terça-feira, abril 08, 2008

Os Estúdios Hammer

No final dos anos 50, o desgaste natural do cinema de Horror fez com que o género enfrentasse perdas significativas de audiência para a televisão. Nesse momento, a produtora inglesa de filmes fantásticos "Hammer", que entrou em actividade após a Segunda Guerra Mundial comandada por Michael Carreras e Anthony Hinds, surgiu com a ideia de revitalizar o género trazendo novamente às telas do cinema as famosas vacas sagradas "Drácula", "Criatura de Frankenstein", "Múmia", "Fantasma da Ópera", "Lobisomem", entre outros, os quais haviam sido largamente filmados a preto e branco nas décadas anteriores pelo saudoso estúdio americano "Universal", com Boris Karloff, Bela Lugosi e Lon Chaney Jr., entre outros.
O primeiro filme do género fantástico da Hammer foi The Quatermass Xperiment, baseado numa série de TV de 1953, com uma história que misturava elementos de ficção científica e horror e relatava o regresso de um astronauta que ao regressar de uma missão ao espaço é possuído por um extra terrestre e transforma-se num terrível monstro ameaçador para a humanidade. A partir daí, vieram dezenas de outros filmes que se imortalizaram dentro da história do género e que são filmes de culto até hoje, várias décadas depois, para uma legião imensa de fãs. A maior característica dos filmes da Hmmer era o ambiente. Com fascinantes cenários góticos, através de imponentes castelos, cercados por florestas fantasmagóricas, com cemitérios privados e as suas lápides de pedra e túmulos envoltos em névoa sinistra, sem contar com as pequenas aldeias de camponeses supersticiosos e constantemente assustados, os laboratórios cobertos de aparelhos eléctricos, líquidos borbulhantes e tubos de ensaio, as famílias atormentadas por alguma antiga maldição, e o tradicional modo de vida aristocrático das damas e cavalheiros da época.
O sucesso dos primeiros filmes do estúdio tem explicação em alguns factores importantes como a fotografia colorida, a utilização de uma mesma equipa de produção e elenco, e o uso inteligente dos recursos disponíveis diminuindo os custos de produção. O ápice de consagração da "Hammer" foi durante os nostálgicos anos 60, onde se concentraram a maioria dos seus melhores filmes, sendo que de uma forma inevitável as suas produções acabariam por sofrer desgasto com o passar dos anos, ao apresentar poucas novidades e um uso exagerado de fórmulas repetitivas. Facto que levou o publico a perder gradativamente o interesse nos filmes e que inevitavelmente levou ao encerramento do estúdio, o que também se deveu ao género do horror se encontrar em mudança com filmes como A Semente do Diabo e Massacre no Texas, em que a direcção era para uma corrente inspirada pelo naturalismo, cujo pontífice foi a Noite dos Mortos Vivos.
Ainda assim, os estúdio Hammer foram uma referência absoluta para o cinema fantástico.

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