quarta-feira, abril 16, 2008

O Bébé de Rosemary

Esta semana regressamos de novo aos clássicos de alguma forma perdidos ou esquecidos. O filme de Roman Polansky - Rosemary's Baby - é antes de mais uma referência absoluta para o cinema fantástico, sendo mesmo considerado uma das mais importantes obras do seu realizador. É um filme altamente perturbador sobre um casal nova-iorquino recém chegado a um novo apartamento e a uma nova vida. Mia Farrow representa admiravelmente a rapariga que vê o seu marido a passar cada vês mais tempo com o casal de idosos da porta ao lado. Estes revelar-se-ão diferentes do que poderíamos julgar levando Rosemary (Farrow) a um estado de neurose típico das personagens femininas de Polanski e que mostra ser a marca mais importante deste cineasta. Tal como em Repulsa de 1965, com uma então ainda jovem Catherine Deneuve, a vivência do desconhecido para Rosemary assume contornos de grande inquietação, que magistralmente se reflecte mesmo no espectador menos atento. È um filme de um simbolismo extremamente inteligente, em que somos obrigados ao constante exercicío da dúvida, de questionar se o que está a acontecer é real ou imaginário, fruto de uma possível descompensação da protagonista.Tal como em Chinatown, Polanski revela-se um perito em atordoar o espectador, deixando este de saber quem é quem, ou o quê é o quê. Existirá mesmo uma conspiração contra Rosemary? Apesar de podermos tirar uma conclusão rapidamente, ou mesmo duvidando até ao final, durante todo o filme os arrepios estão presentes. Poucos são os filmes em que o suspense se mantém por tanto tempo. Um elenco notável, onde se destaca a interpretação de Mia Farrow, como Rosemary.

O filme vence, pois apoia-se no principio de que tudo poderá ser delírio de Rosemary, de que tudo o que lhe está a acontecer poderá ser fruto de dificuldades de adaptação á grande cidade, e de um sentimento de isolamento que esta experiencía ao longo do filme. O filme resulta porque o espectador está constantemente a por em causa a personalidade da personagem, e a sua aparente patologia esquizo-paranóide (ok! já mandamos a nossa análise, pejada de palavras caras...parabéns a nós!)

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