão do seu pai, viria a acabar muito cedo com a sua carreira nas artes plásticas.
O jovem Bava segue então o pai para tudo o que é rodagem, investe na aprendizagem da composição visual das imagens em cinema, e assume uma carreira de director de fotografia até 1960. A reputação de Bava por esta altura, era a de um génio em efeitos ópticos e especiais, tendo sido recrutado pelo mais variado naipe de realizadores tais como: Paolo Heusch, Riccardo Freda, Jacques Tourneur e Raoul Walsh.È neste preciso momento da sua carreira, que ao trabalhar com o realizador do filme I Vampiri (1956), este zanga-se com o produtor, a cadeira de realizador fica vaga e Bava assume a execução da maior parte do filme e sua conclusão. Nos filmes de Mario Bava há quase sempre uma trama labiríntica por onde os seus personagens precisam tentar guiar-se, quase sempre uma conspiração, um mistério desconhecido que os vai levando um a um. Há sempre um personagem que é o grande manipulador, e Bava nunca esconde que o maior de todos eles é o próprio cineasta, guiando os seus personagens e público a um fim que lhe parece inevitável. Este posicionamento de cima sobre o que é narrado é algo que Bava herdou do cinema clássico (vale lembrar que enquanto os investigadores de Dario Argento são quase sempre apenas curiosos, os protagonistas de Bava estão presos a inevitáveis intrigas familiares). O que diferencia M.B. deste cinema é uma necessidade de tematizar esta herança, de colocar o seu próprio cinema em questão, mas ao mesmo tempo manter-se fiel a ele, pois não há aqui aquele revisionismo onde o realizador constrói um distanciamento irónico a fim de desmascarar os clichés do gênero. Mario Bava foi um cineasta, director de fotografia e autor impar no cinema pulp italiano, especialista em criar atmosferas verdadeiramente fantásticas e com muito poucos recursos, vejamos Terrore Nello Spazio, Diabolik, Tre Volti Della Paura, Maschera Del Demonio e o seminal Sei Donne per l'Assassino.

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