segunda-feira, maio 16, 2005

Samurai Shit


No filme “Os Sete Samurais”, obra prima do cineasta japonês Akira Kurosawa, Kambei Shimada um velho mestre samurai, reflete juntamente com o seu jovem aprendiz Katsuhiro, acerca dos elementos do universo que permitem o equilíbrio das forças da natureza. Ao longo das suas deambulações sobre o pensamento humano, o professor ensina ao aluno, que o equilíbrio é a base da estabilidade de um universo periódico, que é o do Homem.
O culminar de toda a reflexão de ambos, resulta no velho mestre instruir o jovem aprendiz, na arte suprema daqueles guerreiros, o manejo de dois sabres em simultâneo por um único homem. A técnica dos dois sabres, ou “ni ten ichi ryu”, é nos apresentada no filme como a simbiose máxima entre o corpo e o espírito.
O Homem torna-se palco da dialética do ser físico e espiritual, onde o empunhar um sabre em cada mão, permite não só a divisão imaginária do peso do corpo em duas metades, como também o estabelecimento de um equilíbrio entre dois elementos, que se tornam partes integrantes de um mesmo corpo, fundindo-se com ele.
A demonstração da arte remete para uma dança de sombras onde se vislumbra uma harmonia perfeita, entre o espaço que envolve o guerreiro, e o tempo que este percorre num bailado onde se cruzam não só as laminas de ambos os sabres, como também a subtileza dos movimentos do corpo e da mente que o controla.
Cada movimento traduz-se no domínio da precisão absoluta sobre o corpo, que personifica um veículo de comunicação entre o mundo físico envolvente e a temporalidade aparentemente suspensa na cinestesia dos movimentos.
O Homem cria uma harmonia imaculada com o mundo, através de uma disciplina onde a arte e a filosofia dos movimentos se fundem num espaço e tempo próprios da sua execução.
Deste modo, o
tempo e o espaço são os instrumentos mágicos da alma, que se solidarizam na realidade multidimensional do homem: realidade interna e social. Sendo a realidade externa ao sujeito (factos naturais) é tão importante como a realidade interna (visualizações espaciais).
Na obra de Kurosawa é feita uma reflexão quase inconsciente acerca da organização do ser humano no espaço e tempo, sendo esta a base de estudo dos ritmos da vida.
Epá foda-se eu sou muita bom, olha que ás vezes dá uma coisa e sai cenas assim ......

2 comentários:

jmnk disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
jmnk disse...

Creio que as duas espadas simbolizam o real e o transcendente personificados no guerreiro que as empunha.Corpo purificado como intermediário entre a terra e o céu, o real e transcendente, o corpo e espírito.

ou então não...