quarta-feira, junho 01, 2005

Psicotizar ou Não Psicotizar Eis a Questão


Por baixo da minha cama nasce um enfurecido mas triste rio, movendo- se de forma lenta e ruidosa. Sinto o seu pulsar que invade o meu sangue e me transmite o calor da minha infância. Vivo e sinto com ele.

Algures entre os meses que separam o Outono do Inverno, as margens do rio florescem, com lindas papoilas que me encantam e divertem durante os longos períodos de espera para que a água do rio se torne lúcida e padeça ao desejo de contemplar o meu reflexo. É este mesmo rio embriagado, que por vezes me deixa mergulhar na negritude das suas águas, me leva ao fundo para logo muito lentamente me trazer à superfície, como se de um anjo me tratasse.
Sou livre dentro do meu próprio espaço fechado, porque ele me pertence e posso fazer dele o que quero; vivo assim á deriva, sou um satélite da minha realidade por entre corredores de um só sentido, onde és impelido a deslocar-te ruidosamente sem qualquer rota definida.
Sou um anjo errante, vivo à superfície dos meus desejos, encarno-me nos mais pequenos dos animais. Sou o rei dos insectos.

Agora que conhecem o meu quarto, pergunto-vos "Quem sou eu ?". Um anjo? Talvez, mas prefiro que me vejam apenas como um rei insecto que o queria ser !

Anónima Borderline

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